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06/08/18 às 09:21

Pecuária cresce em cidades da soja

Sapezal, Campos de Júlio, Campo Verde e Campo Novo do Parecis são reconhecidamente polos estaduais da produção agrícola, em especial de soja e milho. Mas outra atividade está tornando essas cidades mato-grossenses ainda mais semelhantes dentro do agronegócio: a bovinocultura. Além da farta oferta anual de grãos, a pecuária vem ganhando espaço e registra nesses locais as maiores taxas de crescimento do Estado.

Lucas do Rio Verde e Itiquira também fazem parte dessa nova realidade, que está registrada em 15 municípios de Mato Grosso.

Em 2018, por exemplo, rebanhos localizados em Sapezal apresentaram crescimento de mais de 180% nos últimos dez anos, com adição de 75,20 mil cabeças. O segundo maior crescimento foi observado em Campo Novo do Parecis, 181% com o incremento de 87,76 mil cabeças e Campos de Júlio  com expansão decenal de 176% e ganho de 35,44 mil cabeças. Os dados fazem parte de uma análise realizada pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), por meio de números consolidados pelo Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea/MT).

Como apontam os analistas do Imea, os dados reforçam que a diversificação é uma realidade dentro do agronegócio estadual. “Por menores que sejam ainda os rebanhos de Sapezal, Campo Novo do Parecis e Campos de Júlio, por exemplo, houve uma intensificação da criação a partir da adoção de um manejo sanitário adequado, o que permitiu triplicar o número de animais nos últimos dez anos”.

Os dados do Indea/MT confirmam em números que a expansão da atividade agropecuária, especialmente por meio da integração lavoura-pecuária, existe, tem seus ganhos comprovados e vem ganhando espaço a cada ano, como forma de intensificar a renda no campo, ampliando a produtividade, sem aumentar a área utilizada. “A presença dessas cidades - tidas como grandes produtoras de grãos – nesse ranking de crescimento da atividade pecuária no Estado demonstra que esse setor da produção tem totais condições de atuar em locais com predominância agrícola, podendo ser uma forma de agregar valor à produção e mitigar riscos”, argumentam os analistas.

O censo do Indea/MT apontou crescimento significativo do rebanho bovino em 15 cidades do Estado, das quais, sete são importantes produtoras de grãos e três conhecidas pela atividade extrativista (madeira).

O ranking de expansão da bovinocultura estadual é formado, na ordem, por Sapezal (183%), Campo Novo do Parecis (181%), Campos de Júlio (176%), Colniza (95%), Feliz Natal (81%), Serra Nova Dourada (67%), Lucas do Rio Verde (64%), Itiquira (59%), Nova Lacerda (55%), Campo Verde (45%), Cotriguaçu (45%), Nova Ubiratã (38%), Santo Afonso (37%), Curvelândia (37%) e Cáceres (36%). Se em percentual Sapezal foi a que mais avançou, em números absolutos Colniza e Cáceres foram as cidadse que mais aumentaram o número de cabeças com a adição de 275,15 mil e 288,27 mil, respectivamente.

Conforme ainda dados da campanha de vacinação contra febre aftosa, que nesse ano reuniu pela segunda vez todo o rebanho na etapa de maio, foi possível realizar uma espécie de censo pecuário, considerando o alvo da imunização que em maioria é formado por bovinos e outra parte por bubalinos. O rebanho bovino estadual é estimado em 30,07 milhões de cabeças, 15% maior que os 26,02 milhões contabilizados em novembro de 2008, quando a vacinação de todo o rebanho era realizada nesse mês.
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