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01/06/16 às 15:22

Mais 2 escolas são ocupadas contra projeto de parceria público-privada

Número de escolas ocupadas chegou a 16 nesta quarta-feira (1º) Governador de MT nega privatização e diz que Sintep-MT está mentindo.

Carolina Holland Do G1 MT

Edição para Agua Boa News, Clodoeste Kassu

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Mais duas escolas estaduais foram ocupadas nas últimas 24 horas contra o projeto do governo de Mato Grosso de fazer parceria com a iniciativa privada na Educação. Estudantes fizeram ocupação das escolas Presidente Médici, no bairro Araés, e Raimundo Pinheiro da Silva, no Shangri-lá, ambas em Cuiabá. Com mais essas duas, o número de instituições ocupadas chega a 16, informou a AME (Associação Mato-grossense dos Estudantes).

Nesta quarta-feira (1º), em entrevista ao programa Bom Dia MT, o governador Pedro Taques (PSDB) disse que a parceria público-privada na Educação não significa, na prática, a privatização do setor e acusou o Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sintep-MT) de mentir.
 
"Nós não vamos privatizar as escolas. Isso é uma mentira, eu vou repetir, uma mentira do Sindicato dos Profissionais da Educação [Sintep]. Estão mentindo aos pais e aos alunos. (...) O sindicato está mentindo que nós cobraremos mensalidade. Eu sou contra a privatização do ensino público", disse.
Ao G1, o presidente do Sintep-MT, Henrique Lopes do Nascimento, disse que lamenta a declaração do governador e cobrou respeito por parte do chefe do Executivo ao sindicato.
"Eu exijo respeito dele, na condição de líder maior do estado, perante a categoria. Atitudes como essa não contribuem para superar o conflito atual. Ao invés de dar esse tipo de declaração, o governador deveria ser mais propositivo", disse Nascimento. O Sintep faz parte das 28 categorias do estado que entraram em greve nesta semana para cobrar o pagamento da recomposição da inflação aos servidores.

Funcionamento

Taques ainda falou sobre como funcionaria o projeto de PPP proposto pelo governo. "A iniciativa privada vai construir o prédio, vai contratar o vigilante, a limpeza da escola. E o estado vai pagar durante um determinado tempo. O prédio é do estado", afirmou.

O governador disse também que ainda serão realizadas audiências públicas sobre o tema e que se a população não aprovar o projeto, ele não vai ser implantado. "Se a sociedade não desejar, se os pais não desejarem, se os alunos não desejarem, se os professores não desejarem, nós não faremos", disse.

As ocupações tiveram início no dia 22 de maio. Além da Presidente Médici e da Raimundo Pinheiro, estão ocupadas em Cuiabá as escolas Rafael Rueda, Estevão Alves, João Panarotto, Padre Ernesto Barreto e Juarez Junges. Em Várzea Grande, região metropolitana, as ocupações são nas escolas Elmaz Gattas, Marlene de Barros, Ubaldo Monteiro, Jaime de Campos Junior, Fernando Leite, Milton Figueiredo e Elizabeth de Araújo. E, em Barra do Garças, a 516 km da capital, estão ocupadas a Cristino Cortes e Gaspar Dutra.

O projeto do estado contempla 31 construções de novos prédios, reformas e ampliação em 21 escolas e reforma de 13 e construção de dois Cefapros (Centro de Formação de Professores). Em 24 escolas que estão em fase de conclusão das obras, uma empresa deverá fazer a gestão, incluindo a manutenção do prédio.

Outro lado

Ao G1, Henrique Lopes do Nascimento reafirmou que o projeto "abre as portas" para a privatização. "O projeto do governo está escrito em língua portuguesa. Qualquer cidadão letrado consegue entender. O governo pretende passar para a iniciativa privada serviços de gestão, manutenção e infraestrutura, que são desenvolvidos hoje por trabalhadores da educação. E o documento diz que isso é o que seria feito inicialmente", disse o presidente do Sintep-MT.

Para o sindicalista, o estado planeja com a PPP terceirizar serviços da Educação e disse que Taques não está sendo sincero com a população. "O governo está tentando, de forma maquiada, passar um projeto de terceirização e não quer arcar com o ônus. Portanto, se alguém não está falando a verdade, esse alguém não é o Sintep", declarou.

Nascimento afirmou ainda que o sindicato não é contrário que sejam firmadas parcerias para a construção, ampliação e reforma das escolas, que são "clamores da sociedade".

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