Os servidores estaduais, que encontram-se em greve há mais de 20 dias para cobrar a reposição salarial de 11,28%, fizeram um protesto em frente ao Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, nesta quinta-feira (23), data da chegada da Tocha Olímpica à Grande Cuiabá. Os manifestantes seguraram cartazes com frases criticando o governador Pedro Taques (PSDB) e contra o presidente em exercício, Michel Temer (PMDB). Um dos manifestantes foi "fantasiado" de governador do estado.
A Chama Olímpica chegou de avião às 10h [11h no horário de Brasília] para um tour por Várzea Grande, Cuiabá, Poconé, Nobres e Chapada dos Guimarães.
"Queremos apenas o cumprimento da lei, que prevê a recomposição da inflação. Esse projeto votado ontem [na ALMT] traz muitos impactos pra categoria e vamos levar essa questão para Justiça", declarou a presidente do Sindicato dos Servidores do Departamento de Trânsito de Mato Grosso (Sinetran), Daiane Rener, durante o protesto.
Agentes da Força Nacional fazem a segurança da tocha (Foto: Carolina Holland/ G1)
Foi montado um palco na rotatória do aeroporto e os manifestantes se concentraram no local, onde aconteceu a cerimônia de chegada da Tocha Olímpica. Quando o símbolo da Olímpiada chegou, alguns manifestantes tentaram chegar mais perto e foram impedidos pelos policiais, que fazem a segurança do evento.
Após essa breve cerimônia, a Tocha Olímpica seguiu em comboio, devendo passar pelas avenidas Filinto Müller, Castelo Branco e Couto Magalhães, com paradas no 4º Batalhão da Polícia Militar, Praça Aquidabam, Igreja Nossa Senhora do Carmo e Banco Bradesco, na região central de Várzea Grande.
Eles se concentraram em frente ao palco montado para uma cerimônia (Foto: Carolina Holland/ G1)
Nesta quarta-feira (22), a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) aprovou em primeira votação o projeto do governo do estado prevendo o pagamento parcelado de 6% da Revisão Geral Anual (RGA), referente a perdas inflacionárias de 2015. Pela proposta do governo, o pagamento deve ser parcelado em três vezes de 2%, sendo uma em 2016 e outras duas concedidas em 2017.
Manifestante se vestiu de governador para participar de protesto (Foto: Carolina Holland/ G1)
A aprovação ocorreu no mesmo dia em que o governo rejeitou a contraproposta feita pelos servidores, do pagamento parcelado dos 11,28%. O Fórum Sindical em reunião com os deputados, na terça-feira (21), haviam proposto ao governo a concessão em três parcelas de 2%, pagas em setembro de 2016, e janeiro e março de 2017, e a quarta parcela, de 4,21%, em abril do próximo ano. O 1,07% restante, referente ao retroativo da reposição referente a maio de 2016, seria pago em setembro de 2017, garantindo, assim, o pagamento integral da RGA.
Desde o início da greve, o governo já fez quatro propostas para pagar a RGA, sempre de forma parcelada. A primeiro previa pagar 5%, enquanto as demias previam o pagamento de 6%.