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08/03/16 às 09:36

Investigadora se destaca no enfrentamento da violência contra a mulher em Barra do Garças

Assessoria Polícia Civil

AGUA BOA NEWS

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A luta contra violência doméstica em Barra do Garças tem como grande aliada, a investigadora da Polícia Judiciária Civil, Andrea Cristiane Oliveira Costa Guirra, lotada na Delegacia Especializada de Defesa da Mulher do município.

A policial representa as 1.147 mulheres policiais da PJC, sendo 42 delegadas, 429 escrivães e 676 investigadoras, e merece destaque pela atuação em diferentes ações que dão apoio as famílias vítimas da violência doméstica. Ela encara o tema como um desafio diário na sua profissão e nos projetos que trabalha.

Desde 2014, a investigadora integra a Rede de Enfrentamento a Violência Doméstica Contra a Mulher, idealizada pelo Ministério Público, Defensoria Pública e Poder Judiciário, com o objetivo de reduzir os índices de violência contra a mulher e implementação da política de proteção às vítimas, visando à promoção da justiça e da equidade social.

No dia 2 de fevereiro de 2016, a investigadora Andrea foi eleita presidente da organização e assume a nova responsabilidade neste mês de março. Com quase nove anos de polícia, Andrea conta que  ganhou novo ânimo na  vida profissional, com os trabalhos que desenvolve na Delegacia da Mulher e na Rede de Enfrentamento.

Sua história de amor com Rede teve início em 2013, quando a Polícia Judiciária Civil, assim como outras instituições, foi convidada a integrar a Rede de Enfrentamento a Violência Doméstica Contra Mulher, pelo perfil demonstrado no atendimento e orientação às vítimas. Foi em uma capacitação sobre atendimento às vítimas de violência doméstica, oferecida para servidores das instituições participantes, que Andrea conheceu mais afundo o trabalho da Rede.  “Me apaixonei pela possibilidade de contribuir para a mudança de paradigmas sobre violência doméstica e decidi ingressar na organização como membro”, disse.

Com apoio do delegado da DEDM, Herodoto de Souza Fontenele e do delegado regional, Adilson Gonçalves Macedo, as primeiras ações realizadas pela investigadora aconteceram dentro da própria Delegacia da Mulher. Foi proposta uma mudança geral no atendimento e comportamento dos servidores. “A compreensão da violência doméstica é muito complexa e difícil de ser trabalhada com as vítimas. Hoje, todos os servidores têm essa visão de atendimento especial e diferenciado”, explicou Andrea.

Palestras e atividades em escolas, como forma de prevenção a violência doméstica, grupo reflexivo de homens, campanhas, além de atividades pontuais como a semana do Dia Internacional da Mulher, em que são intensificadas as atividades e discussões sobre o tema, são algumas das ações encabeçadas pela policial civil.

“Como dentro da Rede são poucos membros para quantidade de trabalho que tem que ser executado, decidi me envolver em todas as atividades desenvolvidas dentro do projeto”, destacou Andrea.

O resultado de todas as ações  da Delegacia junto a Rede de Enfrentamento é o aumento do número de registro de ocorrências, mostrando que as mulheres estão criando coragem para denunciar.  “É um dado muito positivo, pois o que aumentou não foi o número de violência e sim o de mulheres que estão denunciando as agressões que sofrem dentro de casa”, destacou Andrea.

Em 2015, a convite da desembargadora Maria Aparecida Ribeiro, Andrea foi a Rondonópolis e à Cuiabá para apresentar a Rede de Enfrentamento ao Judiciário, Ministério Público, Defensoria e outras instituições, como modelo a ser implantado em outras cidades do Estado.

Grupos de trabalhos

 

O trabalho desenvolvido pela Rede de Enfrentamento não busca tão somente o atendimento às vítimas mulheres, mas também trabalhar com homens condenados da Justiça por violência contra a mulher. “Enxergamos o trabalho com os agressores um grande diferencial, uma vez que, em geral, somente as vítimas recebem atendimento. A reincidência nas agressões daqueles que participam do grupo de reflexão é de apenas 4%, mostrando o quanto é eficaz esse acompanhamento”,  conta a investigadora.

Nas comemorações do Dia Internacional da Mulher de 2015, a investigadora teve a oportunidade de conhecer a mulher que deu nome a Lei de combate à violência doméstica, Maria da Penha Fernandes, durante uma palestra sobre o tema, que reuniu aproximadamente três mil pessoas, no Ginásio de Esportes, Arnaldo Martins. O evento encerrou oficialmente as comemorações do Dia Internacional da Mulher, organizada pela Polícia Judiciária Civil de Barra do Garças e Pontal do Araguaia.

A conscientização, conforme a investigadora, ainda é o maior desafio enfrentado na repressão à violência doméstica. “Vemos que muitas pessoas não enxergam a violência que sofrem ou cometem. Uma vez um do ensino médio, que me disse que chamar a namorada de '‘burra’' não é violência”, contou.

Delegacia da Mulher

Em razão dos trabalhos,  Andrea e os colegas de trabalho perceberam que a estrutura da Delegacia da Mulher de Barra do Garças não era adequada às necessidades para o atendimento e continuidade às ações de enfrentamento a violência contra a mulher.

A partir daí, com apoio de parcerias, o prédio da Antiga Delegacia Especializada de Roubos e Furtos  começou a ser reformado para a abrigar a Delegacia da Mulher. Mas as obras foram paralisadas devido à falta de recursos até que a Rede de Enfrentamento assumiu os trabalhos e com doações Ministério Público, Prefeitura de Barra do Garças e Pontal do Araguaia e da própria Rede de Enfrentamento, além da doação dos móveis e computadores pela Diretoria da Polícia Judiciária Civil, o prédio foi finalizado e será inaugurado no dia 11 de março deste ano.

 A nova estrutura terá uma sala para atendimento psicossocial, em que um psicólogo e um assistente social atenderão as vítimas dentro da própria delegacia, além de outra sala preparada para o atendimento a criança ou adolescente.

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