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31/03/16 às 12:27

DELAÇÃO NA SODOMA - Ex-secretário confessa propina de R$ 70 mil por mês de posto e entrega esquema na Sinfra

Redação Folha Max

Edição para Agua Boa News, Clodoeste Kassu

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O ex-secretário de Administração do Governo do Estado, Cézar Roberto Zílio, revelou que as propinas recebidas durante o período em que esteve a frente da pasta não se restringiram apenas a empresa Consignum, que gerenciava o sistema de empréstimos consignados pelos servidores públicos estaduais. O ex-secretário, que foi preso em 11 de março, firmou acordo de delação premiada com o Ministério Público e teve a prisão revogada pela juíza Selma Rosane Santos Arruda.

Em depoimento, o ex-secretário contou que o Auto Posto Marmeleiro, responsável pelo abastecimento da frota de veículos do Governo, também pagava propina para manter seu contrato. Ele disse que recebia cerca de R$ 70 mil por mês. Parte deste valor era repassado ao ex-governador Silval Barbosa.

Segundo o ex-secretário, o esquema também era operado na extinta Secretaria de Transporte e Pavimentação Urbana (Setpu), hoje Infraestrutura e Logística. A pasta consumia um volume grande de combustível, pois era responsável pelo abastecimento de patrulhas mecanizadas no interior do Estado.

Ele disse que as planilhas de gastos de combustível eram adulteradas na Setpu com objetivo de “garantir” o retorno ao grupo político que comandava o Estado. “Pelo que sei informar, os valores dos gastos mensais eram sempre majorados de forma fraudulenta, sendo que o retorno da propina era repassado ao secretário e, de lá, ao Silval Barbosa”, disse Zílio.

O ex-secretário contou que foi o responsável por receber a propina pelo período de 2 anos e 8 meses. Neste período, o Auto Posto Marmeleiro pagou R$ 2,2 milhões aos agentes públicos.

Assim como no caso da Consignum, César Zílio contou que foi “substituído” no esquema por Pedro Elias Domingos, que assumiu a Secretaria de Administração em janeiro de 2014. Pedro Elias era “homem de confiança” de Silval Barbosa.

O Auto Posto Marmeleiro manteve contrato com o Governo do Estado na atual gestão, iniciada em janeiro de 2015. Neste ano, ele teve o contrato renovado, de forma emergencial, por seis meses pelo valor de R$ 41,1 milhões.

Contudo, a licitação para fornecimento de combustível foi concluída em fevereiro deste ano. A empresa Ticket Serviços S/A receberá cerca de R$ 142 milhões para fornecer combustível pelo período de 1 ano. 

NOVAS FASES

Os depoimentos de Cézar Zílio devem embasar novas fases da “Operação Sodoma” e envolver outras ex-autoridades da gestão passada. No acordo firmado com o MPE, ele se comprometeu a “entregar” ao menos 11 esquemas criminosos que teria participado no período em que exerceu a função de secretário de Administração.

Um dos casos é o da empresa Consignum. Assim como o proprietário da empresa, Willians Paulo Mischur, ele disse que a propina era de R$ 500 mil por mês, como forma de garantir a manutenção do contrato entre a Consignum e o Governo. O ex-secretário afirmou que ficava com cerca de 40% da propina e o restante era repassado ao ex-governador.

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