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23/06/16 às 07:45

LAVA JATO - Após depor em MT, diretor da Friboi é citado por delator como financiador do PMDB

Sérgio Machado diz que Francisco de Asssis e Silva ajudou financeiramente candidatos do PMDB nos estados

Rafael Costa - Folha Max

Edição para Agua Boa News, Clodoeste Kassu

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O diretor do frigorífico JBS/Friboi, Francisco de Assis e Silva, foi citado no termo de colaboração premiada firmada pelo ex-senador e ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, na Operação Lava Jato da Polícia Federal como um dos responsáveis pelas transferências milionárias de dinheiro em favor de candidatos nas eleições de 2014. De acordo com Sérgio Machado, o PT se comprometeu em auxiliar o PMDB com R$ 40 milhões e essa doação seria feita por meio da JBS Friboi.

Houve até mesmo uma reunião casa do atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) para traçar estratégias do repasse do dinheiro. A quantia de R$ 40 milhões serviu para abastecer o caixa de campanha dos candidatos ao Senado pelo PMDB, e serviu de motivo para o presidente da República interino, Michel Temer, se articular para reassumir a presidência nacional do PMDB, pois teria poder de controlar os recursos financeiros.

De acordo com o delator, ficou definido ajuda da Friboi para candidatos do PMDB nos estados. Em Mato Grosso, no ano de 2014, os peemedebistas indicaram a então deputada estadual Teté Bezerra (PMDB) como vice na chapa do ex-vereador Lúdio Cabral (PT), que acabou sendo derrotado pelo governador Pedro Taques (PSDB). “Que encontrei uma vez na casa do Renan o diretor da JBS Francisco de Assis e Silva; Que nesta oportunidade o diretor da JBS comentou comigo que vinha ajudando em diversas campanhas políticas, que no que diz respeito ao PMDB seriam contemplados por doações da JBS diversos senadores:Renan Calheiros, Jader Barbalho, Romero Jucá, Eunício Oliveira, Vital do Rego, Eduardo Braga, Edison Lobão, Valdir Raupp, Roberto Requião e outros”, diz um dos trechos da delação premiada.

E ainda completou: “o apoio financeiro do PT foi um dos fatores que fizeram com que Michel Temer reassumisse a presidência do PMDB, visando controlar a destinação dos recursos do partido”. Na terça-feira, Francisco de Assis e Silva compareceu a sede da Assembleia Legislativa para prestar depoimento na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) a Renúncia e Sonegação Fiscal da Assembleia Legislativa. 

No depoimento considerado evasivo, afirmou que o frigorífico JBS devolveu R$ 380 milhões aos cofres públicos de Mato Grosso que não foram recolhidos devido a incentivo fiscal até 2011, agora identificado como parte de esquema fraudulento do governo. O acordo para a reposição do dinheiro foi firmado por meio de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) assinado pela empresa com o Ministério Público Estadual.

No entanto, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa, que investiga casos de incentivo fiscal, diz que a JBS é devedora de outros R$ 100 milhões não recolhidos em anos anteriores a 2011 por meio do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial (Prodeic). Esses incentivos teriam sido concedidos durante a gestão de Pedro Nadaf na então Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia. “A empresa teve concessão com os incentivos do Crédito Outorgado e o Prodeic. Apesar disso, a JBS afirma que fez tudo dentro da legalidade, porém temos documentos que comprovam a ilegalidade. É fato que havia um tratamento diferenciado, diferente daquele dado às pequenas e médias empresas”, disse o deputado José Carlos do Pátio (PSB), presidente da CPI.

Por outro lado, o diretor do frigorífico, Francisco de Assis e Silva, nega que as plantas da empresa em Mato Grosso tenham recebido taxação diferenciada antes de 2011 como forma de incentivo de produção. “Enquanto todos estavam taxados em 0% a 1%, a JBS tinha de pagar 3,5% de alíquota de ICMS”, disse.

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