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29/10/17 às 11:10

Opinião: Seca na Ilha do Bananal e no Projeto Rio Formoso, de quem é a responsabilidade?

A crise hídrica na Ilha do Bananal e no Projeto Rio Formoso, no sul do Tocantins, culminando no esvaziamento de rios, lagos e canais de irrigação e, ainda, na mortandade de peixes, jacarés e bovinos não deve ser atribuído apenas ao longo período de estiagem na região. Sucessivos governos do Estado, por meio de seu órgão de proteção do meio ambiente – Naturatins -, e os irrigantes, ressalvando as exceções, têm boa parcela de culpa nessa situação desoladora, inclusive sendo destaque no Jornal Nacional desta sexta-feira, 27.

Naturatins por ter sido complacente com irrigantes sem consciência e na autorização sem critério de novos projetos; ainda pesa nos ombros desses governos, e aqui se inclui o Governo Federal, a demora na revitalização do Projeto; irrigantes porque, ao longo do tempo de existência do Projeto, só se preocuparam com suas produções, produtividade e lucratividade. Captavam a água dos rios e canais de irrigação sem controle. Depois da catástrofe é que foram tomar uma providência: instalar equipamentos de controle da vazão da água. Estamos todos pagando por isto e reforçando o equívoco daqueles que acreditam que a irrigação é uma atividade altamente danosa ao meio ambiente. Não é não, desde que seja feita sob rígido controle.

No oeste da Bahia, a estrutura de irrigação é bem maior e mais complexa que o Projeto Rio Formoso. São centenas de pivôs centrais captando água dos rios para irrigar culturas diversas como grãos, sementes, fibras, café e frutas.

Mas no oeste, os próprios irrigantes, no início da irrigação dos cerrados baianos, se uniram em torno de uma associação para fortalecer e disciplinar a irrigação na região, investindo inclusive em pesquisas e campanhas de conscientização.

Na crise hídrica de 2015/2016, os irrigantes da região decidiram, por livre e espontânea consciência, reduzir em até 70% a captação de água. Deu certo, está dando certo.

Este é o caminho. Vale lembrar que irrigação aumenta a produção de alimentos e reduz desmatamentos.
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