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24/03/17 às 12:10 / Atualizada: 24/03/17 às 12:16

Penitenciária Alcaçuz / Nísia Floresta (RN) - Força Tarefa encontra 800 facas, dois revólveres e 200 celulares em cadeia

Durante quatro dias, agentes penitenciários fizeram varreduras no presídio

Edição para Água Boa News, Clodoeste Kassu

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Os agentes penitenciários que compõem a Força Tarefa de Intervenção Penitenciária – ação que vem sendo realizada na Penitenciária Estadual de Alcaçuz desde o fim das rebeliões de janeiro – concluíram nesta quinta-feira (23) a chamada ‘Operação Fênix’. Durante quatro dias foram feitas revistas dentro dos três pavilhões da unidade. Resultado: foram encontrados e apreendidos cerca de 800 facas, aproximadamente 200 aparelhos celulares, dois revólveres, munições, chips de telefone, pendrives, cartões de memória, carregadores e drogas, como maconha, cocaína e crack. Alcaçuz fica em Nísia Floresta, cidade da Grande Natal.

As buscas só foram possíveis após a transferência de 800 detentos dos pavilhões 1, 2 e 3 para o presídio Rogério Coutinho Madruga, mais conhecido como Pavilhão 5 de Alcaçuz. “Todo o material apreendido foi entregue à Polícia Civil, que vai fazer os procedimentos legais necessários”, disse o agente federal de execução penal Francisco Klenberg Batista, um dos coordenadores da operação.

A Secretaria de Justiça e da Cidadania (Sejuc), responsável pelas unidades prisionais do estado, informou que também vai instaurar uma sindicância para tentar identificar os responsáveis pela entrada do material na penitenciária.

A transferência dos presos de Alcaçuz para o Rogério Coutinho Madruga foi feita na segunda-feira (20) como parte do processo de reconstrução da maior penitenciária do Rio Grande do Norte. Alcaçuz ficou completamente destruída após as rebeliões de janeiro. Durante 14 dias, membros de duas facções criminosas se digladiaram dentro da unidade. No final, pelo menos 26 presos foram mortos. Destes, 15 foram decapitados. O episódio ficou conhecido como ‘Massacre de Alcaçuz’ – o mais violento da história do sistema carcerário potiguar.

Quatros corpos, ainda não identificados, permanecem no Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep). A Polícia Civil investiga os autores da barbárie.

Reconstrução

"A partir de agora é iniciado o trabalho de reconstrução. As obras começaram na segunda-feira mesmo e, inclusive, já tem máquinas e pessoas trabalhando na área. Os internos que estavam nos pavilhões 1, 2 e 3 vão permanecer no Pavilhão 5 até que se encerre esse trabalho", destacou Batista.
Ele ressalta que os agentes da força tarefa do Departamento Penitenciário Nacional vão assegurar a segurança do pavilhão 5. "A força tarefa garante que não há possibilidade de confrontos. Os presos estarão separados e teremos efetivo suficiente de agentes para garantir a segurança na unidade ao longo de todo esse período".

Risco

Sobre a transferências de presos da facção Sindicato do RN para o Pavilhão 5, onde estão detentos da facção PCC, a Coordenadoria de Administração Penitenciária alertou: “não é viável colocar duas facções rivais juntas, somando um total de mais de 1.200 presos”. E reforçou: “isso pode causar uma revolta generalizada em todas as unidades prisionais do estado”.

Em nota, a assessoria de comunicação do governo do estado disse que a transferência é a "continuação do trabalho que já se iniciou em janeiro, com a retomada do Pavilhão 5 pela Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP), sob coordenação e apoio do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), e que os presos transferidos ficarão temporariamente no Pavilhão 5 até que as ações de manutenção predial em Alcaçuz sejam realizadas.

O Sindicato dos Agentes Penitenciários do RN também fez alerta sobre os riscos. Em ofício enviado ao governo do estado, a entidade destaca que: "embora seja evidente a necessidade de reconstrução da referida unidade prisional, a operação idealizada pela FTIP do Ministério da Justiça trata-se de uma operação de altíssimo risco, não pelo fato de confinar no mesmo ambiente presos da facção PCC juntamente com presos da facção SCRN. Trata-se de uma operação de altíssimo risco em face dos desdobramentos para o que poderá acontecer para além do Complexo de Alcaçuz".

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