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16/11/22 às 08:20

Fiocruz identifica variante do coronavírus em Manaus e alerta estados da Amazônia Legal, incluindo MT

Redação AguaBoaNews

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Fiocruz identifica variante do coronavírus em Manaus e alerta estados da Amazônia Legal, incluindo MT

Crianças de 6 e 10 anos foram vítimas do novo coronavírus, segundo cartórios. Vacinação da faixa etária continua

Foto: Divulgação

A Fiocruz do Amazonas identificou uma nova variante do coronavírus que descende da ômicron na região, segundo nota divulgada no último sábado (12). Um relatório e amostras e alertra foi encaminhado aos Estados da Amazônia Legal, incluindo Pará, Rondônia, Acre, Roraima, Amapá e Mato Grosso,

A partir da alta de casos de Covid no Estado amazonense, especialmente na capital, os pesquisadores da Fiocruz analisaram mais de 200 amostras do vírus entre os meses setembro e outubro e encontraram a nova cepa, segundo nota do instituto.

O sequenciamento genômico das amostras do vírus que permitiram a identificação da nova linhagem foram colhidas pela Fiocruz Amazônia em parceira com a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas e o Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública) do estado.

 
Uma nova linhagem do Sars-CoV-2, a BA.5.3.1, já tinha sido detectada por pesquisadores do instituto desde junho deste ano.
 
A variante BE.9 evoluiu regionalmente a partir dessa linhagem, assim como outra subvariante, a BQ.1. De diferente, ela possui pelo menos três mutações no gene que codifica a proteína S (de “spike” ou espícula, o gancho molecular usado pelo coronavírus para se conectar às células humanas). Uma dessas alterações está na chamada região de ligação com receptor -algo preocupante porque ela está diretamente associada à entrada do vírus nas células.

Essa característica não foi identificada até o momento na BQ.1 e pode ser vantajosa para o vírus por garantir uma maior transmissão de indivíduo para indivíduo.

No último mês, o estado do Amazonas teve um aumento significativo na média móvel semanal de casos, passando de 232, entre os dias 9 e 15 de outubro, para 1.258 até o último sábado.

De acordo com Felipe Naveca, pesquisador em saúde pública da Fiocruz e responsável pelo sequenciamento e pela identificação da variante, a BE.9 já corresponde a 94% das amostras sequenciadas na região.

“O que nós vimos [no Amazonas] foi um aumento de casos real no estado e ao mesmo tempo a presença de uma linhagem com mutações que aumentam o poder de transmissão e de escape da resposta imune, e que já está em 94% das amostras. Então a gente fica bastante seguro de dizer que ela é responsável pelo que está acontecendo”, disse.

Assim como a BQ.1, a BE.9 carrega uma mutação que pode ajudá-la a escapar da ação de anticorpos, o que tornaria os chamados casos de escapes vacinais -infecções em indivíduos completamente vacinados- mais comuns.

“Ainda não sabemos qual vai ser a magnitude da nova onda, se ela será um ‘paredão’, como foi com a ômicron no início do ano, ou se vai ser uma subida menor. Mas certamente vamos ter nas próximas semanas um efeito, e por isso estamos acompanhando de perto com a vigilância [em saúde, ligada à secretaria de saúde do estado] o cenário”, disse.

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