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05/05/17 às 19:45 / Atualizada: 05/05/17 às 19:57

Taxista que salvou universitária diz que se sente um 'herói'

Rodrigo Flávio disse que pressentiu que tinha algo errado e voltou para ajudá-la

Karina Cabral, Mídia News

Edição para ÁguaBoaNews, Clodoeste Kassu

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Taxista que salvou universitária diz que se sente um 'herói'

Foto: Reprodução/Facebook

Responsável por salvar a estudante de Arquitetura Kedma Oliveira, de 23 anos, de uma tentativa de suicídio, o taxista Rodrigo Flávio, de 35 anos, disse estar se sentindo "um herói".
 
“A gente fica numa situação difícil. Eu estava no carro, não sabia se ia dar tempo de pegar ela”, disse Rodrigo sobre o momento em que conseguiu impedir que a jovem se jogasse do Portão do Inferno, em Chapada dos Guimarães.
 
Kedma desapareceu na noite de quarta-feira (03). Antes de sair de casa, deixou uma mensagem de despedida em sua página pessoal no Facebook, dando a entender que iria fazer algo contra a própria vida.
 
Rodrigo contou que estava abastecendo em um posto, por volta das 14h30, quando um homem perguntou se ele estava livre. Ao dizer que sim, uma moça desceu do carro e entrou em seu táxi. Era Kedma, que o pediu para levá-la a Chapada.
 
Na estrada, Kedma perguntou quanto seria a corrida e falou para Rodrigo prosseguir.
 
“Quando chegou ao Portão do Inferno, ela me mandou parar, falou que ia descer. Aí, pagou e fui embora. Mas pensei que tinha alguma coisa errada e voltei para trás”, contou o taxista.
 
Eu vi ela passando já por dentro do parapeito lá do buraco e vi que ela ia se jogar mesmo. Falei: ‘Ela não está brincando não, ela vai mesmo’
 
Rodrigo deu a volta e parou o carro pouco depois de uma curva.
 
“Eu parei depois da curva, porque não tinha certeza que ela ia se jogar. Parei e fui descendo. Ai, vi ela passando já por dentro do parapeito lá do buraco e vi que ia se jogar mesmo. Pensei: ‘Ela não está brincando, não’”, disse Rodrigo.
 
Ele contou, então, que foi em direção a ela, mas não conseguiu segurá-la na primeira tentativa.
 
“Peguei no cabelo dela, só a ponta do cabelo, não deu para pegar tudo. O cabelo arrebentou e ela caiu pra dentro do parapeito. Sorte que caiu para cá, porque se ela cai para lá, já era”, afirmou.
 
Depois disso, tentou segurá-la novamente, mas o parapeito estava alto e ele não a alcançava.
 
“Arrebentou o cabelo dela e estava muito alto o parapeito, não deu para pegar nela ainda. Ela tentou levantar de novo e colocou o braço para fora. Foi quando eu segurei”, contou, Rodrigo.
 
Segundo o taxista, vários carros pararam, mas acharam que ele que iria pular, já que não dava para ver Kedma. Disse que as pessoas só chegaram perto quando ele balançou a mão e pediu socorro.
 
Não reconheceu
 
Rodrigo afirmou, ainda, que não reconheceu Kedma, porque está sem Facebook e não sabia que ela estava desaparecida. Depois que a salvou, um rapaz que ajudou a tirá-la do parapeito a levou para Chapada e disse que avisaria a família da jovem.
 
“O rapaz que viu ela falou: ‘Essa moça aqui é a que estava desaparecida’”, lembrou o taxista.
 
Rodrigo é taxista há um ano e disse que é a primeira vez que algo assim aconteceu enquanto trabalhava.
 
Entenda o caso
 
A família da estudante de Arquitetura Kedma Oliveira, de 23 anos, começou a procura a jovem na noite de quarta, quando ela deixou uma mensagem de despedida em sua página Facebook e desapareceu em Cuiabá.
 
A postagem de despedida de Kedma em seu Facebook teve 12 mil curtidas e mais de 6 mil comentários 
 
No texto, ela pedia desculpas aos pais e que cuidasseem de sua filha, de menos de um ano.
 
“Me desculpa por todas as vezes que fiz vocês chorarem. Prometo que essa será a última. Cuida da Yasmin para mim. Ela é tudo que vai restar de mim”, dizia trecho da publicação.
 
A jovem ainda dava a entender que o pai de sua filha e a irmã tenham parcela de culpa por seu desaparecimento.
 
“Não deixe ninguém tirar ela de vocês. Eu quero que ela cresça longe do Maykon e da Esthefanny”, Kedma escreveu.
 
Segundo amigos e familiares, a jovem saiu de casa dizendo que iria para academia.
 
O pai de Kedma, Erasmo Marciano de Oliveira, de 48 anos, chegou a recebeu uma ligação durante a madrugada da quinta-feira, em que a pessoa afirmava que a jovem havia tentado se jogar na frente de um carro na Avenida Fernando Corrêa da Costa.
 
“A mãe de um rapaz me ligou dizendo que o filho tinha visto a minha filha. Disse que ela tentou se jogar na frente do carro dele, mas o rapaz conseguiu desviar e parou o carro para conversar com ela”, disse.
 
Segundo Erasmo, o filho da mulher contou que logo em seguida chegou um veículo Honda Civic azul escuro. O condutor disse ser amigo da estudante e a levou.
 
O caso comoveu centenas de pessoas. A postagem de despedida de Kedma em sua rede social teve 12 mil curtidas e mais de 6 mil comentários dando conselhos e torcendo pela jovem. 


A postagem de despedida de Kedma em seu Facebook teve 12 mil curtidas e mais de 6 mil comentários 
 

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