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05/07/20 às 10:34 / Atualizada: 05/07/20 às 10:53

Julho iniciou com valores mais altos para o milho

Em Primavera do Leste, a alta foi de mais de 4% no dia, e o preço da saca avançou para R$ 35,50

Marianna Peres, Diário de Cuiabá

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Julho iniciou com valores mais altos para o milho

O que também vem favorecendo os preços nos portos é o câmbio que eleva a competitividade do milho brasileiro

Foto: Divulgação

A cotação do milho ganhou tração nos primeiros dias do mês.

Julho iniciou com preços mais altos para o cereal em praticamente todas as praças pesquisadas no indicador da Bolsa Brasileira de Mercadorias.

A maior alta foi registrada em Acreúna (GO), onde a saca subiu mais de 8% em um só dia e o preço da saca na região foi para R$ 40 reduzindo a queda do acumulado dos últimos 30 dias. Na quinta-feira, dia 2, os preços voltaram a subir em praticamente todas as regiões produtoras.

Em Primavera do Leste (MT), a alta foi de mais de 4% no dia, e o preço da saca avançou para R$ 35,50.

No estado gaúcho, os preços também apresentaram variação positiva neste início de mês. No município de Sarandi (RS), a alta de 4,35% na quinta-feira elevou o preço da saca do cereal para R$ 48.

“Aqui no Rio Grande do Sul os preços deram uma melhorada devido ao atraso das entregas da safrinha, mas o mercado reagiu também nos preços futuros”, esclareceu Sérgio Fontoura Júnior, da Corretora Renato Agronegócios, associado à Bolsa Brasileira de Mercadorias.

De acordo com a corretora, algumas multinacionais estão fechando a posição de fevereiro de 2021 no valor de até R$ 54 a saca com entrega no Porto de em Rio Grande e há oferta no valor de R$ 50 no mercado spot para a região de Vacaria (RS).

O que também vem favorecendo os preços nos portos é o câmbio que eleva a competitividade do milho brasileiro. No ano, o dólar acumula uma alta de mais de 35% frente ao real.

Os estados de Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e São Paulo também abriram o mês de julho com preços mais altos para o insumo.

SALDO DE JUNHO – Conforme apontam os analistas da Agência Safras, o mercado brasileiro de milho, assim como em maio, teve um mês de junho conturbado por toda a volatilidade câmbio, com os altos e baixos do dólar. E esteve à espera da safrinha, com junho encerrando ainda com uma colheita discreta e com expectativa de intensificação dos trabalhos agora em julho.

A volatilidade cambial afetou muito os preços do milho nos portos, com as oscilações do dólar tendo efeito direto sobre os valores do cereal em Santos e Paranaguá, especialmente, diante das exportações. Mexendo com os preços nos portos, pouco a pouco o mercado doméstico disponível também foi influenciado.

Junho abriu com o dólar caindo, mas depois passou por um processo de recuperação. Isso garantiu recuperação nas cotações do milho nos portos e foi melhorando os valores também ao produtor. Sem o peso ainda da colheita da safrinha, o mercado reagiu a essa volatilidade cambial.

No balanço mensal, o dólar comercial no Brasil subiu de R$ 5,337 no último dia de maio para R$ 5,436 no fechamento de junho, acumulando alta de 1,8%. Mas, a mínima do mês ficou em 10 de junho, quando o dólar caíra a R$ 4,839, e a máxima foi no dia 30, quando a moeda americana chegou a bater em R$ 5,509.

O mercado brasileiro também acompanhou as oscilações na Bolsa de Chicago, para o milho, que também afetam primeiro mais diretamente os preços nos portos. A Bolsa de Chicago fechou junho acumulando uma alta de 3,5% no contrato setembro.

Ao final do mês, as cotações deram um salto refletindo a previsão de área plantada menor que a esperada nos Estados Unidos, segundo relatório do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).

A alta do dólar garantiu sustentação aos preços no mercado brasileiro de milho em junho e pode contribuir para o suporte também em julho, segundo o consultor de Safras & Mercado, Paulo Molinari. Ele destaca que o mercado seguirá monitorando também a Bolsa de Chicago e dependendo muito de boas exportações para limitar quedas nos preços com a entrada da safrinha.

Um bom volume exportado mensalmente daqui até a virada do ano, que leve o Brasil a fechar a temporada 2019/20 (que encerra em janeiro próximo) com 30 milhões de toneladas embarcadas, será decisivo para garantir um suporte às cotações. A tendência é de natural pressão de baixa com a colheita desta segunda safra.

O mês de junho também encerrou com o mercado acompanhando a chegada de massas de ar polar sobre as regiões produtoras, com a possibilidade de geadas ao longo de julho. Se geadas atingirem as lavouras, podem trazer prejuízos e mexer com a oferta de milho safrinha.

No balanço de junho, o preço do milho na base de compra no porto de Santos subiu de R$ 46,50 para R$ 52, acumulando alta de 11,8%. No porto de Paranaguá, a cotação avançou de R$ 45 para R$ 52,50, elevação de 16,7%.

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