Notícias / Meio Ambiente

25/11/23 às 18:18

Cerca de 600 pés de pequi são derrubados e enterrados em fazenda localizada dentro de área de proteção ambiental em MG; multa deve ultrapassar R$ 2 milhões

Crime foi descoberto durante fiscalização conjunta entre a Polícia Militar Ambiental e o Instituto Estadual de Florestas (IEF) de Januária, desencadeada nesta terça-feira (21), após denúncias e monitoramento de imagens via satélite.

Nátila Gomes, g1 Grande Minas

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Fiscalização encontrou área onde os pés de pequi foram enterrados — Foto: IEF-Januária
Fiscalização encontrou área onde os pés de pequi foram enterrados — Foto: IEF-Januária
 
Cerca de 600 pés de pequi foram encontrados enterrados em uma fazenda localizada dentro da Área de Proteção Ambiental Estadual Cochá e Gibão, na zona rural de Januária.  
O crime foi descoberto durante fiscalização conjunta entre a Polícia Militar Ambiental e o Instituto Estadual de Florestas (IEF) de Januária, desencadeada nesta terça-feira (21), após denúncias. De acordo com o coordenador do IEF de Januária, Mário Lúcio dos Santos, as multas aplicadas pelos crimes ambientais observados no local devem ultrapassar os R$ 2 milhões. O proprietário não foi encontrado no local, mas foi notificado e deverá comparecer à delegacia para prestar depoimento.
 
Imagens de satélite mostram o antes e depois da supreção das árvores — Foto: IEF - Januária
Imagens de satélite mostram o antes e depois da supreção das árvores — Foto: IEF - Januária  
“Além das denúncias, nós fizemos o monitoramento via satélite e cruzamos as imagens de antes e depois. Antes, os pés estavam em pé, e agora percebemos manchas brancas que indicavam a supressão das árvores. Isso nos chamou a atenção. No local, encontramos uma área com folhas e galhos de pequi. Com isso, descobrimos que os pés estavam enterrados”, relatou o coordenador do IEF - Januária.  
Pés de pequi foram derrubados para implantar área de irrigação de cebolas — Foto: IEF - Januária
Pés de pequi foram derrubados para implantar área de irrigação de cebolas — Foto: IEF - Januária  
Segundo a Polícia Militar Ambiental, máquinas agrícolas eram utilizadas para abrir buracos e enterrar as árvores, com o intuito de escondê-las da fiscalização. Dois tratores foram embargados.  
O gerente da fazenda confirmou aos policiais que, com o auxílio de tratores, foi feita a supressão dos pés de pequi com o objetivo de limpar a área de quase 200 hectares para posterior cultivo de cebolas.  
Duas máquinas agrículas que foram utilizadas para enterrar os pés de pequi foram embargadas — Foto: IEF - Januária
Duas máquinas agrículas que foram utilizadas para enterrar os pés de pequi foram embargadas — Foto: IEF - Januária  
Ainda conforme a polícia, outros crimes ambientais foram identificados no local. Os miliatees constataram o plantio de 126 hectares de eucalipto sem licenciamento ambiental, além de uma carvoaria, que também operava de forma ilegal. Dentro dos 18 fornos construídos no local, a polícia encontrou 63 metros cúbicos de carvão vegetal. Foram encontrados, ainda, 63 metros cúbicos de eucalipto prontos para serem queimados, além de 30,67 metros cúbicos de lenha nativa.  
Como o proprietário não estava no local, foi lavrado o Termo Administrativo de Comparecimento para que o gerente da fazenda entregue a ele, e que ele procure a Polícia Ambiental para esclarecimentos.  
O g1 não conseguiu contato com o proprietário da fazenda. Caso a defesa se manifestar, essa matéria poderá ser atualizada.  
Na fazenda, polícia também encontrou plantação ilegal de eucalipto e carvoaria clandestina — Foto: IEF - Januária
Na fazenda, polícia também encontrou plantação ilegal de eucalipto e carvoaria clandestina — Foto: IEF - Januária
 
 
 

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