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10/07/16 às 08:08

Gado de Pedro Nadaf vai a leilão

Diário de Cuiabá

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A juíza Edleuza Zorgetti Monteiro determinou que sejam leiloadas as 714 cabeças de gado pertencentes ao ex-secretário-chefe da Casa Civil Pedro Nadaf, adquirido com dinheiro de propina de empresas recebido enquanto exerceu função pública.

Um dos cheques que permitiram a aquisição de bovinos partiu da empresa Tractor Parts, que confessou em depoimento à Polícia Civil ter pago R$ 2,5 milhões a Nadaf para usufruir de incentivos fiscais, o que veio a ser atestado na operação Sodoma.

O primeiro leilão está programado para o dia 28 de julho, às 14h, no Fórum de Cuiabá. Para o dia 11 de agosto ficou programado um novo leilão, que será realizado se eventualmente o gado não for arrematado na 1ª data prevista.

O esquema para a compra dos animais foi revelado pelo ex-secretário de Administração, César Zílio, que firmou acordo de delação premiada após ser preso na 2ª fase da “operação Sodoma”. O gado, avaliado em R$ 850 mil, foi adquirido junto à família de Zílio e estava em fazendas administradas por ele.

Nadaf efetuou a compra dos animais de Zílio e usou o pasto das fazendas Campo Alto e Santa Bárbara, de propriedade de Zílio. Das 1,2 mil cabeças compradas pelo ex-secretário do então amigo, 486 já foram vendidas e outros 714 ainda estão na propriedade rural.

O negócio entre os dois ex-integrantes do Palácio Paiaguás foi feito na "base do fio de bigode". "Com o propósito de ocultar estes bens, a transação foi toda realizada de forma clandestina, sem emissão das respectivas notas fiscais de venda e sem registrar a aquisição e propriedade no órgão competente e na Receita Federal", assinala a denúncia da promotora Ana Cristina Bardusco.

Ele também confirmou que Nadaf usou cheques de fornecedores do Estado para honrar o negócio.

Em depoimento ao delegado Lindomar Toffoli, Nadaf tentou ainda ocultar a propriedade dos animais alegando que todos já haviam sido comercializados. "A transação comercial foi admitida por Pedro Nadaf, quando inquirido pela autoridade policial em 17 de março de 2016, acompanhado por advogado, apresentando detalhes das tratativas. Todavia, com o fito de ocultar patrimônio existente, sustentou que adquiriu cerca de 100 cabeças nas quatro vezes em que realizou negócios com o pai de César, tendo ao todo adquirido cerca de 400 cabeças, as quais já havia comercializado, portanto não possuindo nenhuma cabeça de gado", explicou.

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