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26/11/15 às 12:59 / Atualizada: 26/11/15 às 13:08

PM e servidor da Sefaz pagam contas de Eder; PF 'procura' o dinheiro

Welington Sabino

Gazeta Digital

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PM e servidor da Sefaz pagam contas de Eder; PF 'procura' o dinheiro

Delegado Marco Faveri diz que Eder mantém vida de alto padrão sem movimentar contas

Foto: Welington Sabino

A 8ª fase da Operação Ararath foi deflagrada pela Polícia Federal (PF) com objetivo de descobrir onde está o dinheiro que o ex-secretário de Fazenda, Eder Moraes (PHS), vem utilizando para bancar seu alto padrão de vida, e os gastos mensais, que podem chegar a R$ 40 mil, uma vez que suas contas atualmente bloqueadas não têm dinheiro e não apresentam movimentações financeiras. De um total de R$ 16 milhões que a Justiça Federal determinou que ele restitua aos cofres, menos de R$ 5 mil foram bloqueados nas contas dele e de sua esposa, Laura Tereza da Costa Dias. "As contas estão zeradas, mas eles continuam ostentando", disse o delegado regional da PF, em Mato Grosso, Marco Aurélio Faveri.

É nesse contexto, que surge um servidor efetivo da Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz) e um policial militar que “prestam serviços” para Eder há anos, desde a época em que era titular da Pasta. A Polícia Federal diz que o servidor e o PM são os responsáveis por pagarem as contas de Eder, mas ainda não conseguiu descobrir a origem do dinheiro. Ambos foram foram alvos de mandados de condução coercitiva nesta quarta-feira (25) e prestaram depoimento aos delegados da PF que conduzem as investigações. No entanto, eles, por enquanto, não são acusados de nenhum crime.

Marco Aurélio Faveri, não quis divulgar os nomes do policial e do servidor. Sobre o fato de divulgar apenas o envolvimento de Eder e sua esposa, ele justificou que Eder costuma falar por conta própria e conceder entrevista à imprensa assim como fez ao deixar a sede da Polícia Federal depois de 7 horas prestando esclarecimentos. Conforme o delegado, Eder é uma pessoa influente e enquanto esteve preso também contava com amizades para pagar as contas dele.

A PF agora quer saber a origem desses valores. "Eder continua na vida suntuosa que levava antes da prisão e da operçaão e mesmo após ter sido preso os negócios era mantidos", disse Faveri. Como exemplos da ostentação e vida de luxo que Eder continua levando, o delegado disse que o ex-secretário faz compras, realiza festas e paga faturas de cartão de crédito que passam de R$ 10 mil. Cita aina contas de energia elétrica que chegam a R$ 5 mil.

Na 8ª fase da Operação que teve início em novembro de 2013, foram cumpridos 5 mandados de busca e apreensão e 7 de condução coercitiva nas cidades de Cuiabá e Chapada dos Guimarães (67 Km ao norte de Cuiabá), com manifestação favorável do Ministério Público Federal. No município de Chapada, as buscas foram efetuadas numa propriedade do servidor Sefaz. De acordo com o delegado Marco Faveri, foram apreendidos documentos e computadores que a partir de agora serão analisados.

Eder Moraes, já condenado a 69 anos e 3 meses de prisão na 1ª ação fruto da Operação Ararath, continua sendo investigado por lavagem de Dinheiro e organização criminosa. Além de Moraes e dos servidores públicos, também foram conduzidos para prestarem depoimento nesta quarta-feira, a esposa dele, Laura Dias, e familiares dela. Todos foram liberados depois de serem ouvidos. O delegado explicou que foram materiais apreendidos na 7ª fase da operação que forneceram subsídios para deflagrar a nova etapa da Ararath.

Embora, as investigações apontaram que o policial e o servidor da Sefaz continuem atuando e defendendo os interesses de Eder Moraes, ainda não há comprovação de qualquer participação deles nos crimes investigados pela PF em parceria com o Ministério Público Federal (MPF). “Eles foram chamados aqui pra prestarem esclarecimentos sobre o porquê que faze isso, se são remunerados por conta disso e de onde saiu essa determinação, mas isso também vai ser apurado no decorrer das investigações”, disse o delegado.

Faveri explicou ainda que se ficar comprovado que eles atuam na nas atividades ilícitas em que Eder atua, objeto da investigação, ai sim poderão ser acusados e responder envolvimento com organização criminosa e outros crimes que possam ser atribuídos ao grupo. Conforme ele, o policial militar trabalha como segurança de Eder desde a época em que ele era titular da Sefaz. O servidor da Pasta também é “amigo” e presta serviços a Moraes há alguns anos.

Porém, ele não entrou no mérito da legalidade ou ilegalidade da função desempenhada pelo PM e pelo servidor estadual. Destacou que isso cabe à Polícia Militar e ao Estado por meio da Sefaz, averiguarem se profissionalmente e administrativamente isso legal ou não. “O que não pode é seja servidor, ou seja pessoa contratada particular, atuar dentro da organização criminosa. Nosso foco é demonstrar se esses servidores estavam ou não atuando em favor da organização criminosa”, esclareceu o delegado.

O que a gente conseguiu identificar foi isso, que esses profissionais, principalmente no período em que o senhor Eder estava preso, eram eles que atuavam a mando, eles que pagavam as contas, prestavam serviços de segurança e atividades do dia a dia em favor e benefício do senhor Eder”. Conforme o delegado, o policial militar, para pagar as contas de Moraes tira o dinheiro de algum lugar ainda desconhecido.


Veja a coletiva da PF explicando sobre a 8ª fase da Operação Ararath
 

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