Nos últimos 20 anos, a radioterapia foi objeto de muitas mudanças e pesquisas na medicina oncológica. Com a necessidade de precisão milimétrica, para que a dose de medicamento radioativo não afete tecidos sadios, as técnicas como Frame-based e FrameLess são exemplos das correntes acadêmicas da medicina e da física que criaram avanços tecnológicos de ponta em benefício da melhor forma para tratar os pacientes.
Durante o 1º Simpósio de Radiocirurgia Estereotáxica de Mato Grosso, que acontece nesta sexta-feira (31), em Cuiabá, o doutor Renan Serrano tratou sobre a Física da Radiocirurgia: Simulação e Planejamento. Serrano explica que a Frame-based trouxe o benefício de fixar o crânio do paciente enquanto se aplica o medicamento no tecido doente.
“Não se pode irradiar com muita incidência tecidos sadios, para isso exige-se localização precisa e planejamento complexo. O problema do Frame-based é que ele é muito invasivo, mas cumpre com boa margem de segurança e precisão este objetivo de acertar o alvo com precisão”, explica Serrano.
Em evolução ao frame-based surgiu o FrameLess, que consiste em métodos alternativos para a fixação do crânio como uso de máscaras. Para Serrano o problema é que a comunidade científica percebeu que nem sempre o FrameLess alcançou o objetivo de imobilizar o crânio.
Por essa razão, os anos de 1990 aportaram avanços no uso de imagens para monitoras as técnicas de combate aos tumores cranianos.
Por sua vez, o físico-médico membro da Sociedade Brasileira de Física Médica (Cepro), Armando Alaminos Bouza falou sobre a Física Médica, ponderando sobre as considerações e papel da SRS versus HFSRT.
“A grande preocupação da Física-Médica é com a precisão de atingir tão somente os tecidos doentes. Os avanços na neurocirurgia permitem técnicas que garantem a mobilidade ao médico e segurança ao paciente, o que resulta em maior margem para resultados plausíveis”, pontua Armando Bouza.
EVENTO - O “1º Simpósio de Radiocirurgia Estereotáxica de Mato Grosso”, acontece em Cuiabá para debater este tema tão importante para a radio-oncologia moderna, o Santa Rosa Onco, do Grupo Hospital Santa Rosa, em parceria com a Sociedade de Neurocirurgia de Mato Grosso, promovem o evento, que tem a participação dos professores da Universidade da Califórnia Los Angeles (UCLA), o doutor Antonio Afonso Ferreira de Salles e a mestre Alessandra Gorgulho.
SANTA ROSA ONCO – O Santa Rosa Onco é o único centro oncológico de Mato Grosso que oferece radiocirurgia. O primeiro procedimento realizado pela unidade aconteceu em setembro em uma paciente com neurinoma de acústico, um tumor benigno no ouvido e que poderia causar perda da audição.