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25/12/18 às 15:41

São Paulo/SP - Ex-deputado federal Luiz Carlos Sigmaringa Seixas morre aos 74 anos

O advogado e ex-deputado federal Luiz Carlos Sigmaringa Seixas morreu nesta terça-feira (25), em São Paulo, aos 74 anos. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês, onde fez transplante de medula para combater uma mielodisplasia – um tipo de falência da medula óssea na produção de células.
 
Segundo a família, ele conseguiu fazer o transplante, mas com baixa compatibilidade. Após a operação, o jurista ficou com baixa imunidade e foi atacado por uma infecção.
 
O corpo de Sigmaringa Seixas será sepultado em Brasília. O velório deve começar às 8h desta quarta (26) no cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul, e o enterro está previsto para as 16h30.
 
Ex-deputado Luiz Carlos Sigmaringa Seixas, em imagem de arquivo — Foto: TV Globo/Acervo
Ex-deputado Luiz Carlos Sigmaringa Seixas, em imagem de arquivo — Foto: TV Globo/Acervo
 
Nascido em Niterói (RJ) e formado em Direito na Universidade Federal Fluminense (UFF), ele se mudou para Brasília na década de 1970. Na capital, tornou-se conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) de 1976 a 1984.
 
O jurista ficou conhecido por defender presos políticos e estudantes durante a ditadura militar. Com a abertura democrática, foi eleito parlamentar.
 
O advogado Luiz Carlos Sigmaringa Seixas (centro), em foto de 1983, quando advogados defendem a OAB-DF da interdição dos militares — Foto: Reprodução
O advogado Luiz Carlos Sigmaringa Seixas (centro), em foto de 1983, quando advogados defendem a OAB-DF da interdição dos militares — Foto: Reprodução
 
Sigmaringa Seixas foi eleito deputado federal para a Assembleia Nacional Constituinte de 1987, pelo PMDB-DF, e transitava com facilidade no ambiente político.
 
Ele teve outras duas passagens pela Câmara dos Deputados, sempre por diferentes partidos: pelo PSDB, de 1991 a 1995, e pelo PT, de 2003 a 2017.
 
Em 1994, o advogado foi candidato ao Senado pelo PSDB, mas recebeu 10,51% dos votos e não foi eleito. As vagas ficaram com Lauro Campos (PT) e José Roberto Arruda (PP).
 
Repercussão
 
O presidente da República, Michel Temer, postou uma mensagem de luto no início da tarde de terça-feira (25): "Lamento imensamente a morte do grande advogado e homem público, Sigmaringa Seixas, um lutador pela democracia brasileira. Meus sentimentos de pesar à familia e amigos".
 
A morte também foi lamentada pelo governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), nas redes sociais. "Sempre investiu no diálogo para buscar soluções para o Brasil", escreveu. Ele decretou luto oficial de três dias na capital.
 
A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, chamou o advogado de "lutador incansável pela justiça e pela democracia em nosso país".
 
Em nota, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) manifestou profundo pesar. O presidente nacional da Ordem, Claudio Lamachia, diz no texto que Seixas teve atuação "memorável tanto na defesa dos Direitos Humanos como também na dedicação a advocacia".
 
"Com longa dedicação a política, foi deputado federal constituinte e teve atuação marcada pela defesa das causas humanistas", diz a OAB. Seixas foi conselheiro da entidade no DF entre 1976 e 1984, além de consultor da Anistia Internacional e vice-presidente do Comitê Brasileiro de Anistia no DF.
 
O pai dele, o também advogado Antônio Carlos Sigmaringa Seixas, morreu aos 94 anos em 2016.
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