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25/05/17 às 15:58 / Atualizada: 25/05/17 às 18:23

Operação da PF investiga se loteamento em Água Boa é usado como lavagem de dinheiro desviados da Ferrovia Norte Sul

Redação ÁguaBoaNews

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Operação da PF investiga se loteamento em Água Boa é usado como lavagem de dinheiro desviados da Ferrovia Norte Sul

Foto: AguaBoaNews

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal em Goiás (MPF/GO) deflagram na manhã de hoje a Operação De Volta aos Trilhos, que investiga crimes de lavagem de dinheiro decorrente do recebimento de propina nas obras da Ferrovia Norte-Sul.
 
A operação, que é um desdobramento da Lava Jato e uma nova etapa das operações O Recebedor e Tabela Periódica, cumpre dois mandados de prisão preventiva, sete de busca e apreensão e quatro de condução coercitiva em Goiânia Goiás e em Água Boa Mato Grosso.

A operação baseia-se em acordos de colaboração premiada assinados com o MPF/GO pelos executivos das construtoras Camargo Corrêa e da Andrade Gutierrez, que confessaram o pagamento de propina ao então presidente da Valec, José Francisco das Neves, o Juquinha, bem como em investigações da Polícia Federal em Goiás, que levaram à identificação e à localização de parte do patrimônio ilícito mantido oculto em nome de terceiros (laranjas).

Os principais alvos da operação são Juquinha, seu filho Jader Ferreira das Neves e o advogado Leandro de Melo Ribeiro. Os dois primeiros são suspeitos de continuarem a lavar dinheiro oriundo de propina, mantendo oculta parte do patrimônio. O advogado Melo Ribeiro é suspeito de ser laranja de Juquinha e seu filho e de auxiliá-los na ocultação do patrimônio.

A pedido do Ministério Público, a Justiça de Goiás determinou as prisões preventivas de Jader e de Leandro, além das conduções coercitivas de Juquinha, do advogado Mauro Césio Ribeiro (sócio e pai de Leandro), de Jeovano Barbosa Caetano e de Fábio Junio dos Santos Pereira, suspeitos de prestarem auxílio para a execução de atos de lavagem.

Os procuradores destacam que um dos principais objetivos da operação é o sequestro e apreensão dos seguintes bens:
  • Apartamento no edifício IT Flamboyant, no Jardim Goiás, em Goiânia
  • Apartamento em construção no Edifício Residencial Applause-New Home, no Setor Coimbra, em Goiânia
  • Cinco casas populares localizadas no Condomínio Residencial Pôr do Sol II, na cidade de Bela Vista, Goiás
  • Aeronave King Air, prefixo PT-WFNAeronave Neiva Seneca III, prefixo PT-VOV
  • Nota promissória emitida no valor de R$750 mil
  • Cotas do capital social de Noroeste Imóveis Ltda., bem como dos imóveis registrados em nome dela: loteamento Jardim Noroeste, com quase 300 lotes, em Água Boa (MT); duas glebas de terra nos municípios de Breu Branco e Goianésia do Pará.
As buscas e apreensões têm como alvo as casas dos investigados, a sede das empresas Pólis Construções e Noroeste Imóveis, que funcionariam no escritório de advocacia de Mauro Césio e Leandro Ribeiro, bem como a sede da Imobiliária Água Boa em Água Boa-MT.

Conforme as investigações do Ministério Público (MP), uma equipe da polícia esteve no dia 18 de maio deste ano em Água Boa, no intuito de confirmar a localização da empresa Noroeste Imóveis Ltda. Porém, constatou que o endereço tratava-se de um lote pertencente a um loteamento denominado Jardim Noroeste, que encontra-se em fase de vendas.
 
Consta ainda que a venda dos lotes demonstra que um dos suspeitos, Jader Ferreira das Neves, continua em plena atividade criminosa, de forma que a prisão preventiva seria a medida imperiosa para evitar que ele continue operando e cometendo crimes (garantia de ordem pública).
 
