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19/01/21 às 07:55 / Atualizada: 19/01/21 às 08:20

Anápolis (GO) - Grupo adulterava aviões furtados e danificados, tinha hangar clandestino e aliciava pilotos para tráfico de drogas, diz polícia

Dois suspeitos estão presos. Delegado informou que eles usavam hangares regulares e um galpão clandestino para esconder aeronaves. Ao todo, 11 foram apreendidas.

Vitor Santana

G1 / Goiás

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Anápolis (GO) - Grupo adulterava aviões furtados e danificados, tinha hangar clandestino e aliciava pilotos para tráfico de drogas, diz polícia

Foto: Diário da Manhã

A Polícia Civil informou nessa segunda-feira (18) que alguns dos aviões apreendidos durante operação de combate ao tráfico de drogas eram furtados, danificados ou carcaças de aeronaves internacionais que eram adulteradas. O grupo, que também aliciaria pilotos inexperientes para fazer o transporte, é suspeito de adulterar o prefixo de identificação para que elas parecessem legalizadas. Duas pessoas estão presas.


Avião apreendido em operação da Polícia Civil, em Anápolis — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

 
As investigações começaram após o desaparecimento de três pilotos da cidade, em 2018. Segundo a polícia, eles faziam parte da organização criminosa de tráfico de drogas e a principal suspeita é que tenham morrido em acidentes aéreos.
 
A operação aconteceu em Anápolis, a 55 km de Goiânia. De acordo com a Polícia Civil, uma organização criminosa usava hangares legalizados e um galpão clandestino para guardar as aeronaves. Nos locais foram apreendidos 11 aviões.
 
“Eles pegam aviões furtados, aviões que sofreram algum tipo de acidente ou até mesmo aviões importados. A gente encontrou carcaças de aeronaves com prefixo dos Estados Unidos. Eles importam como peças de aeronaves, mas, na verdade, é uma aeronave desmontada. Chegando aqui, eles remontam, utilizam peças de outras aeronaves, fazem um Frankenstein, colocam um prefixo nacional e começam a voar como se fossem legalizadas”, disse o delegado Thiago Martimiano.
 
No galpão clandestino foram encontradas quatro aeronaves. Outras sete estavam em hangares legalizados no aeroporto de Anápolis. A polícia acredita que todas eram usadas para o tráfico. Uma perícia vai identificar se todos os aviões apreendidos tinham origem irregular.
 
Polícia encontra galpão para adulterar aviões que seriam usados para o tráfico de drogas, em Anápolis — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Polícia encontra galpão para adulterar aviões que seriam usados para o tráfico de drogas, em Anápolis — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

 
Os dois suspeitos presos não tiveram a identidade divulgada e, por isso, o G1 não conseguiu localizar a defesa dos investigados. Um deles é um mecânico de aeronave que seria o dono do galpão clandestino onde foram apreendidas quatro aeronaves que estavam sendo adulteradas. O outro é um piloto que, segundo a polícia, é responsável por intermediar a compra das aeronaves e peças usadas no tráfico de drogas.
 
O delegado informou que o grupo agia há cerca de cinco anos. A droga sairia da Bolívia, chegaria em Goiás e, em seguida, distribuída para todo o Brasil, principalmente para o Nordeste. Para fazer o tráfico, o grupo aliciava pilotos com pouca experiência.

Um dos locais onde a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão foi uma empresa de manutenção de aeronaves. O local funciona de maneira regular, mas algumas das aeronaves suspeitas de serem usadas para o tráfico estavam guardadas nesse hangar. Os nomes das  empresas não foram divulgados. Agora, a polícia tenta identificar os demais envolvidos na organização.
 
Os donos dos hangares foram ouvidos pela polícia. O delegado não informou se eles sabiam das atividades criminosas e nem se serão investigados.
 
Em nota a empresa informou que é uma empresa regular e homologada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) há mais de 13 anos. A companhia informou ainda que presta serviço tanto para a iniciativa privada quanto para o setor público, como o Corpo de Bombeiros de Goiás.
 
A empresa afirma ainda que no hangar da empresa foram apreendidas três aeronaves, sendo duas de clientes, cobertas por ordens de serviços de manutenção e contrato de hangaragem e uma aeronave recentemente adquirida por um sócio da empresa, em outubro de 2020. Esta última está em manutenção desde sua chegada, impossibilitada de realizar qualquer voo ou deslocamento.


PCGO apreende aeronaves. Reprodução/PCGO

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