Depois de 48 horas, dois empresários que permaneciam como reféns dos indígenas do Pará foram liberados no início da tarde desta quinta-feira (19).
Segundo o empresário, Tito Lívio, de Cuiabá, os dois companheiros que ainda estavam na aldeia Àukre estão viajando de avião, neste momento, até o município de Redenção, aonde irão imediatamente para a Polícia Federal prestar depoimento. Tito e o piloto já tinham sidos liberados pelos índios, na terça-feira (17). A aldeia Àukre pertence a etnia Kayapó, e fica no Sul do Pará
A Fundação Nacional do Índio (Funai), de Brasília, juntamente com a Polícia Federal foram até o local para fazer a negociação com os indígenas. A Funai informou que está acompanhando o caso dos três empresários de Cuiabá e Várzea Grande.
Tito Lívio contou ao GD por telefone, direto de São Félix do Xingu, que eles saíram de avião do Aeroporto Internacional de Várzea Grande, na terça-feira, dia 17, a trabalho, rumo à Altamira, no Pará, mas pegaram muita chuva no caminho.
"Depois da Serra do Caximbo, não teve jeito, o tempo estava muito ruim, tivemos que desviar quase 1h30, foi quando ficamos rodando no ar. Quando ligamos o radar, apareceu a pista deles, que é homologada, e pousamos, em caráter de urgência nessa pista, foi um pouso forçado", detalha o empresário Tito, do ramo de montagem e desmontagem.
"Quando pousamos, os indígenas vieram conversar com a gente e cobraram R$ 30 mil pelo pouso. Éramos em 4, eu, o piloto e mais dois empresários, o Carlos Egídio, meu parceiro de negócios, e o meu sócio Christian Barreto Lima. Eu dei ao cacique o tinha em mãos que era R$ 3 mil e eles dividiram entre si. Para mim, tinha ficado tudo resolvido assim. Ficamos mais 2h30 na aldeia, esperando a chuva passar e, antes da gente levantar voo de novo, chegou do meio do mato um chefão, dizendo que não, que teríamos que pagar R$ 30 mil mesmo e depois de muita conversa eles me liberaram, a mim e ao piloto, para a gente ir na cidade buscar o resto do dinheiro", conta.
Na quarta-feira (18), eles voltariam para pagar, acontece que o clima não melhorou. Chovia muito na região. Nesse meio tempo, a Funai foi à aldeia e a Polícia Civil também entrou no caso e orientou o empresário Tito a não pagar mais nada, já que se tratou de um pouso forçado.
"Recebi uma ligação, de um número não identificado, informando que o valor agora já era R$ 100 mil", assusta-se Tito.
Na manhã desta quinta-feira, ele falou com o GD já a caminho do Aeroporto de São José do Xingu, para seguir para a aldeia Àukre, com a Funai, a Polícia e um cacique Kayapó. A intenção era convencer os parentes de que não se tratava de uma invasão , mas sim de uma emergência.