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13/09/17 às 08:36 | Atualizada: 13/09/17 às 08:46

Manipulação do mercado - Justiça Federal de São Paulo manda prender Wesley Batista presidente da JBS

A Polícia Federal prendeu o empresário Wesley Batista, um dos donos da J&F, na manhã desta quarta-feira (13). O executivo, irmão de Joesley Batista, é investigado em inquérito sobre manipulação do mercado financeiro, referente ao suposto lucro obtido com a venda de dólares às vésperas da divulgação da delação premiada dos executivos da J&F. A ordem de prisão preventiva, sem prazo para acabar, é da 6 Vara Federal Criminal de São Paulo, numa operação batizada de Tendão de Aquiles.

Ao pedir a prisão, os investigadores sustentam haver fartas provas de que Joesley e Wesley, sabendo do potencial explosivo do acordo de delação e de seus efeitos no mercado, agiram pessoalmente negociando ações do grupo e contratos futuros de dólares.

Também há outro mandado de prisão contra o próprio Joesley, que já está preso temporariamente, em outro processo, junto ao lobista Ricardo Saud, por ordem do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal.

Estão entre os investigados na operação deflagrada nesta manhã estão o diretor jurídico da JBS, Francisco de Assis e Silva, a advogada Fernanda Tórtima, contratada pela empresa, e o ex-procurador da República Marcello Miller, que integrou o grupo de trabalho montado para auxiliar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na Lava-Jato.

A JBS, seus controladores e outras empresas do grupo são investigadas por uso de informação privilegiada. A JBS confirmou que comprou dólar no mercado futuro horas antes da divulgação de que seus executivos fizeram delação premiada. O dólar disparou no dia seguinte, subindo mais de 8%, o que trouxe ganhos a empresa.

Na investigação sobre uso de informação privilegiada pelos donos da JBS, os policiais colheram indícios de que os irmãos Batista cooptaram Marcello Miller quando ele ainda integrava o Ministério Público Federal. Pela parceria, Miller e os irmãos Joesley e Wesley Batista são investigados pelo crime de corrupção.
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