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27/02/16 às 16:54

Gênero feminino sem espaço político

Em Mato Grosso poucas mulheres conseguem a proeza da conquista de mandato de vereadora e prefeita sem se vincular ao esposo ou parente

Eduardo Gomes - Diário de Cuiabá

Edição para Agua Boa News, Clodoeste Kassu

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Gênero feminino sem espaço político

Apesar da lei da cota feminina de 30% de candidaturas, poucos partidos cumprem corretamente a lei com candidaturas reais

Foto: Agência Senado

Mandato eletivo nunca esteve associado à figura feminina em Mato Grosso. As mulheres administram 19 municípios (13,5% das 141 prefeituras), sendo Várzea Grande, com Lucimar Campos (DEM), o maior; ocupam 28 cargos de vice-prefeitas, com destaque para Rosana Martinelli (PSB) em Sinop, a quarta cidade mato-grossense. Elas nunca chegaram ao governo e Iraci França (2003/06) foi a única vice-governadora. Não há congressistas e Janaína Riva (sem partido) é o contraponto aos 23 marmanjos na Assembleia Legislativa.

Nas câmaras, a presença delas é acanhada; dos 1.394 vereadores, 1.213 são homens e 181 mulheres (em números redondos, 13% das cadeiras). Hoje, o cenário da presença feminina nas prefeituras mudou em relação ao resultado da eleição em outubro de 2012. Elisete Mesanini de Souza Barbosa (PSDB), 835 votos, foi declarada eleita prefeita de Glória D’Oeste, mas a Justiça Eleitoral desqualificou o resultado das urnas e marcou eleição suplementar que foi vencida pelo ex-prefeito Nilton Borges Borgato (PP). Patrícia Vilela (PMDB), de Ribeirão Cascalheira, morreu num acidente rodoviário em Goiás. Walace Guimarães (PMDB), que venceu a disputa em Várzea Grande, foi cassado e Lucimar Campos assumiu o cargo. Em resumo, com as mudanças, o número de prefeitas baixou de 20 para 19, com 17 podendo tentar a reeleição. Maria Manea, de Lambari D’Oeste, e Raílda de Fátima, de Nova Nazaré, cumprem o segundo mandato consecutivo e ficarão fora da disputa eleitoral em outubro. Em Araguainha, Poxoréu e Planalto da Serra, as prefeituras são administradas por dobradinhas femininas. Araguainha com 976 habitantes é o menor município de Mato Grosso e sua prefeita Maria das Graças Azevedo, a Zezé do Osmari (PR), foi eleita numa chapa partidária com 384 votos; a vice é Ana Maria Borges, a Nana. Zezé chegou ao cargo porque seu marido e ex-prefeito Osmari Cezar foi alcançado pela Lei Ficha Limpa e não pôde se candidatar. Zezé não é caso isolado de substituição de marido no poder. Essa situação se repete em Poxoréu, com Jane Maria Sanchez, casada com Lindberg Nunes Rocha, que acumulou mandatos na prefeitura e não tem impedimento para se candidatar; e com Lucimar Campos, mulher de Jayme Campos, que durante 14 anos administrou o município e exercia mandato de senador quando ela disputou a eleição.

Mulheres sem mandatos, mas que tiveram papel destacado na política, também deverão se candidatar em outubro. Serys Slhessarenko (PRB), ex-deputada estadual e primeira e única senadora por Mato Grosso, costura seu nome para a prefeitura de Cuiabá. Thelma de Oliveira (PSDB), ex-deputada federal, transferiu seu título eleitoral da capital para Chapada dos Guimarães na tentativa de se eleger prefeita. Thelma é viúva do ex-governador Dante de Oliveira.

Em Sinop, Rosana Martinelli é considerada candidata natural do grupo político liderado pelo prefeito Juarez Costa (PMDB). Caso se eleja, será a primeira mulher a administrar aquele município.

A capital mato-grossense nunca elegeu prefeita, mas teve duas vice-prefeitas. Bia Spinelli foi vice de Frederico Campos (1989//92) e Jacy Proença, de Wilson Santos (2005/08).

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