Investigação de venda de arma de fogo via redes sociais termina no assassinato de policial militar e de um dos suspeitos que era investigado pelo Serviço de Inteligência do 24º Batalhão, do bairro Pedra 90. O soldado PM Elcio Ramos Leite, 29, foi atingido por um tiro na cabeça e morreu ao ser encaminhado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA), da Morada do Ouro.
Crime ocorreu por volta das 13h30 e menos de duas horas após sua morte, um dos suspeitos é executado com um tiro na cabeça, logo depois de se render a policiais militares. A rendição foi acompanhada por equipe de reportagem do jornal A Gazeta, que foi afastada do local com outros profissionais da imprensa.
Em seguida, foram ouvidos os disparos e foi passada a informação de que André Luiz de Oliveira, teria sido morto durante a ação. Em seguida, dois irmãos Carlos Alberto Oliveira Júnior, 31. e Renan Alves de Oliveira, 22, são presos pela PM e encaminhados para a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), acusados de participarem a morte do policial. Renan estava com a pistola ponto 40 que foi levada do policial militar morto.
Situação envolvendo as duas execuções mobilizou a cúpula da segurança pública, tanto no local onde ocorreram os fatos, como em coletiva à imprensa, no Comando Geral da Polícia Militar, por volta das 18h.
O secretário de Segurança Pública Rogers Jarbas foi ao bairro CPA 3, no setor 5, onde André foi morto. Em seguida, acompanhou o comandante geral da PM Coronel Gley Alves de Almeida Castro, em coletiva.
A tônica do comando era o luto pela morte do policial, que ingressou na corporação em 2011. A atuação do profissional foi enaltecida, como um dos melhores policiais do Serviço de Inteligência.
Segundo Rogers, o policial atuava com outro soldado na investigação de venda de armas de fogo por redes sociais e André era o suspeito. Segundo versão do Polícia, na abordagem André teria reagido e tomado arma do policial, feito o disparo contra ele. O soldado foi atingido ao tentar proteger o policial que atuava com ele.
Na sequência do crime, as forças policiais da Capital foram concentradas na busca por André e o cúmplice que estaria com ele. André foi localizado escondido na casa de uma vizinha, quando foi retirado pela janela por policiais militares, antes de ser morto.
Rogers, durante a entrevista foi questionado pela imprensa sobre a ação que resultou na morte do suspeito e da truculência dos policiais em relação as testemunhas, no local do fato, inclusive pela agressão física a um fotógrafo atingido por um soco.
Garantiu que toda ação será apurada, em investigação da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a partir da investigação da qual participava o soldado morto. Ressaltou que a ação dos PMs também será acompanhada.
A suposta arma do policial que havia sido roubada e as armas dos PMs, durante o confronto, serão encaminhadas para perícia, garantiu o secretário.
Nas duas mortes a perícia no local dos crimes ficou prejudicada. O policial foi retirado por amigos e encaminhado até a Upa. Já, o corpo de André, supostamente morto com um tiro de grosso calibre no rosto, também foi retirado pelos policiais. Mas a foto do rosto de André, circulava pelos grupos de whats app, logo após o crime.
Até às 19h o Instituto de Medicina Legal (IML), havia sido acionado apenas para buscar o corpo do soldado na Upa.
Família
O pai de André concedeu entrevista à imprensa no local dos fatos. Disse que pouco antes o filho teria ligado para ele dizendo que tinha um homem à paisana, na porta de casa, exigindo dinheiro dele, dizendo que era Polícia.
O pai disse que não era para ele atender que já chegaria ao local. Logo depois o filho ligou novamente e disse que lutou com o homem e atirou contra ele e descobriu que se tratava de policial militar. Em seguida perdeu o contato com ele.
Presos, familiares e testemunhas foram encaminhados à DHPP para serem ouvidas pelo delegado Antônio Carlos Araújo.