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16/10/17 às 18:46

Competidores brasileiros estão otimistas com desempenho no torneio mundial de profissões técnicas

Otimismo. Esse é o sentimento da delegação brasileira com as primeiras provas realizadas nos dois primeiros dias na WorldSkills, a maior competição de educação profissional do planeta, realizada em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos. A avaliação dos competidores é que, apesar de alguns percalços surgidos, foi possível cumprir o planejamento e atingir parte da pontuação que poderá garantir uma medalha no torneio, que reúne mais de 1.200 estudantes e jovens profissionais em desafios que simulam o dia a dia das carreiras técnicas.

Lucas Fernando de Oliveira Santos, 20 anos, competidor de Eletricidade Industrial, tem a missão de automatizar uma indústria em pequena escala. Ele instala dispositivos de controle para pôr em funcionamento a linha de produção. Segundo o jovem, o projeto apresentado pela competição está mais complexo do que imaginava, mas ele conseguiu contornar as dificuldades até agora. “A prova está um pouco mais trabalhosa do que o previsto no projeto-teste, alguns processos demandam um pouco mais de tempo para ficarem bons e parte dos materiais são diferentes”, detalha. “Mas eu já sabia que seria assim, estava preparado, então, até o momento, acho que fui bem.”

O sorriso confiante também estava estampado no rosto da competidora brasileira de Tecnologia da Moda, Rhany Rodrigues Moreira, 21 anos. "A meu ver, eu estou me saindo muito bem. Minha avaliadora me disse que eu estou entre os melhores até o momento, e estou muito otimista, acho que vai ter medalha aí”, diz animada. No primeiro dia, sua tarefa foi montar em um manequim, com alfinetes, um modelo de roupa e, nesta segunda, ela foi desafiada a criar um vestido e confeccioná-lo.

INCENTIVO DE CAMPEÃO – Andrei Pavan Chiesa, 18 anos, também demonstrava tranquilidade após mais um dia inteiro de provas na modalidade Joalheria na WorldSkills. Além de tudo, ele recebeu pessoalmente, nesta segunda-feira (16), o incentivo do atual medalhista de ouro da ocupação, Leonardo Rodrigues, 22 anos, campeão na última edição do torneio. Ele está em Abu Dhabi a convite da organização para participar do International TVET Youth Forum, conferência que discutiu temas relativos ao futuro da juventude. Leo foi até o posto de trabalho de Andrei, que ele ajudou a preparar para esta competição.

“A emoção de presenciar a competição novamente após dois anos é indescritível. Eu sei o que ele está passando, as emoções que ele está sentindo e eu sei como ele foi preparado", explica Leo Rodrigues. No encontro entre os dois, o atual competidor relatou o nervosismo das primeiras horas de prova – de fazer tremer a mão – e da surpresa de perceber que os competidores da China e de Taiwan, países que não costumavam ter tradição na área na competição, chegaram com força a Abu Dhabi. Andrei diz, porém, que, neste segundo dia, adaptou-se ao desafio e confia em um bom resultado. “No primeiro dia, logo que começou a prova, fiquei bem nervoso. Mas hoje estou bem mais tranquilo, consegui fazer tudo sem tremer”, relata ele.

VISITA - Esta segunda-feira também foi dia da visita oficial do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, e de presidentes de federações de indústrias à área de competições montada no Centro Nacional de Exposições de Abu Dhabi (Adnec), situado no centro da capital dos Emirados Árabes Unidos. Eles já haviam se encontrado com a delegação brasileira antes do início das provas para dar incentivo ao time do Brasil. Guiados pelo diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Rafael Lucchesi, eles conheceram a estrutura montada para as provas e puderam ver em ação alguns dos competidores – tudo à distância para evitar tirar o foco dos brasileiros. Durante o trajeto, o presidente da CNI foi recepcionado pelo diretor-executivo da WorldSkills International, David Hoey.

Robson Braga de Andrade destacou a importância de eventos desse porte para a indústria brasileira: “A WorldSkills reúne mais de 60 países, os principais países industrializados do mundo, e aqui é possível ver, por meio de exemplos, o que nós precisamos fazer no Brasil, que já tem uma tradição muito grande na formação profissional, para proporcionar uma qualificação ainda melhor para o jovem e o trabalhador da indústria brasileira”, avaliou. “O objetivo é que o trabalhador qualificado tenha condições de fazer a nossa indústria mais produtiva e mais competitiva e que ele também tenha mais qualidade de vida, melhor remuneração, tenha um crescimento que venha por meio do trabalho", afirmou Robson.

Até quarta-feira, competidores de 68 países vão enfrentar provas que reproduzem o dia a dia de 52 profissões técnicas. Eles têm de executar os desafios com excelência técnica e velocidade. A cada dia eles obtêm uma pontuação que se soma e, ao final, aponta o campeão em cada ocupação. A delegação do Brasil tem 56 competidores, alunos e ex-alunos do SENAI e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC). O Brasil é o atual campeão do torneio, com 27 medalhas conquistadas em 2015. 
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