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19/03/17 às 20:44 / Atualizada: 19/03/17 às 21:01

Aos 26, jovem tem 6 lojas de roupas em MT: 'Dedicação e muito suor'

Bruna Monteiro abriu a primeira loja de moda feminina aos 19 anos. Sucesso nas redes sociais, empresária trabalha mais de 12 horas por dia.

Carolina Holland Do G1 MT

Edição para o AguaBoaNews, Clodoeste Kassu

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Aos 26, jovem tem 6 lojas de roupas em MT: 'Dedicação e muito suor'

Bruna Monteiro tem lojas de roupas femininas em Cuiabá e em Várzea Grande

Foto: Carolina Holland/ G1

Bruna Monteiro tinha 19 anos e nunca havia trabalhado quando decidiu abrir a primeira loja de moda feminina em Cuiabá. Paulista e filha de funcionários públicos, a decisão de tentar o próprio empreendimento veio da paixão pela moda e de um talento natural para negócios. À época, ela sequer tinha entrado na faculdade.
 
Hoje, aos 26 anos e já formada em administração, a empresária tem uma rede de seis lojas, sendo cinco na capital e uma em Várzea Grande, na região metropolitana.

Esses números colocam Bruna como uma dos 100 mil jovens que administram o próprio negócio em Mato Grosso, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Considerada bem-sucedida, a rotina de Bruna não é fácil e exige muita dedicação. Ela chega a trabalhar mais de 12 horas por dia, incluindo a gestão das redes sociais, que faz sozinha. Somente no Instagram, tem mais de 131 mil seguidores. Na página do Facebook, tem mais de 50 mil curtidas. O dia a dia é pesado, mas Bruna não reclama.

“Tenho verdadeira paixão pelo meu trabalho, faço tudo por amor. Às vezes eu fico tirando foto até de madrugada. Viajo para comprar minhas roupas, mas é por puro prazer, faço isso feliz. Para mim é uma diversão”, disse.
 
Empresária posa com peças e publica fotos nas redes sociais da loja (Foto: Reprodução/ Instagram)Empresária posa com peças e publica fotos nas redes sociais da loja (Foto: Reprodução/ Instagram)
 
Assim como em outros casos de sucesso no mundo empresarial, o começo da rede de lojas foi modesto. O primeiro espaço, no calçadão Antônio João, no Centro da capital, tinha 36 metros quadrados, e surgiu meio por acaso. “Soube que esse ponto estava para alugar. E moda é uma coisa que eu sempre fui apaixonada, sempre amei. Na medida do possível, estava sempre procurando tendências”, contou.

Sem capital para iniciar o negócio, a jovem recorreu à família, que tinha ficado no interior paulista depois que Bruna decidiu ir para Mato Grosso para tentar curso de direito numa universidade pública. “Pedi ajuda pro meu pai. Ele apoiou e deu dinheiro para fazer as primeiras compras. Fui para Goiânia e comprei a prazo, com muita dificuldade. No começo, tinha limite de R$ 1 mil para cada cartão. Era tudo muito pouco”, recordou.

Ainda assim, abriu a primeira loja. “Eram poucas roupas, parecia que tinha um cabide muito longe do outro”, lembrou. Além da estrutura física longe da ideal, a concorrência não era favorável: os comércios ao redor vendiam roupas mais populares com preços mais baixos. Ainda assim, a loja prosperou.

“Os meus vizinhos tinham esses tipos de peças e eu sempre quis fazer algo mais diferenciado. E foi muito bem aceito, porque não aquilo ali”, disse.
 
Roupas se adequam ao gosto e ao bolso das clientes, segundo Bruna (Foto: Carolina Holland/ G1)Roupas se adequam ao gosto e ao bolso das clientes, segundo Bruna (Foto: Carolina Holland/ G1)
 
Com as vendas dando certo, mas com saudades da família, Bruna decidiu chamar os pais para morar na capital mato-grossense. "Após um ano, liguei e perguntei se a minha mãe não queria vir para cá. A gente estava sofrendo muito, somos apegadas. E minha mãe acabou vindo. Pediu as e.ontas depois de 15 anos de trabalho. E meu pai conseguiu um acordo e veio", disse.

Desde então, os pais trabalham com a filha, sendo ele na parte de logística e, a mãe, na parte comercial. Após a vinda dos dois, foram abertas outras cinco lojas, localizadas no centro e em três shoppings da Grande Cuiabá. Dessas, duas foram inauguradas entre 2015 e em 2016, quando a economia do país já estava em crise.

Para Bruna, os segredos para ter conseguido êxito como empresária e driblar o momento econômico adverso foi agregar valor às roupas (“comecei a comprar somente em São Paulo”), mas, ainda assim, se adaptar ao poder aquisitivo da clientela.

“Se a gente trouxer o que o cliente quer com as condições que ele quer, ele vai comprar. Eu acompanhei o mercado. Vi que, se uma cliente não conseguia comprar uma blusa num valor x, então eu trazia uma blusa num outro valor. Eu não fiz o cliente se adaptar à minha necessidade, eu me adaptei à dele. A gente tem que ser a melhor opção para o cliente”, disse.
 
Ela disse que usa manequim 40 (Foto: Reprodução/ Instagram)Ela disse que usa manequim 40 (Foto: Reprodução/ Instagram)
 
Internet e a própria imagem

A empresária nunca fez curso de mídias sociais, mas sempre gostou da área. Os primeiros passos para fazer propaganda das roupas foram dados ainda no Orkut, que era a febre daquele momento. Na época, as fotos das peças eram feitas nos manequins. Somente em 2010 a empresária decidiu usar a própria imagem.

 
Visto 40, não sou aquilo que a gente só vê na passarela. Por isso acho que a clientes gostam e se veem representadas por mim"
Bruna Monteiro, empresária
 
O corpo mais parecido com o padrão da mulher brasileira, na avaliação de Bruna, ajudou o público a se identificar com ela e com as roupas.

“Eu não sou perfeita, não sou uma modelo que veste tamanho 36. Visto 40, não sou aquilo que a gente só vê na passarela. Por isso acho que a clientes gostam e se veem representadas por mim. Não faço retoques nas fotos, é muito natural, somente na frente do espelho”, disse.

Dicas

Para aqueles que sonham em ter o próprio negócio, a empresária recomenda que estejam preparados para se dedicarem integralmente a isso e que não fiquem aguardando demais o melhor momento para começar.

“Se você tem um sonho, um objetivo, você tem que colocar em prática. Tem que correr atrás com as condições que você tem. E não esperar vir a situação mais favorável, porque talvez ela não chegue. E tem que fazer com muito amor, carinho, dedicação e muito suor. O resultado vem de trabalho duro. Nada cai do céu”, aconselhou.

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