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06/07/16 às 10:30

Bacia do Rio Tanguro, que abastece cidade de Canarana, será recuperada

Iniciativa planeja recuperar áreas de preservação permanente degradadas ao longo de mais de 373 km de curso d’água da Bacia do Rio Tanguro, desde a sua nascente até o ponto de captação de água da cidade de Canarana-MT

Rafael Govari – ISA

AGUA BOA NEWS

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O ISA (Instituto Socioambiental) em parceria com o COMDEMA (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente), iniciaram neste mês de julho a prospecção de propriedades que margeiam o curso d’água da Bacia do Rio Tanguro, em Canarana-MT, para firmar parceria com o objetivo de recuperar 10 hectares de APPD (Área de Preservação Permanente Degradada).

A recuperação de APPD vem sendo feita no âmbito da Campanha Y Ikatu Xingu desde o ano de 2004 na Bacia do Rio Xingu, do qual faz parte o Rio Tanguro. Até agora, estão em processo de restauração florestal cerca de 3.500 hectares de áreas degradadas. A ação específica no Rio Tanguro se dá pela importância que o mesmo tem para os moradores da cidade de Canarana, para chacareiros, fazendeiros e aldeias indígenas.

“Com o desmatamento que aconteceu ao longo dos anos no processo de ocupação da Bacia do Rio Xingu, estão sendo percebidas alterações físicas no leito dos rios, na frequência das chuvas e na fauna, o que mostra a necessidade de se recuperar, conservar e enriquecer os ecossistemas. Entendemos que a proteção da floresta e a recuperação das APPDs, são primordiais para a qualidade e quantidade da água dos rios. É isso que a campanha vem fazendo há mais de 10 anos na Bacia do Rio Xingu”, disse o técnico do ISA, Heber Queiroz.

O Rio Tanguro nasce na Terra Indígena Pimentel Barbosa, interior de Canarana. Até a estação de captação da água, próximo à cidade, são 373 km de curso d’água, contando o Rio Tanguro e seus afluentes, além de 137 nascentes (mapeamento prévio realizado pelo ISA). A população da cidade é abastecida com água captada no rio. Ao longo do seu curso, muitos chacareiros e fazendeiros utilizam de sua água. Já na sua foz, próxima ao Rio Xingu, dentro do Parque Indígena do Xingu, algumas aldeias indígenas também utilizam a água do Rio Tanguro.

O ISA juntamente com o COMDEMA lançou essa iniciativa com a ideia de melhorar a qualidade e a quantidade da água, que é tão importante para os moradores da cidade e do interior do município. Desde o ano de 2015, fortes estiagens na região, junto com o aumento da população e do consumo, tem trazido racionamento de água para os moradores da cidade. (Leia mais em clicando aqui).

Com a aprovação do Código Florestal, produtores terão que se adequar às novas leis e reflorestar as APPs. A metragem varia de propriedade para propriedade, de acordo com o módulo fiscal. Com a iniciativa, os produtores que precisam recuperar, terão um apoio importante. Porém, pela importância do rio, acredita-se que os parceiros não serão apenas os produtores que precisam recuperar, mas também toda a população urbana. E a metragem de área a ser recuperada poderá até ser maior do que a lei pede, caso haja o interesse dos proprietários.

No sistema de parceria para a recuperação das áreas degradadas, o ISA entrará com as sementes e o apoio técnico, enquanto produtores entrarão com o maquinário, mão de obra e o cercamento quando necessário. Além dos técnicos do ISA, o Comdema está auxiliando na prospecção de propriedades parceiras. Os conselheiros têm contato com proprietários às margens do curso d’água do Rio Tanguro. Fazem parte do conselho representantes de diversas entidades do município e técnicos de empresas que trabalham na área ambiental.

Os produtores interessados em firmar a parceria precisam entrar em contato com o ISA ou com o COMDEMA até este mês de julho para posterior planejamento. As sementes usadas no plantio virão dos coletores da Rede de Sementes do Xingu e o sistema utilizado será o plantio direto, quando se usa trator e plantadeira agrícola para semear as sementes florestais, o que diminui custos e tem maior eficiência. A previsão é plantar os 10 hectares até o final deste ano.

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Rio Tanguro, logo abaixo da estação de captação de água. Foto: Rafael Govari – ISA

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Aluna planta muda em área de APPD em nascente que fica dentro da cidade de Canarana e que deságua no Rio Tanguro. Foto: Rafael Govari – ISA

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Seu Amandio Micolino, proprietário da fazenda São Roque, já recuperou 7,5 hectares de área degradada na beira do Rio Tanguro. Na foto, ele está coberto pela floresta que ele mesmo plantou. Foto: Rafael Govari – ISA

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