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15/12/15 às 05:34

FAMATO 50 ANOS: Famato sempre presente nas mobilizações para defender os produtores

Na quarta-feira (16/12), a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) completará 50 anos de história. Neste prazeroso exercício de refletir o passado, revivemos muitas das principais conquistas para o agronegócio, para os produtores rurais do Estado e para nossa entidade.
 
Representar uma categoria já é um grande desafio. E representar uma classe de pessoas aguerridas, empreendedoras e determinadas a trabalhar pela expansão da agricultura e pelo atendimento de seus direitos é maior ainda. Isso exigiu da Famato a condução de momentos decisivos para o setor como os movimentos dos Caminhonaços 1 e 2, do Tratoraço, do Grito do Ipiranga e da reforma do Código Florestal.
 
Na década de 90, muitos produtores foram prejudicados pelo sistema econômico vigente no país à época. Foram, inclusive, tachados de “caloteiros”, por não conseguirem pagar suas dívidas. O ápice da crise foi em 1995. O governo não reajustou os preços mínimos para as novas colheitas, o que acabou gerando prejuízos aos produtores. O saldo da crise aumentou ainda mais com o Plano Real, pois os empréstimos não estavam “alinhados” com a correção monetária.
 
Os agricultores esperavam uma solução por parte do governo, o que não aconteceu. Sendo assim a Famato liderou “Caminhonaço 1”, uma marcha à Brasília com mais de 700 veículos que abriu as negociações que culminaram na securitização das dívidas rurais.
 
Quatro anos depois, os agricultores se mobilizam para um segundo Caminhonaço. A agricultura continuava sofrendo os reflexos dos impactos econômicos vivido em todo país.
 
Liderado pelo vice-presidente da Famato, Homero Pereira, Mato Grosso foi representado por mais de 15 mil manifestantes com mais de dois mil veículos. Com o objetivo de pressionar o governo a renegociar as dívidas do setor agrícola, o movimento alertou sobre a impossibilidade do pagamento dos débitos.
 
Os benefícios da segunda marcha a Brasília valeram para todos os agricultores, inclusive aos que, em 1995, renegociaram as dívidas inferiores a R$ 200 mil.
 
Já no governo Lula, os agricultores continuavam penalizados com as taxas de financiamentos. Uma nova manifestação era organizada pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA), que desta vez iria mobilizar mais de 2 mil tratores na Esplanada dos Ministérios.
 
Os agricultores atribuíam a crise no setor devido à perda de renda, frete muito caro, falta de política agrícola de longo prazo e alto custo de produção.
 
Em maio de 2005, os municípios polos de Mato Grosso como Primavera do Leste, Rondonópolis, Sinop, Guarantã do Norte, Alto Taquari, Nova Xavantina, Sorriso, Novo São Joaquim, Tangará da Serra e Alto Araguaia reforçaram o movimento liderado por Homero Pereira que nesse período já era presidente da Famato. Os manifestantes fecharam as BRs 364, 163, 070 e MT 378.
 
No mês seguinte, em junho, o movimento do “Tratoraço” tomou conta de Brasília, onde reuniu mais de 20 mil agricultores e aproximadamente 2.500 tratores, 400 ônibus e mil caminhões.
 
Grito do Ipiranga – Os produtores rurais do município de Ipiranga do Norte (470 Km da capital mato-grossense) comandaram em 2006 o movimento batizado de “Grito do Ipiranga”. Os agricultores do município interromperam a entrada e saída de grãos dos armazéns com tratadores e colheitadeiras.
 
O movimento teve a adesão de 11 estados, envolvendo cerca de 100 mil produtores que bloquearam algumas rodovias federais do país. Entre as principais reivindicações estavam a conclusão da BR-163 até porto de Santarém-PA, desoneração do óleo diesel e o rolamento das dívidas.
 
A reforma do Código Florestal, aprovado em maio de 2012, teve a participação direta da Famato. A instituição contribuiu ativamente nos debates para a construção da legislação ambiental, apresentou subsídios de mudanças que proporcionaram a estabilidade jurídica tão almejada com a reforma do novo código.
 
A Famato realizou palestras no interior de Mato Grosso, mobilizações com os produtores em Brasília junto com a CNA e ainda produziu materiais informativos. Além disso, a Famato e o Senar-MT prepararam uma cartilha para informar sobre as principais mudanças na lei ambiental e orientar os procedimentos a serem adotados com a aprovação. O “Código Florestal – Passo a Passo” foi distribuído durante os treinamentos do Senar-MT.
 
A Famato, entidade de classe que representa 89 Sindicatos Rurais de Mato Grosso, completa 50 anos no dia 16 de dezembro de 2015. Ao longo dessas cinco décadas levantou diversas bandeiras em prol do produtor. Lidera o Sistema Famato, composto pela Famato, Sindicatos Rurais, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT) e o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Essa trajetória é celebrada graças ao trabalho dos produtores rurais e dos colaboradores. Acompanhem nossas redes sociais pelo www.facebook.com/sistemafamato e @sistemafamato (instagram e twitter) #Famato50anos.
 

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