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16/05/17 às 10:39

Cuiabá - Aula inaugural marca acolhida aos novos estudantes da UFMT

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Cuiabá - Aula inaugural marca acolhida aos novos estudantes da UFMT

Foto: Assessoria

Com o Teatro Universitário do Câmpus de Cuiabá completamente lotado, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) acolheu com muita alegria e música, na manhã desta segunda-feira (15), os ingressantes do semestre letivo 2017/1. A programação segue repleta de atividades até sexta-feira (19).A acolhida contou com a presença da reitora da UFMT, professora Myrian Serra, que destacou o processo de popularização da Universidade, iniciado há dez anos, que busca garantir o direito de acesso a estudantes oriundos de escolas públicas, brancos, negros, índios, e, futuramente, quilombolas. “Sejam bem-vindos e aproveitem ao máximo o que a UFMT tem a oferecer, sem violência, machismo, racismo, homofobia ou qualquer outra forma de preconceito”, reforçou a reitora.

O cerimonial do evento foi conduzido por Deuzilene Zaezokaero, indígena da etnia Parecis e egressa do curso de Nutrição. Ela cobrou respeito e atenção para com os povos indígenas. “Não queremos ser vistos como índios apenas quando colocamos um cocar na cabeça. Assim como os negros representam um povo, nós também representamos, e é assim que nós queremos ser identificados no dia a dia da universidade, como representantes de um povo”, destacou.

As apresentações dos professores Abel Santos, Teresinha Prada e Oliver Yatsugafu com o sexteto de cordas, acompanhados de alunos do curso de Música, e das Cheerleaders da UFMT deram o tom e o ritmo ao acolhimento dos alunos ingressantes no primeiro semestre de 2017. A participação da pequena cantora Ana Clara deu um toque todo especial à cerimônia.

Sonhos e expectativas

A caloura de Ciências Biológicas, Ana Júlia Siqueira, 17, ingressou na UFMT pela ampla concorrência e disse estar muito feliz pela acolhida oferecida pela Universidade. “Minha expectativa é muito grande, porque é o curso que sempre sonhei em fazer. Desde o ensino médio, inspirada pelos professores, já pensava em fazer Biologia”, afirmou.

Já Natália Araújo, 17, entrou pelo sistema de cota para cursar Química. “Mesmo entrando por meio da política de cota, não considero que seja fácil entrar numa Universidade Federal”, lembrou a caloura, que deseja trilhar o caminho da pesquisa. “Quero ser uma pesquisadora e, pelo que sei, a UFMT oferece essa oportunidade”, acrescentou a ingressante.

Gilson Aragão, 18, é ingressante do curso de Engenharia de Minas, oferecido pelo Câmpus de Várzea Grande, e não disfarça sua felicidade em ser acolhido dessa forma pela UFMT. “Minha expectativa é muito grande. Quero aproveitar ao máximo tudo que a Universidade tiver para me oferecer. Sei que vou encontrar muitas dificuldades pela frente, mas assim como perdi noites de sono para entrar aqui, estou preparado para fazer mais sacrifícios e vencer todos os desafios que vierem”, garantiu o calouro.

Receptividade

O vice-reitor da UFMT, professor Evandro Soares, destacou a importância da recepção para os alunos. “Isso é tão marcante, que até hoje, 25 anos depois, ainda consigo me lembrar do primeiro dia de aula”, revelou, dando boas-vindas aos estudantes. Ele lembrou que a UFMT é a universidade da diversidade, com múltiplas etnias e culturas convivendo e compartilhando conhecimentos, práticas e saberes. “Aproveitem a riqueza cultural dessa instituição que é pública, gratuita e de qualidade”, aconselhou Evandro Soares, apontando os calouros como símbolo de esperança de transformação social, “não apenas sobre si mesmos, mas também sobre suas comunidades de origem”. E finalizou lembrando Mário Sérgio Cortella, para quem a esperança não é momento de esperar, mas sim “esperançar”, pressupondo ação por parte dos presentes.

A coordenadora geral do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação da UFMT (Sintuf-MT), Leia de Souza, também destacou a importância da UFMT como um espaço onde os novos estudantes possam fazer a diferença na sociedade: “A Universidade é o melhor lugar do mundo para fazer do mundo um lugar melhor”, sintetizou.

O presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat), professor Reginaldo Araújo, ressaltou, igualmente, o papel da Universidade como ferramenta de transformação e incentivou os calouros a se envolverem, não só com as atividades culturais, acadêmicas e esportivas oferecidas pela Instituição, mas também com as atividades politicas desenvolvidas por diversos grupos, coletivos e movimentos organizados dentro da UFMT. “Termos uma representante indígena conduzindo essa cerimônia, é um recado da Universidade dizendo que estamos de braços abertos a todos e não vamos aceitar na nossa Universidade o machismo, o racismo, a homofobia ou qualquer outra atitude preconceituosa”, reforçou.

Também fizeram parte da mesa de abertura, além da reitoria, do vice-reitor e dos representantes do Sintuf e da Adufmat, o representante da União Nacional dos Estudantes (UNE) em Mato Grosso, Rarikan Heven, e o coordenador do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFMT, Vinícius Brasilino, que destacou a satisfação em realizar a semana de recepção, uma vez que o momento é importante para o estudante, para a UFMT e, futuramente, para a sociedade. “Preparamos uma recepção bastante calorosa para desejar as boas-vindas e conscientizar os ingressantes para participar de trotes conscientes, sem violência. Espero que possamos, durante esse período, fazer um grande processo de integração à UFMT. Para gente é muita felicidade recebê-los e esperamos que eles gostem dessa recepção”, explicou.

Durante a programação foi apresentado um vídeo com um rap produzido pelo acadêmico do curso de História, Alexandre Magno, por meio do qual ele critica a violência e o preconceito na universidade e incentiva àqueles que sofrerem algum tipo de discriminação denunciar.

Atualmente, a UFMT oferece dois canais para receber as denúncias de discriminação: a Pró-Reitoria de Assistência Estudantil (Prae) pelo e-mail prae@ufmt.br, ou diretamente na própria Reitoria, através do e-mail ufmt@ufmt.br.
 
 

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