Produtores de Canarana conheceram na noite de quarta-feira, 08, na Churrascaria Central, um produto que pode revolucionar a agricultura brasileira, assim como foi a introdução do calcário há algumas décadas. Trata-se dos condicionadores orgânicos.
Esteve presente em Canarana o proprietário da empresa Lottus BioSoluções, Altamiro Gomes, que produz o condicionador orgânico. A Lottus BioSoluções está sediada na cidade de Lapa-PR. Hoje existem apenas duas empresas que trabalham com esse produto no Brasil.
Conforme explicou Miro, como é conhecido, a base do condicionador orgânico é matéria orgânica (ácidos húmicos). “Nosso produto é feito de turfa, que é matéria orgânica líquida concentrada. Com aplicação dele no solo, aumenta a matéria orgânica e o CTC, disponibilizando os nutrientes que são fixados no solo”, disse.
Miro explicou que esse produto não é milagre, mas tecnologia e uma tecnologia que não é nova, porém que somente agora está sendo desenvolvida no Brasil. Esse produto já é usado há muitos anos na Europa e Estados Unidos, mas quando importado, estava chegando a um custo alto para o produtor brasileiro. Produzido no Brasil, ele oferece um custo benefício atraente, que chega a ser um terço do que é gasto na adubação tradicional.
Há quatros anos o produto começou a ser utilizado em lavouras de baixa produtividade nos estados da Bahia, Maranhão e Piauí. E o resultado tem feito o uso crescer ano a ano. O sojicultor de Canarana Odemar Govari foi no mês de maio para o Maranhão puxar frete e lá viu uma lavoura de soja de um antigo conhecido plantada somente com condicionador orgânico, sem adubação. Nos anos anteriores, a produtividade naquela lavoura tinha sido de pouco mais de 20 sacas por hectares. Nesta safra, somente com o condicionador, foi mais de 50 sacas.
Odemar entrou em contato com o representante do produto naquela região e depois com o proprietário da empresa, quando o mesmo foi convidado a vir até o Vale do Araguaia. Aqui, Altamiro fechou uma parceria com Odemar e com o agrônomo Pércio Cancian, para serem seus representantes na região.
O agrônomo Pércio Cancian disse que a agricultura brasileira tem evoluído no uso de defensivos, sementes, maquinário, plantio direto, “mas a tecnologia em adubação é a mesma utilizada há 50 anos e está na hora de evoluir”.
Numa rápida explicação, a planta não utiliza o mineral. O adubo é mineral e para a planta utilizá-lo, os nutrientes precisam ser absorvidos pela matéria orgânica. Quando há muita adubação mineral e pouca matéria orgânica, o solo fica salinizado e ao invés de nutrir a planta, acaba prejudicando o seu desenvolvimento. O condicionador orgânico simplesmente absorve a adubação que já existe e a libera para a planta, equilibrando a parte física, química e biológica dos solos cultivados.
“O produto atua na estruturação física do solo, induzindo o desenvolvimento radicular. Além disso, ele aumenta a atividade biológica, evita a complexação do fósforo, promove a liberação dos nutrientes fixados que estavam indisponíveis para a planta, diminuindo ainda as perdas por lixiviação. O resultado é um aumento da taxa de recuperação dos fertilizantes minerais aplicados, evitando superdosagens e queima de raízes, proporcionando economia de recursos minerais e econômicos”, disse Pércio.
A aplicação do material orgânico é feita com os pulverizadores já utilizados pelos produtores e pode ser feito 30 dias antes das primeiras chuvas. Miro explicou que os produtores interessados poderão fazer testes antes do plantio da soja. O teste funciona da seguinte forma: uma dose é colocada em dois metros quadrados e são feitos testes de solo antes e depois. 20 dias depois da aplicação do produto, já é possível verificar aumento na disponilização dos nutrientes.
Para o plantio da soja, Miro também sugere que o produtor faça testes em partes da lavoura para conhecer o produto. “Não viemos aqui pedir para o produtor fazer toda a área, mas viemos plantar uma semente e pedimos que os produtores façam testes. Também não viemos para dizer que o produtor vai colher 11 sacas a mais por hectare, mas garantimos um aumento na liberação dos nutrientes, o que diminui custos e aumenta a produtividade”, disse Miro.
Produtores interessados em conhecer e fazer testes do produto, podem entrar em contato com Pércio Cancian no número 9988-1350 ou com Odemar Govari no número 9988-8638.