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02/08/20 às 16:20

Coronavírus avança e é maior causa de mortes em Mato Grosso

Novo coronavírus matou mais de 1.800; dentre, eles profissionais da Saúde, o que deixa seu enfrentamento sob risco

Eduardo Gomes

Diário de Cuiabá

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Coronavírus avança e é maior causa de mortes em Mato Grosso

Foto: Divulgação

Em números absolutos, é a maior causa de mortes em Mato Grosso. Geograficamente, preocupa. Em termos percentuais, registra alta letalidade, no comparativo com o cenário nacional.

Assim é a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) nos municípios mato-grossenses, onde, até sábado (1º), matou 1.876 e contaminou 53.151.

A doença foi notificada em todos os municípios. Seu enfrentamento corre risco de estrangulamento, por conta dos profissionais de Saúde mortos e afetados, e da falta de mão de obra no mercado para substituí-los/

Em Mato Grosso, 1.876 contaminados perderam a vida. Esse número de óbitos resulta na taxa de letalidade de 3,58%, superior à média nacional, de 3,5%.

Os 53.151 infectados representam 1,40% da população mato-grossense de 3.484.466 de habitantes, e a doença continua avançando, sem chegar ao chamado platô, quando se estabiliza, para, no passo seguinte, reduzir a taxa de infecção.

Nenhuma outra doença causou tantas mortes em Mato Grosso quanto o novo coronavírus. Nem mesmo as mortes violentas alcançam tamanho quantitativo.

A pandemia vai além dos grupos de risco formado por idosos e portadores de alguns tipos de doenças, como hipertensão arterial, diabetes, obesidade mórbida, cardiopatia e outras.

Jovens e crianças estão entre suas vítimas nas cidades, vilas, campo, territórios indígenas e áreas quilombolas.

Na semana passada, um bebê do sexo masculino, de apenas três meses, morreu em decorrência da doença.

Os números relativos aos óbitos sofrem dois tipos de subnotificação.

Primeiro, porque, no começo da pandemia, algumas vítimas fora do Aglomerado Urbano de Cuiabá foram sepultadas sem que houvesse atestado sobre a causa da morte.

Segundo, por conta de residentes em Mato Grosso que morreram fora do Estado, a exemplo do prefeito de Alto Taquari (479 km ao Sul de Cuiabá), Fábio Garbugio, em Goiânia, onde também morreu o ex-prefeito de Barão de Melgaço (113 km ao Sul da Capital), Antônio Ribeiro Torres.

Em 108 dos 141 municípios, ocorreram mortes. Os mais atingidos são os maiores: Cuiabá, com 515 óbitos, seguido por Várzea Grande (289), Rondonópolis (169), Sinop (58), Barra do Garças (46), Sorriso (43), Tangará da Serra (43), Pontes e Lacerda (38), Lucas do Rio Verde (37), Primavera do Leste (35) e Cáceres (34).

Os pequenos também não foram poupados e, dentre os que registram um ou dois óbitos, Ponte Branca, Nova Nazaré, Santo Afonso, Porto Estrela, Vale de São Domingos, São José do Povo, Santa Carmem, Itaúba, Cotriguaçu, Nova Brasilândia, Curvelândia, São Pedro da Cipa e Canabrava do Norte.

A evolução e a capilarização da doença nos municípios foi rápida.

O primeiro caso foi confirmado pela Secretaria de Estado de Saúde em 19 de março, após o paciente testar positivo em um exame feito pelo Laboratório Central do Estado (Lacen) em Cuiabá.

A primeira vítima fatal foi o gerente de supermercado Luiz Nunes, 54, que morreu em 3 de abril na cidade de Lucas do Rio Verde (354 km ao Norte de Cuiabá), onde estava internado e residia. Nunes era hipertenso e diabético.

MUDANÇA DE HÁBITO - A doença mudou hábitos sociais nas cidades e áreas indígenas, e causa grande impacto na economia mato-grossense, que em parte sofre limitação para operar, e quase no todo perde mercado.

O professor Xisto Tserenhi Ru, da Terra Indígena Merure, em Barra do Garças (509 km a Leste da Capital), teme pelo amanhã de seu povo, que perdeu mais de 40 indivíduos para o novo coronavírus.

Xisto não crê que a pandemia dizime os xavantes, mas se assusta quanto ao amanhã, por conta da mudança de hábitos culturais de sua gente e de outros povos indígenas.

A pandemia está numa encruzilhada em Mato Grosso.
O Governo aumentou o número de leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs) e implantou esse tipo de atendimento em cidades que não contavam com o mesmo.

O Ministério da Saúde envia regularmente medicamentos e equipamentos de proteção individual, mas a pandemia atingiu duramente profissionais da saúde matando médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem e outros que atuavam diretamente no combate ao novo coronavírus.

O Brasil inteiro enfrenta o avanço da doença e não há disponibilidade de mão de obra no mercado para repor os quadros mato-grossenses.

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