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11/10/17 às 08:40

Empresários de Mato Grosso participam de missão internacional à China

Conectar empreendedores de Mato Grosso com o mercado chinês durante uma das maiores feiras de negócio do mundo, a Canton Fair. Esse é o desafio da delegação de 15 empresários mato-grossenses que embarcaram, nesta terça-feira (10), rumo à China em uma missão internacional organizada pelo Sebrae MT, que vai de 10 a 21 de outubro. Integram a comitiva, empreendedores das cidades de Juína, Nossa Senhora do Livramento, Cuiabá e Várzea Grande.

O volume de negociações, bons prazos de entrega, fornecedores globais e ótimos preços de compra são atrativos desse “negócio da China”. A expressão popular, utilizada quando se obtém um acordo vantajoso, atrai os mato-grossenses que esperam estar no lugar certo, em um momento decisivo.

Considerado o maior evento de exportação e importação de toda a Ásia, a Canton Fair, foi montada este ano com uma estrutura de 1.180 mil m² de área, 210 países participantes, mais de 60 mil estandes, mais de 24 mil expositores, e previsão de 185 mil visitantes internacionais e U$S 28 bilhões em negócios.

“Negociar requer paciência, tempo e conhecimento dos hábitos. Para contatos iniciais, por exemplo, o ideal é participar de feiras e missões. Isso porque o chinês é habitualmente reservado, mas durante a feira, eles não perdem negócio. Se não tem, estão dispostos a inovar, a viabilizar de alguma maneira”, explica o gerente de Inteligência Estratégica do Sebrae MT, André Schelini, que acompanha o grupo de empresários na missão.

A programação estratégica vai até o dia 21 de outubro. Na agenda, estão inclusas visitas técnicas e oficinas em Dubai, em Hong Kong, e em Guangzhou, na China (onde será realizado o evento).

A China é o país mais populoso do mundo, com 1,3 bilhão de habitantes (ou seja, um quinto da população mundial), e, atualmente, se consolida como um dos principais parceiros comerciais do Brasil, mas falta dinamismo para o empreendedor aproveitar melhor esse cenário. “Com a missão, esperamos viabilizar esse contato comercial (networking entre compradores e fornecedores) acelerando negócios para as pequenas empresas”, ressaltou Schelini.

Para o empresário do segmento de psicultura, Rafael Venson, de 29 anos, que irá participar da missão pela segunda vez, a experiência é muito positiva e válida para qualquer empresário, tanto o que está começando quanto aqueles que possuem anos de empresa. “Além do contato com uma cultura milenar, você se vê diante de tanta oportunidade de negócio, que surgem novas ideias e é até arriscado perder o foco. Mas o apoio do Sebrae é muito bom e não falta informação”, comenta Venson, que desta vez irá à China acompanhado do pai, também empresário, mas do segmento de autopeças.

Antes da viagem, o grupo participou de um treinamento rápido no Sebrae sobre o comércio no exterior, procedimentos técnicos e mercadológicos envolvidos na missão. Pontos que fazem toda a diferença, como a documentação necessária, a apresentação de cada empresa com cartões de visitas bilíngues (em inglês numa face e outra em chinês) no padrão internacional com número de telefone, códigos de discagem e e-mail, cotações, modelos de contratos, a postura, cumprimentos durante as visitas etc. Os contatos mais estratégicos, por exemplo, devem ser iniciados com três a quatro meses de antecedência.

Missão Internacional

Em busca de competitividade e inovação, entre outras ferramentas utilizadas durante as missões internacionais, as empresas aplicam o benchmarking, que é o processo de análise da empresa em relação à concorrência, incorporando os melhores desempenhos ou aperfeiçoamento dos próprios métodos.

Em setembro deste ano, um outro grupo de 21 empresários mato-grossenses integrou a missão internacional, organizada pelo Sebrae MT, com destino à Bolívia e ao Peru onde puderam avaliar os mercados vizinhos.

O empresário Jorge Hirome, da JM Mercearia, ressaltou o conhecimento adquirido na Expocruz e na Exoalimentaria. “A gente viu como se valoriza a cultura local e as muitas oportunidades que temos. Já na feira no Peru, observamos como estão avançados em termos de produtos, especialmente no que diz respeito às embalagens”.

Sobre a China

A economia chinesa sofreu reformas substanciais no final da década de 70, passando de uma economia em que predominava um sistema centralizado, para o intercâmbio internacional com um sistema mais orientado para a economia de mercado. Essa reestruturação da economia e o resultado de ganhos substanciais, fizeram com que o PIB aumentasse cerca de 10 vezes desde 1998.

Além da grande expansão econômica e do imenso potencial de consumo, a China necessita de matérias-primas e de insumos importantes para o seu desenvolvimento econômico. Existem setores que são muito favorecidos nesta relação, mas efetivamente a China compra muito de quase tudo e do mundo todo.  
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