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18/01/18 às 23:16 | Atualizada: 18/01/18 às 23:22

Santa Maria (RS) - 'Dei muita importância para cada palavra', diz aluna que tirou nota mil na redação do Enem 2017

A estudante Júlia Köchler, de 18 anos, redigiu no mínimo uma dissertação por semana ao longo de 2017. O resultado apareceu nesta quinta-feira (18), data em que foi divulgada a nota dos participantes no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2017: ela foi um dos 53 candidatos que tiraram nota máxima na redação.
 
Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela organização da prova, menos candidatos atingiram a nota mil, que é a pontuação máxima para a prova do que no ano anterior. Em 2017, foram 53, enquanto em 2016 haviam sido 77. A nota do Enem 2017 pode ser consultada no site do exame.
 
"Eu e minhas colegas de cursinho trocávamos redações para corrigir e ter novas ideias. Acredito que isso ajudou bastante também", afirma a jovem, que mora em Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul, e se prepara para conquistar uma vaga no curso de Medicina.
 
Ela já vinha treinando há quatro anos, desde que entrou no Ensino Médio, e fez todas as edições do exame, para se preparar. Como se formou no ano passado, agora fez a prova "valendo". Além disso, em 2017, ela contou, pela primeira vez, com o apoio de um cursinho.
 
Como os milhares de estudantes que prestaram o exame, ela também foi pega de surpresa pelo tema inesperado, "Desafios para a formação educacional dos surdos no Brasil". Júlia conta que havia estudado sobre desafios para deficientes, que é um pouco mais abrangente do que o que foi cobrado.
 
Ela, então, reuniu estes conhecimentos com argumentações de outra área. "Pensei nos problemas que a nossa educação apresenta para nós e como eles se intensificavam para os deficientes auditivos", revela.
 
Apesar de ter se saído bem, ela reconhece que precisou se esmerar para elaborar um bom texto neste ano. "Mas esse ano eu estava mais preparada, então senti menos dificuldade", aponta.
 
Prestar atenção ao enunciado e organizar o conteúdo a ser apresentado, acredita Júlia, foram fundamentais para a obtenção de sua nota. "A principal dica para uma redação nota máxima, em minha opinião, seria deixar os argumentos e as teses bem organizados e claros. Eu dei muita importância para cada palavra da proposta. Todas deveriam estar no texto", comenta.
 
Leituras sobre inclusão e conhecimento da estrutura do texto contribuíram
 
A familiaridade com os temas de educação e inclusão, de forma ampla, não auxiliou somente Júlia a fazer redação bem pontuada. O porto-alegrense Patrick Bolzan, de 21 anos, tirou 880 na redação, uma nota bem superior à média nacional, que foi de 558 pontos.
 
"Consegui ter um bom desempenho por já ter trabalhado, ao longo do ano, diversos temas que tratassem de inclusão educacional e de pessoas com necessidades especiais, mesmo que de forma separada", diz.
 
Luiza Braun, de 19 anos, enfatizou a importância de dominar bem o estudo das principais características da redação exigida pelo exame, que tomou parte do tempo de sua preparação. Ela obteve 805,2 na pontuação geral, e quase gabaritou a nota da redação.
 
"Para atingir essa nota, dediquei muito tempo no estudo teórico da estrutura da redação do Enem, sobretudo, na proposta de intervenção e no conhecimento dos direitos humanos, além de escrever vários textos, analisar os erros e tentar corrigí-los", avalia.
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