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27/04/17 às 15:41

Chacina em Colniza - Conflito foi briga entre invasores, diz Jarbas

Avançam as investigações e secretário de Segurança afirma que o conflito foi gerado por briga entre invasores

Willian Silva, Diário de Cuiabá

Edição para ÁguaBoaNews, Clodoeste Kassu

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Chacina em Colniza - Conflito foi briga entre invasores, diz Jarbas

Rogers Jarbas: “É um conflito entre invasores, entre pessoas que estão buscando pela propriedade”

Foto: Gcom

Avançaram as investigações sobre a chacina que levou a morte de nove homens na gleba de Taquaruçu do Norte a 230 quilômetros de Colniza (1.065 km de Cuiabá) em busca da identificação dos suspeitos do crime. O crime ocorreu na quarta-feira (20), quando um grupo conhecido como ‘encapuzadas’ invadiu uma gleba e assassinou as vítimas com tiros e golpes de facão.

Segundo a secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), uma força-tarefa composta por 50 agentes públicos, da Polícia Militar, Civil, Bombeiro e Polícia Técnica, está na região em busca de informações o crime.

Apesar de informar que as investigações avançaram quanto a identificação dos autores do crime e dos mandantes, a Secretaria de Segurança preferiu não divulgar detalhes, por questão de segurança e para não atrapalhar as ações de inteligência que estão em curso na região.

Ontem, em uma entrevista para a Rádio Centro América, o secretário de Segurança Rogers Jarbas disse que o conflito foi motivado por briga entre invasores de terras e não por fazendeiros da região.

“Ali não há um conflito entre um suposto possuidor e um que está agora integrando aquela área. É um conflito entre invasores, entre pessoas que estão buscando pela propriedade, mas não há título [de propriedade]. Ali ainda não tem título”, explicou Jarbas. Segundo ele aquela é uma área privada que foi conferida pelo Tribunal de Justiça a uma associação de agricultores.

Segundo a Pastoral da Terra, a gleba é marcada há 10 anos por violência e conflitos por terras. “Investigações apontam que gerentes de fazendas da região comandam uma rede de capangas, fortemente armados, que usa de terror para expulsar os pequenos produtores”, disse em nota. Cerca de 100 famílias vivem nessa área de conflito.

Na segunda-feira (24), o secretário de Estado de Segurança Pública, Rogers Jarbas, esteve em Colniza reunido com autoridades e se comprometeu em solucionar o caso. "Vamos trazer um resultado eficiente e dar uma resposta a toda a população mato-grossense", disse o secretário de Estado.

O delegado Marcelo Miranda, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), foi para a região acompanhar pessoalmente os trabalhos nesta terça-feira (25).

Também fazem parte da equipe três investigadores, um escrivão de polícia e mais três peritos da Perícia Oficial e Identificação Técnica de Mato Grosso (Politec), especializados em local de crime e balística.

A região é isolada e para chegar ao local do crime, é preciso se deslocar cerca de 200 quilômetros de Colniza até o distrito de Guariba e mais um trecho de caminhonete e de barco, que pode durar cerca de oito horas, para só assim chegar à gleba de Taquaruçu do Norte.

"Na região não pega sinal de telefone celular, internet, nem qualquer outro tipo de comunicação. Lá não tem posto de saúde, mercado, nada. Só existe um acampamento com barracas de lona", relatou Rogers Jarbas.

Por isso, a secretaria informou que, além das ações envolvendo a segurança pública, outras medidas serão implementadas pelo Governo do Estado em diferentes áreas de atuação para atender demandas da população local.

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