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02/09/18 às 21:55

Primeiras semanas de campanha mostram o peso de alianças e do agronegócio para candidatos

Os pré-candidatos ao governo de Mato Grosso com mais espaço, com maiores arrecadações de fundos para campanha também são os com mais tempo no horário eleitoral gratuito em rádio e TV. Coincidentemente ou não, também são políticos com mais tempo na vida pública, confirmando a previsão de analistas sobre a influência daqueles já conhecidos pelos eleitores. 

Em quase três semanas de campanha eleitoral, Pedro Taques (PSDB, reeleição), Mauro Mendes (DEM) e Wellington Fagundes (PR) já passaram a faixa de R$ 1 milhão de dinheiro em caixa para gastar nas campanhas, com peso de contribuições financeiras da direção nacional de seus respectivos partidos, empresários e autodoações volumosas, no caso daqueles com lastro de atividade empresarial antes da carreira política. 

O primeiro a subir para o patamar dos milhões foi o democrata Mauro Mendes. Já na sua primeira, e até o momento única, prestação de contas ele informou ao TRE-MT (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso) ter arrecadado R$ 1,3 milhão. A Executiva Nacional do DEM transferiu R$ 1 milhão para Mendes, e outros R$ 300 mil foram doados pelo pré-candidato a vice, Otaviano Pivetta. 


 
Os números estão atualizados até 27 de agosto e devem ter renovação nesta semana, visto que existe prazo para os concorrentes apresentarem novas movimentações. Até a última sexta (31), a quantia representava mais que a soma de todos os outros postulantes ao governo. Mas, agora está equivalente. 

Neste sábado (1º), a Justiça Eleitoral divulgou nova atualização da movimentação de fundo do tucano Pedro Taques, que iniciou R$ 638 mil, conforme a primeira divulgação da prestação de contas no dia 24 de agosto, passou para R$ 696 no dia 28 e saltou para R$ 1,417 milhão a declaração mais recente. A direção do PSDB entregou R$ 1,2 milhão a campanha, enquanto a doação de outras pessoas físicas somou R$ 217 mil, a maioria deles declarantes de proprietários de empresas. Dez deles, juntos, formam R$ 192 mil. Em uma semana, o caixa do candidato à reeleição cresceu 122%. 

O republicano Wellington Fagundes a quantia mais baixa dentre os três, mas teve o crescimento de doação mais expressiva. Em sua primeira prestação de contas feita também há uma semana, ele disse ter entrada no fundo de sua campanha R$ 15 mil, tirados do próprio bolso, e dos quais tinha gastado apenas R$ 45. Mas já no dia 27 do mês passado, a modesta quantia subiu para R$ 515 mil e neste sábado passou para R$ 1,015 milhão. Os crescimentos são, respectivamente, de 3333% e 97%. Fagundes também recebeu R$ 1 milhão a direção nacional de seu partido, repassados em duas transferências de R$ 500 mil. 

Na outra ponte da lista de fundos, o pré-candidato pelo Psol, Moisés Franz ainda não fez prestação de contas. Arthur Nogueira (Rede Sustentabilidade) informou que arrecadou R$ 5.672. R$ 5 mil são de autodoação e R$ 672 vem de fundo coletivo (crowdfunding) e registo a doação de quatro eleitores. 

Horário eleitoral e aliados 

Os candidatos com caixas mais baixos também são os com menor tempo de exposição em rádio e TV no horário eleitoral gratuito, iniciado na última sexta-feira, e também, em tese com menos relação dentre o empresariado estadual. Moisés Franz tem ‘15 em TV e rádio, Arthur Nogueira, ‘12. O tempo reduzido por falta de representatividade filiados em mandato no Congresso e escolha pela preferência de concorrer em chapa pura são usados, igualmente pelos dois, como propaganda de campanha de “política diferente” em relação aos adversários. 

Wellington Fagundes é o candidato com mais tempo no horário gratuito, mas com um background de aliados com menos peso financeiro em relação a Mauro Mendes e Pedro Taques. Sua coligação soma 3’29, dos quais boa parte é concedida a Fagundes. Sua candidata a vice-governadora, Sueli Theis (PV), representa o setor dos empresários na chapa, e o deputado federal Adilton Sachetti (PRB), que concorre ao Senado, é a ligação com o agronegócio. Sachetti tem o apoio e a preferência do ministro da Agricultura Blairo Maggi (PP). 



Já Mauro Mendes tem a seu favor um lastro de políticos tradicionais e homens do agronegócio. Otaviano Pivetta (PDT), seu candidato a vice, está dentre os candidatos mais rico do Brasil; o ex-vice-governador Carlos Fávaro (PSD), concorrente ao Senado, é outro empresário do agrobusiness. No espectro político, o democrata está acompanhado por Jayme Campos (DEM), que também disputa vaga no Senado, Fábio Garcia (DEM), além do próprio Fávaro. 

O Pedro Taques também um representante do agronegócio como candidato a vice, o empresário Rui Ramos (PSDB) e nome de peso do cenário político, como o candidato ao Senado, deputado federal Nilson Leitão (PSDB), integrante da bancada rural no Congresso. Tanto Mendes quanto Taques receberam doações volumosas de seus vices empresários.
 
Moisés Franz (PSOL): 15 segundos 
Pedro Taques (PSDB, PPS, PSB, PRP, Patriota, SD): 2 minutos e 9 segundos. 
Mauro Mendes (DEM, PDT, MDB, PSC, PSD): 2 minutos e 52 segundos. 
Arthut Nogueira (Rede, PPL): 12 segundos. 
Wellington Fagundes (PR, PRB, PP, PT, PTB, PROS): 3 minutos e 29 segundos.
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