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29/11/18 às 22:24 | Atualizada: 29/11/18 às 22:35

O que é clickativism? Saiba os desafios desse movimento na atualidade

O “clickativism,” também conhecido como ciberativismo, diz respeito a movimentos sociais formados por grupos na internet. As mobilizações têm o objetivo de defender questões sociais como meio ambiente, causas políticas, culturais e outras.

No Brasil o clickativism cresce, impulsionado pelas redes sociais, principalmente no Facebook. O primeiro movimento organizado, por exemplo, ocorreu em 2013 e tomou proporções inimagináveis ao reunir um grupo de aproximadamente mil pessoas na Avenida Paulista, em frente à sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

O Movimento Passe Livre (MPL) foi até as ruas e atraiu seguidores em todo país contra o aumento da passagem que de R$3 passaria para R$3,20. Os manifestantes entoavam o slogan “Não são só 20 centavos” alegando que a população teria muitas razões para ir às ruas.

O protesto teve a atenção da imprensa mundial, inclusive sendo comparado a Primavera Árabe, manifestações no Oriente Médio em 2011 a favor da liberdade de expressão frente à crise econômica e ausência de democracia enfrentada no período.

Quais são as vantagens do ciberativismo para a sociedade?
O ativismo social trouxe uma série de benefícios para a população, a começar pela maior atenção a causas de interesse social e participação em movimentos políticos e culturais.

O interesse por política aumenta não só no Brasil, mas em todo mundo, tornando o ativismo social presente na vida de milhares de pessoas. Outro ponto interessante desse movimento é que reúne interesses em comum e ao mesmo tempo, promove a troca de informações e realidades entre grupos distintos.

A rede online conecta pessoas de diferentes realidades, etnias e classes sociais em prol de objetivos de cunho social em comum. O movimento também propicia o compartilhamento de notícias que possam agregar em forma de conhecimento.

Executivos, indígenas, estudantes ou donas de casa podem possuir interesses sociais em comum e, a partir disso, trocar informações e agregar de acordo com cada realidade.

No entanto, sabemos que na prática não é bem assim que as coisas funcionam, tornando essencial discutir também os impasses gerados no ciberativismo e a necessidade de maior organização do movimento.

Desafios do clickativism

Falta de organização e controle
Embora a ferramenta online seja ótima para reunir pessoas, é bastante complexo gerir milhares de mensagens e petições compartilhadas aleatoriamente pelos integrantes.

Outro impasse é que nem sempre criar uma página online é sinônimo de atrair possíveis doadores para atividades filantrópicas, por exemplo. Muitas vezes a pessoa se restringe a seguir (curtir a página), mas não é ativa nas contribuições necessárias.

Nem sempre é levado a sério
Tudo o que populariza na internet chega a proporções e grupos espalhados. Um dos desafios do ciberativismo é garantir a veracidade e seriedade do trabalho desenvolvido. Aqui podemos considerar as ações filantrópicas, organizações políticas, como também os movimentos socioambientais.

O que é verdade e o que é mentira? As petições preenchidas realmente repercutirão em algo? É inevitável não se lembrar do movimento “fake news” espalhados ainda este ano nas eleições em 2018. Na internet é complicado definir o que é sério ou farsa.

O fato de qualquer pessoa poder disseminar o que quiser, e ainda esconder sua identidade, torna essa avaliação ainda mais difícil.

Comodismo
 É muito comum ouvirmos falar atualmente do “ativista do sofá” e essa frase resume muito bem o lado negativo do ciberativismo. O fato de poder defender suas ideias de casa, e compartilhar informações, faz com que as pessoas tenham a ilusão de utilidade pública e de ativismo social.

Fazer algo pelo mundo é muito mais do que compartilhar suas ideologias. O ciberativismo tem o propósito de reunir pessoas que possam agregar em práticas políticas e sociais. Como toda prática vai exigir esforço e condutas que possam realmente agregar no sistema.

Não basta compartilhar petições ou curtir páginas, é preciso ser ativo no movimento, conhecer a fundo, trocar ideia com os fundadores e encontrar ferramentas que tornam a sua participação útil.

A participação no protesto, doações ou angariar contribuintes, são condutas que variam conforme a necessidade do movimento, mas que tornam você um ativista, como o nome já diz claramente: ativo, e não em inércia.

Como contribuir para o ciberativismo?
Todo cidadão pode ser um ciberativista e contribuir socialmente em diversos grupos que acredita que pode tornar sua cidade, bairro ou país, melhor e mais democrático. Algumas condutas são muito importantes para que esse trabalho ganhe a cada dia credibilidade, portanto levar a sério é o primeiro passo.

O ciberativismo será a cada dia mais presente na população, por conta disso, é preciso preparo e conhecimento para lidar com essas ações. Confira algumas dicas:

 
 
 
 
 
 
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