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01/02/24 às 10:52 / Atualizada: 01/02/24 às 11:41

Após confirmar perdas nas lavouras precoces de soja, Rally da Safra retorna ao Mato Grosso para avaliar áreas de ciclo médio e tardio

Técnicos constataram no início do mês, em campo, cenários de produtividade que variavam de zero a 90 sacas por hectare; expectativa agora é de melhores resultados

Carol Silveira

AguaBoaNews

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Após confirmar perdas nas lavouras precoces de soja, Rally da Safra retorna ao Mato Grosso para avaliar áreas de ciclo médio e tardio

Rally da Safra volta ao Mato Grosso para avaliar soja

Foto: Eduardo Monteiro / Rally da Safra

Diante de um quadro de lavouras precoces com muitas perdas, irregularidades nas áreas plantadas numa mesma região – e até na mesma fazenda – e danos ao potencial produtivo causados pelas ondas de calor e estiagem de outubro, novembro e dezembro, o Rally da Safra retorna às regiões médio-norte e oeste do estado, desta vez para avaliar lavouras de ciclo médio e tardio. No início de janeiro, os técnicos percorreram as diferentes regiões e encontraram cenários distintos de produtividade em variedades precoces, variando de nula a um potencial de 90 sacas por hectare, conforme a localidade.

“Em Sorriso, por exemplo, vimos as piores e as melhores produtividades. Chegando a Sinop, observamos áreas com potencial de 90 sacas por hectare. Já em Lucas do Rio Verde, havia lavouras com produtividade zero”, explica Valmir Assarice, coordenador da equipe técnica. As regiões de Tapurah, Ipiranga do Norte e Nova Mutum também foram bastante prejudicadas pelo clima irregular desde o plantio, com lavouras apresentando falhas no estande, menos grãos opor planta e menor peso dos grãos. “Avaliamos lavouras posicionadas lado a lado, uma pronta para ser colhida e outra em desenvolvimento, com diferenças de cerca de 15 a 20 sacas em produtividade. Uma ou duas chuvas acabaram influenciando o resultado”, afirma.

Produtores do oeste mato-grossense semearam e colheram cedo e já plantaram algodão segunda safra em boa parte da área, sob pena de perder o calendário caso tivessem feito o replantio da soja. “São áreas que registraram produtividades baixas e irão reduzir a média final da região”, esclarece.

Duas equipes estarão em campo a partir deste sábado, dia 03 de fevereiro, saindo de Cuiabá para percorrer, na região da BR 163, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso e Sinop e, no oeste do estado, Campo Novo do Parecis, Brasnorte, Sapezal e Campos de Julio. Os dois roteiros se encerram em 08 de fevereiro.

Com aumento no número de dias em campo e de equipes técnicas, o Rally começou este ano avaliando as lavouras do Mato Grosso e Oeste do Paraná. “Para o Mato Grosso, aumentamos o número de equipes e de dias percorridos para avaliar o máximo de lavouras precoces e tardias. Para outros estados e regiões nos quais passamos apenas uma vez, procuramos fazer amostras das lavouras com a colheita em andamento, de preferência com 20% a 50% das áreas colhidas, obtendo assim um quadro melhor da situação, levando em consideração as diferenças entre as lavouras e as diferentes épocas de plantio”, diz o coordenador técnico.

Tecnologia ajuda trabalho de campo

Para planejar o Rally da Safra e definir as rotas, são utilizadas imagens de satélite que mostram o índice de vegetação (NDVI) de cada região. No dia a dia, os técnicos fazem o levantamento quantitativo e qualitativo das lavouras escolhidas aleatoriamente. No quantitativo, analisam os componentes de rendimento da soja, contando os números de plantas, de vagens por planta e de grãos por vagem para ter uma visão do comportamento das lavouras em cada região, levando em consideração o ciclo do cultivar, ou seja, as variedades prontas para colheita e outras que ainda precisarão de mais tempo. O peso e a umidade dos grãos também são fundamentais para estimar a produtividade.

Já o levantamento qualitativo incluí a análise de pragas, doenças, o uso do plantio direto e outros indicadores que auxiliam a compor a estimativa de safra. A metodologia consolidada em 20 edições do Rally permite voltar a campo anualmente e entender o cenário para fazer a estimativa de safra.

A 21ª edição do Rally da Safra tem patrocínio do Santander, OCP Brasil, BASF, Credenz, Soytech, Biotrop, Serasa Experian e JDT Seguros. As áreas visitadas respondem por 97% da área de produção de soja e 72% da área de milho.

Mais de 80 mil quilômetros serão percorridos em 13 estados (MT, RO, GO, MG, MS, PR, SC, SP, RS, MA, PI, TO e BA) para avaliar as condições das áreas de soja durante as fases de desenvolvimento das lavouras e de colheita até 24 de março. Outras seis equipes avaliarão as lavouras de milho segunda safra em maio e junho.  Entre os meses de abril e maio, técnicos da Agroconsult e das empresas e marcas patrocinadoras visitarão produtores rurais nas regiões da BR-163, no Mato Grosso, no Sudoeste de Goiás, no Planalto do Rio Grande do Sul e Oeste do Paraná. No mesmo período serão realizados eventos técnicos em Não-Me-Toque (RS), Cascavel (PR), Rio Verde (GO) e Luís Eduardo Magalhães (BA).

Nesta edição, o Rally estará presente ainda nos principais eventos do agronegócio: Show Rural, em Cascavel (PR); ExpoDireto, em Não-Me-Toque (RS); Show Safra, em Lucas do Rio Verde (MT), e Tecnoshow Comigo, em Rio Verde (GO).

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