O Ministério Público aponta que Jader recebeu 61.200 cotas do capital social da empresa Noroeste Imóveis. “A fim de ocultar a proveniência do bem, Jader manteve a empresa em nome das Organizações Lucena e as cotas restantes registrou em nome de Pólis Construções, empresa que havia sido usada para pagar parte dos valores devidos pela aquisição da fazenda IRUSA”.
 
Sendo assim, o juiz substituto da 11ª Vara Federal da Seção Judiciária de Goiás, Rafael Ângelo Slomp, deferiu o pleito do MP para que houvesse busca e apreensão na sede da empresa Noroeste Imóveis e também na Imobiliária Água Boa, que é a responsável pelas vendas dos lotes.  O intuito, seria localizar e apreender documentos e outras provas relativas ao loteamento Jardim Noroeste e também aos acusados.
 
Além disto, o juiz ainda determinou o sequestro de duas aeronaves. A primeira é um King Air, prefixo PT-WFN, ainda em nome de Bradesco Leasing S/A, com valor de R$ 2 milhões e a segunda é um Neiva Seneca III, prefixo PT-VOV, em nome de Agropecuária Vale do Paraíso 5, avaliada em R$ 400 mil.

Nesta manhã após os policiais federias deixarem a sede da imobiliária o proprietário da empresa Darci Mendel recebeu a reportagem do site Água Boa News e relatou que recebeu a visita dos policiais federais e que os mesmos queriam saber se ele tinha relações comerciais com o Juquinha ex-presidente da Valec e se ele sabia se  empresa Noroeste Imóveis teria recebido dinheiro desviado da Obra da Ferrovia Norte Sul.

Mendel ainda ressaltou que relatou aos policiais que não é sócio da Noroeste Imóveis e que apenas sua empresa foi a corretora, ou seja, a intermediária da compra e vendas de 300 lotes do loteamento Jardim Noroeste localizado na área do antigo aeroporto e  que nunca teve tratativa de negócios com Juquinha. O empresário ainda destacou que não houve nenhuma apreensão de documentos em seus escritórios, e sim apenas perguntas como era às relações comerciais da imobiliária com a empresa Noroeste Imóveis.

O dono da imobiliária fez questão de ressaltar que todos os compradores tem a garantia de uma escritura, reconhecida publicamente.

A reportagem falou pessoalmente com a equipe da Polícia Federal que confirmaram
que a ação da PF em Água Boa faz parte da Operação "De Volta aos Trilhos", mas não poderiam dar mais informações devido as normas da instituição. Que só a assessoria de imprensa poderia se posicionar sobre o assunto.

Condenação

Juquinha e seu filho já foram condenados na operação Trem Pagador (Ação Penal nº 18.114-41.2013.4.01.3500) a, respectivamente, 10 e 7 anos de reclusão por formação de quadrilha e lavagem de aproximadamente R$ 20 milhões provenientes da prática de crimes de cartel, fraudes em licitações, peculato e corrupção nas obras de construção da Ferrovia Norte-Sul, praticados por Juquinha quando presidiu a empresa pública Valec. Ambos aguardavam o julgamento de seus recursos em liberdade.

As prisões foram pedidas porque se apurou que os investigados, mesmo depois de condenados, continuavam a cometer crimes de lavagem de dinheiro. De acordo com nota do MPF/GO, ambos estão "em plena atividade criminosa", além de estarem produzindo provas falsas no processo para ludibriar o juízo e assegurar impunidade. Eles são acusados também de custearem parte de sua defesa técnica com dinheiro de propina.

Um dos objetivos da Operação é o sequestro e apreensão de bens que, de acordo com o Ministério Público estão em nome de terceiros como forma de ocultar a real propriedade e a origem dos recursos usados para a sua aquisição.

“De Volta aos Trilhos” – A expressão é popularmente usada para significar o retorno das coisas ao seu devido lugar, à normalidade. O nome da operação é uma alusão a um dos seus principais objetivos, que é o de trazer de volta parte dos recursos desviados da ferrovia Norte-Sul em forma de propina.

Ver reportagem da TV Anhanguera de Goiânia AQUI

 

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