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08/12/20 às 08:58 / Atualizada: 08/12/20 às 09:10

Expedição Araguaia leva atendimento a São Felix e Ilha do Bananal

Alcione dos Anjos, TJ/MT

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Expedição Araguaia leva atendimento a São Felix e Ilha do Bananal

Foto: Alair Ribeiro

Falta pouco para o auxiliar de pastor, Janari Souza Rachid, 64, deixar de ver as letras embaralhadas durante a leitura. Há cerca de seis meses percebeu que as velhas lentes de grau não estavam mais funcionando, mas sem dinheiro, foi levando a vida com os óculos antigos. Nesta segunda-feira (07) foi atendido pela equipe da Expedição Araguaia e recebeu, gratuitamente, um novo par de lentes corretivas.
 
“Para ter óculos novos precisaria ir até Goiânia (GO), só com passagem de ônibus teria que gastar R$ 500, a consulta é particular, nem sei quanto está hoje e as lentes mais baratas em torno de R$ 300. Não teria condições”, conta Janari. “Sou muito grato pela Expedição e pelo atendimento que recebi, só tenho elogios ao Poder Judiciário e parceiros”, completa.
 
Seo Janari participou do primeiro dia de atendimentos programado pela Expedição Araguaia 2020, que ocorreu na Escola Estadual Governador José Fragelli, nesta segunda-feira (07). Na terça (08), as atividades seguem no mesmo local com ações dos parceiros: Energisa (teatro), Polícia e Receita Federal (distribuição de roupas e toalhas), Senar, Detran-MT, MPE, Defensoria Pública, Setasc, Politec, Juvam, Galvan Escola de Cabelereiros.

Esta é a terceira cidade atendida pela Expedição este ano com serviços de saúde, cidadania e do Judiciário. Até agora mais de 800 mudas foram distribuídas pelo Juizado Volante Ambiental (Juvam). O Centro Judiciário de Solução de Conflitos (Cejusc), tem prestado orientação jurídica e conciliações em casos de investigação de paternidade, fixação de alimentos, guardas, visitas e divórcios. Todo trabalho é acompanhado pela juíza Janaína Cristina de Almeida, da Vara Única de São Félix do Araguaia e do Cejusc.
 
Cestas Básicas – Repetindo o sucesso ocorrido em Luciara, o Poder Judiciário, através da Justiça Comunitária, em parceria com o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc), entregou 150 cestas básicas e material de limpeza para famílias do Cadastro Único do município.
 
A desempregada Poliana Rodobvanski, 28, casada com um filhinho de 1 ano foi uma das beneficiadas. Disse que os alimentos irão alimentar a família por uns 15 dias. “Meu marido também está sem serviço e com a pandemia tudo tá mais difícil. Agradeço a Deus pelo projeto ter trazido isso pra gente”, agradece.
 
Ilha do Bananal – Há 4 km de São Félix, pelo Rio Araguaia, já do lado de Tocantins, cerca de 1000 indígenas da etnia Carajá vivem na Aldeia Santa Isabel do Morro, a maior da Ilha do Bananal. E foi neste local que a Expedição, com apoio da Marinha do Brasil, chegou.
 


Foram necessárias oito embarcações e mais uma balsa para realizar ação de educação ambiental na aldeia. A missão dada aos carajás foi recolher lixo da aldeia em troca de brinquedos, vestuário, kit de higiene e de cultura.
 
“Por estarmos em período de pandemia normas de segurança foram estipuladas. A troca foi feita na margem do rio e os participantes da Expedição com máscaras e mantendo distância dos índios”, informou o juiz-coordenador estadual da Justiça Comunitária, José Antônio Bezerra Filho, o Dr Tony.
 
O indígena Idiarrina Carajá, 60, disse que se surpreendeu com ação nesta época do ano, mas aprovou a iniciativa. “Somos do Distrito Indígena de Tocantins, mas fomos esquecidos. Nesta fase de pandemia, a Justiça de São Félix e que tem nos dado a mão. Somos muito gratos por isso”, afirmou.
 
O líder da comunidade, o cacique Juanahu Carajá agradeceu a atividade na aldeia e lembrou que a maior dificuldade com o lixo está em dar destino correr aos resíduos gerados pelos novos hábitos. “No mercado tem muito plástico. Orientamos que eles acomodem em sacos, mas não temos onde depositar, precisamos de balsas para tirar da ilha. Com esta ação, acredito que a nova geração está aprendendo a lidar com este problema”, avalia.
 
O comandante da Agência Fluvial de São Felix do Araguaia, capitão Jaecy Fonseca de Medeiros destacou que quanto mais ações de conscientização forem feitas com ribeirinhos e indígenas, maiores serão as chances do uso correto do rio e a preservação da natureza. “A parceria com o Judiciário está sendo positiva. A Marinha do Brasil está sempre disposta a contribuir com parceiros para que estão em sintonia com os nossos pilares, como a preservação das nossas águas”.
 
Programação - Na quarta-feira (09), a Expedição pega a estrada até Novo Santo Antônio (1.074 km) onde realizará dois dias de atendimento (sexta 11 e sábado 12). Depois segue para Cocalinho (773 km) para outros dois dias de atendimentos (14 e 15), encerrando as atividades desta edição.

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