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13/04/16 às 19:26

BARRA DO GARÇAS - Ex-prefeito acusado de fraude é ouvido pela PF e liberado

Welington Sabino - Gazeta Digital

Edição para Agua Boa News, Clodoeste Kassu

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O ex-prefeito Wanderlei Farias Santos (PR), réu em várias ações civis por improbidade e investigado em inquéritos criminais que tramitam na justiça estadual, foi um dos alvos da Operação Ultimatum deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (13) no município de Barra do Garças (509 Km a leste de Cuiabá). Os agentes da PF cumpriram mandado de busca e apreensão na casa de Farias e o conduziram coercitivamente para prestar depoimento ao delegado responsável pelo caso.

De acordo com a PF, o foco das investigações é um esquema de desvio de R$ 6 milhões do Fundo Municipal de Previdência Social dos Servidores de Barra do Garças/MT (Barra Previ). Também foi cumprido um mandado de busca e apreensão casa de Diva da Conceição Vicente Nascimento que era contadora do Município na gestão de Farias. O terceiro investigado na gestão de Farias é um ex-procurador de Barra do Garças.

No total, foram expedidos 6 mandados judiciais, sendo 2 deles para buscas e apreensões e outros 4 de condução coercitiva, quando a pessoa é levada para prestar depoimento mesmo contra vontade e liberada em seguida. Foram cumpridos 5 em Barra do Garças e 1 no município de Uberlândia em Minas Gerais, local onde uma pessoa também foi conduzida coercitivamente para ser ouvida.

Os investigados foram interrogados e liberados no começo da tarde. Por volta das 14h, os delegados Divino Alves Caetano Neto e Rafael Valadares de Olivera, que conduzem as investigações, concederam uma entrevista coletiva em Barra do Garças. Divino explicou que ainda existem diligências a serem realizadas com objetivo de escobrir se o ex-prefeito teve algum benefício financeiro, qual o valor e enventuais  co-autores . Explicou também que a investigação teve início em 2014, mas só foi repassada a ele em 2015, pois antes era conduzida por outro delegado.

Em Barra do Garças foram apreendidos documentos, midias, celualres e aparelhos de informática. Agora, os materiais serão analisados pela equipe e só então serão definidas as próximas etapas.

A investigação aponta que Wanderley desviou de forma fraudulenta e clandestina cerca de R$ 6 milhões do BarraPrevi aplicando o valor num fundo de investimento notoriamente deficitário, o Adinvest, conforme publicação do Banco Central e da Comissão de Valores Imobiliários (CVM). O investimento foi realizado cerca de um mês antes do término do mandato de Farias, após a derrota de sua candidata, Andréia Santos de Almeida Soares (PR), prima de Wanderlei, nas eleições municipais de 2012, sem as formalidades legalmente impostas.

De acordo com a Polícia Federal, para dissimular e ocultar a fraude, os agentes públicos envolvidos no esquema fizeram o valor desviado transitar por diferentes contas bancárias até a definitiva aplicação ruinosa. Eles ainda fizeram do declarações falsas no último balancete que produziram antes do término do mandato, afirmando que R$ 6 milhões se encontravam nas contas do BarraPrevi. Tal aplicação, segundo a PF, já causou um prejuízo de cerca de R$ 2 milhões ao fundo, impossibilitando a retirada do dinheiro aplicado com o fim de evitar maiores prejuízos.

Processos de Wanderley

A passagem de Wanderley Farias pela vida pública lhe rendeu diversas ações por improbidade na Justiça de Mato Grosso movidas pelo Ministério Público Estadual (MPE). Algumas já tem sentenças condenatórias, mas ainda em fase de recursos. Outras continuam tramitando nas varas de Barra do Garças. Em 2012, quando ele ainda era prefeito, foi condenado foi condenados por improbidade administrativa, perda do mandato e suspensão dos direitos políticos por 5 anos.

Juntamente com a então vereadora Antônia Jacob Barbosa (PR), Farias foi acusado de fraudar a previdência por meio de uma aposentadoria concedida irregularmente à parlamentar com um rombo estimado em R$ 79,6 mil.

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