Notícias / Educação

21/09/16 às 16:58 / Atualizada: 21/09/16 às 17:27

GREVE GERAL - Professores da UFMT decidem paralisar atividades nos dias 22 e 29/09

Luana Soutos - Adufmat-Ssind

AGUA BOA NEWS

Imprimir Enviar para um amigo
Os professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) aderiram à orientação nacional de diversas categorias de trabalhadores e decidiram, em assembleia geral realizada nessa quarta-feira, 21/09, paralisar as atividades nos dias 22 e 29/09. “Fora Temer, sim, e em defesa de ninguém. São os direitos que estão em jogo”, disse o professor José Domingues, como que resumindo o tom do debate, que evidenciou, entre outras coisas, os perigos dos projetos de lei 257/16 e 241/16, além das reformas da previdência e trabalhista, propostas pelo governo federal.

“Nós temos um canhão apontados para nós”, alertou o docente Marcos Caron. “As reformas trabalhista e da previdência colocam em risco direitos de toda uma geração. Não somos nós que estamos dizendo isso. Leiam as propostas apresentadas, elas são bastante claras”, continuou o professor.

A avaliação da categoria é de que esses ataques estão em curso desde a promulgação da Constituição da República de 1988, mas não são tão duros desde a década de 1990. “Essas propostas sempre estiveram em pauta no Congresso Nacional, mas agora estão passando como um trator, e nós temos de fazer esse enfrentamento”, defendeu Domingues.

A Reforma Trabalhista tem a intenção de flexibilizar as relações entre funcionários e patrões, fragilizando a legislação que protege o trabalhador na medida em que coloca o negociado acima do legislado. Assim, direitos como férias remuneradas, décimo terceiro salário, licenças maternidade, carga horária de trabalho, horário de almoço, entre outros, ficariam a cargo do que a empresa oferece. A Reforma da Previdência prevê a redução do valor mínimo da aposentadoria, aumento da idade necessária para dar entrada no benefício, além da alteração brusca na aposentadoria de trabalhadores da área rural. Os projetos de Lei 257/16 e 241/16 determinam, respectivamente, a redução e o congelamento por até 20 anos dos recursos destinados aos serviços públicos, comprometendo investimentos, concursos públicos e a qualidade dos trabalhos prestados à população.

“Somente com relação ao ensino superior, a previsão orçamentária para 2017 traz cortes na esfera de 45%. Isso pode representar, por exemplo, a condenação do campus da UFMT em Várzea Grande”, destacou o presidente do sindicato dos docentes da UFMT (Adufmat- Seção Sindical do ANDES), Reginaldo Araújo.       
     
O movimento de construção da greve geral consiste no diálogo entre diversas categorias de trabalhadores, dos setores públicos e privados, com o objetivo de programar datas pontuais de paralisação conjunta. A ideia é tensionar com o governo, sinalizando o descontentamento com as políticas de ajuste fiscal que retiram direitos dos trabalhadores. “Nosso sindicato faz a leitura de que 24h de paralisação, com o maior número de categorias possível, incluindo os setores produtivos, será um grande incômodo para o governo”, explicou Araújo.

Também foram deliberações dessa terça-feira a participação da categoria nas manifestações unificadas programadas para essas datas (22 e 29/09), além das contribuições no Seminário Defesa da Política Previdenciária e dos Direitos Sociais, que será realizado nessa sexta-feira (23), a partir das 8h, com profissionais de diversas áreas e regiões do país.
 
Outras preocupações
 
Durante os debates dessa terça-feira, os docentes da UFMT pontuaram também as preocupações com medidas autoritárias e conservadoras do governo federal, como a Reforma do Ensino Médio e a proposta Escola sem Partido, chamada pelo Movimento Docente de “Escola com Mordaça”. “A Reforma do Ensino Médio foi apresentada como uma Medida Provisória, isso é, não será debatida, nem precisará por aprovação. Isso é um Ato Institucional, tal qual os militares faziam durante a ditadura”, denunciou o docente Maelison Neves.

comentar1 comentário

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Agua Boa News. É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. O site Agua Boa News poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.

  • por Luis Gonzaga Domingues, em 22/09/16 às 19:08

    O PT cometeu o maior erro histórico ao realizar coligação com esses partidos da ultra direita nazista nos últimos sabendo que eles eram totalmente contra a classe trabalhadora. Eles querem manter a escravidão nesse país a todo custo. A elite não se conforma com os avanços dos últimos anos onde negros, índios e uma parcela dos brancos pobres entraram em várias Universidades reconhecidas nacionalmente e internacionalmente pela sua qualidade de ensino e também esses pobres passaram a frequentar cursos que só a elite que não trabalha podia realizar. Além disso, o PT se ao que tinha de mais podre e corrupto no Brasil com no caso do PMDB, PSDB, PP, PR, DEM, PSC, PSB e outros reacionários que pesam na acumulação de riqueza pensando em levar para o inferno. É lamentável o que ocorreu já que todos os trabalhados e/ou escravos acham que estavam se libertando do capitalismo selvagem desse país que por incrível que pareça é sétima potencia da Terra em produção de riqueza, mas ainda está mal colocado em termos de distribuição de riqueza se comparado com países do norte da Europa(Finlândia, Noruega, Suécia, Dinamarca, Bélgica, e também outros não fazem parte da região como a Alemanha, Suíça, Austrália e Japão, etc.).

 
 
 
Sitevip Internet