"Durante os trabalhos de buscas, fizemos um mapeamento de pessoas que seriam suspeitas de abuso infantil na região e essas pessoas citaram o nome do Luis. Apesar de não ter nenhum procedimento contra si, as testemunhas disseram que ele ficava na porta de escolas oferecendo dinheiro e balas para as crianças", destacou.
Após o depoimento, cujo teor não foi informado pela Polícia Civil, Luis foi liberado por não existir situação de flagrante ou qualquer elemento suficiente para determinar sua prisão.
Desaparecimento
Ana Clara desapareceu no início da tarde da última sexta-feira (17), no Residencial Antônio de Carlos Pires, em Goiânia. Segundo familiares, ela saiu para comprar um refrigerante, foi vista conversando com alguém em um carro prata, voltou para casa e almoçou.
Em seguida, saiu mais uma vez para entregar um dinheiro a uma vizinha. De acordo com a polícia, a menina esteve no local, mas não deixou o dinheiro. Ela desapareceu quando retornava para casa.
No carro, encontrado perto do corpo, havia álcool e um composto ácido (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
O corpo dela foi localizado em uma mata por volta das 9h. No local onde o corpo foi achado, que fica a cerca de 10 quilômetros de onde a criança sumiu, os policiais também acharam um VW Gol prata, que pode ser do suspeito do crime.
Pancada na cabeça
O Instituto Médico Legal (IML) de Goiânia informou que a causa provável da morte da garota foi traumatismo craniano. Segundo o diretor do IML, Marco Egberto, pela situação em que o corpo foi localizado, a suspeita é que ela tenha morrido na sexta-feira (17), dia em que desapareceu. "Provavelmente, foi uma pancada na cabeça, mas o médico ainda vai estudar as lesões", disse ao G1.
Luis foi morto após confronto com a PM
(Foto: Divulgação/Polícia Civil)
Egberto destacou ainda que não há como confirmar se a vítima sofreu algum tipo de violência sexual. A família já reconheceu o corpo no local onde ele foi localizado, mas será preciso coletar material genético para a confirmação oficial, o que deve ocorrer em uma semana. Por isso, o corpo será liberado como ignorado e depois a certidão de óbito é corrigida.
"Por toda a investigação, fizemos um termo de liberação para a família. Quando há grandes indícios de que o corpo seja de um parente de primeiro grau, podemos fazer isso. Eles assinam sendo responsáveis pelo corpo e informações prestadas", completou o diretor.
Suspeito é morto
Luis foi morto após ser baleado durante um confronto com policiais, no Setor Carolina Park, em Goiânia. Segundo a Polícia Civil, ele era conhecido e já foi vizinho da família da vítima. Atualmente, morava em um bairro próximo. Natural de Presidente Dutra (MA), ele trabalhava revendendo blocos de notas em Goiânia para comerciantes do Setor Campinas e da Rua 44, no Setor Norte Ferroviário.
Vizinhos da menina tentaram invadir um sobrado que fica uma rua abaixo da casa da garota, no Residencial Antônio de Carlos Pires, nesta manhã. Segundo eles, o imóvel pertence ao vendedor ambulante. A Cavalaria da Polícia Militar estava no bairro e impediu a invasão.
O imóvel estava fechado e aparentemente vazio. Populares chutaram o portão e chegaram a abri-lo, mas a PM, que estava na região, chegou e impediu que a casa fosse depredada. Os agentes seguiam no local por volta das 11h30 tentando acalmar os moradores. Ninguém foi preso.
Vizinha da família de Ana Clara, a dona de casa Aparecida Simão Vaz Lima, de 57 anos, diz que todos estão muito nervosos com o crime. “A gente está muito revoltado. Uma criança indefesa, quem sabe o sofrimento que ele a fez ela passar. A gente pede pelo amor de seja feita justiça. Queremos justiça para Ana Clara”, disse.