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09/08/17 às 19:01

8 milhões de euros: Silval pretendia esconder propina de R$ 18 milhões na Suíça

O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) afirmou para seu ex-secretário de Estado da Casa Civil Pedro Nadaf que tinha 8 milhões de euros - R$ 18 milhões à época - para receber a título de propina da empresa espanhola CAF, fabricante dos vagões do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) adquiridos pelo Estado e que estão há mais de dois anos parados, sem expectativa de que realmente sejam instalados no trecho entre Cuiabá e Várzea Grande.

Trazendo para a cotação dos dias atuais, os 8 milhões de euros equivalem a R$ 24 milhões.

A informação a respeito da propina a Silval Barbosa consta no termo de delação premiada de Pedro Nadaf, prestada no dia 11 de janeiro deste ano ao Ministério Público Federal (MPF), que investiga esquema de corrupção na escolha do modal que deveria ter ficado pronto antes da Copa do Mundo de 2014, que foi sub-sediada em Cuiabá.

Segundo Pedro Nadaf, por conta de uma viagem que realizou à Suíça, no período pré-Copa, na condição de membro delegado representante da Confederação do Comércio, Silval Barbosa teria lhe perguntado se tinha conhecimento de como funcionava o sistema financeiro naquele país.

“No referido termo de declarações, dentre outras informações, Pedro Nadaf afirma que, por ocasião de viagem que ele (Pedro Nadaf) faria à Suíça — no mesmo contexto de outras que fez na condição de "membro delegado representante da Confederação Nacional do Comércio" — SILVAL BARBOSA "perguntou ao Declarante se tinha conhecimento como funcionava os sistema financeiro na Suíça”, diz trecho da representação da Polícia Federal ao juiz da 7ª Vara Federal, em que requereu autorização para deflagrar a operação Descarrilho, ocorrida na manhã desta quarta-feira (9), com o cumprimento de 18 mandados de busca e apreensão e a condução coercitiva do ex-secretário da Copa, Maurício Guimarães.

Silval admite tratativas de propina

Diante das afirmações de Pedro Nadaf acerca de Silval Barbosa, o Ministério Público Federal interrogou o ex-governador no dia 5 de julho deste ano. Na ocasião, ele negou a existência de fraude na licitação do VLT, mas admitiu que houve tratativas referentes ao pagamento de propina por parte das empresas integrantes do Consórcio VLT, vencedor do certame, o que confirma a ocorrência dos crimes de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.

Conforme o documento da Polícia Federal, após fazer cruzamento de dados, verificou-se que as informações prestadas por Silval Barbosa são coerentes com outros elementos de prova que instruem os autos.
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