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09/01/20 às 07:06 / Atualizada: 09/01/20 às 07:16

Jornalista luso-brasileira publica biografia de Dom Pedro Casaldáliga

Igor Lopes, Mundo Lusíada

AguaBoaNews

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Jornalista luso-brasileira publica biografia de Dom Pedro Casaldáliga

Foto: Divulgação

A jornalista luso-brasileira Ana Helena Tavares é autora do livro “Um bispo contra todas as cercas – A vida e as causas de Pedro Casaldáliga”, que narra, em tom biográfico, as andanças e os destinos deste personagem que é conhecido por defender os direitos humanos, especialmente dos povos indígenas e marginalizados, e também por manter fortes posições políticas e religiosas. A obra conta com depoimentos de testemunhas que acompanharam os passos de Pedro Casaldáliga. A nossa reportagem conversou com Ana Helena Tavares, que contou sobre como nasceu o livro, realçou a importância da opinião pública nesse caso e sublinhou o legado de Casaldáliga.

Como nasceu a ideia do livro?
Nasceu de um trabalho jornalístico sobre a ditadura militar brasileira, trabalho este que me levou a entrevistar Pedro Casaldáliga na sua casa em São Félix do Araguaia, no estado de Mato Grosso, centro-oeste do País, e a me encantar por ele. Sou uma repórter que se apaixonou pelo entrevistado e resolveu contar a história dele. Assim, virei biógrafa.

Qual é o tema e o que discute nas páginas do seu livro?
É uma biografia, portanto, narra a vida de uma pessoa, o bispo emérito de São Félix do Araguaia, Dom Pedro Casaldáliga, mas, nesse caso, narra a vida através das causas que ele abraçou. As páginas do livro discutem muitas questões ligadas a essas causas, tais como a luta por reforma agrária, contra o trabalho escravo, a defesa dos povos indígenas, a importância de uma educação laica e de qualidade, o direito humano à migração, e muitas coisas mais.

Como foi feita a pesquisa e a apuração?
Trata-se de um livro-reportagem, um trabalho com técnicas jornalísticas. Entrevistas e documentos foram colhidos ao longo de cinco anos para traçar o perfil do biografado.

Onde e quando foi lançada a obra?
A primeira edição foi lançada oficialmente em 21 de abril de 2019, domingo de Páscoa, na catedral de São Félix do Araguaia.

Já está na segunda edição, certo?
Sim. A primeira edição saiu, graças a financiamento coletivo, por uma editora carioca muito pequena, chamada Gramma, que não suportou a demanda. Foram 2.130 exemplares de duas tiragens da primeira edição vendidos em menos de seis meses. A segunda edição foi lançada oficialmente em 10 de dezembro de 2019, dia dos Direitos Humanos, na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no centro do Rio, pela tradicional editora católica Vozes, a casa editorial mais antiga do Brasil.

Como o trabalho tem sido recebido pelo público?
Pelas respostas anteriores, dá para ver que o público tem recebido a obra de braços abertos.

Onde os leitores podem comprar o livro?
O preço de capa é 49 reais, cerca de 10 euros. O livro pode ser adquirido no site da editora Vozes, nas livrarias físicas da Vozes espalhadas por todo o Brasil ou nas principais livrarias. Quem quiser um exemplar com dedicatória, pode me contatar por e-mail: anahelenart@hotmail.com.

Recentemente, circularam imagens nas redes sociais que mostram o Papa Francisco recebendo um exemplar do seu livro. Como vê isso?
Francisco é um ser humano iluminado. Só posso me sentir profundamente honrada por ver este livro chegar a ele. Ainda mais entregue por Dom Adriano Ciocca, atual bispo de São Félix.

Como avalia o resultado do seu trabalho?
O meu trabalho tem chegado a mãos e a lugares que jamais imaginei. Tive a glória de ver o livro chegar ao Papa, mas chegou também a um artista de rua que canta Rap num comboio da Central do Brasil. Chegou ao povo e isso, para mim, é a maior recompensa.

Por fim, quem é Ana Helena Tavares?
Sou uma jornalista carioca que gosta de ir à praia no inverno, que tem necessidade de andar na contramão do pensamento único. Alguém que quer dar função social a tudo o que faz e tem conseguido isso através do jornalismo literário. Sou filha de pai português naturalizado brasileiro, que vive no Brasil desde 1967. Pelo lado materno, sou neta da fundadora do Arouca Barra Clube, localizado no Rio de Janeiro, a comendadora Maria Helena Ribeiro, falecida em 2005. Tanto o meu pai, Manuel Tavares, como a minha avó, Maria Helena, nasceram em Arouca. O meu pai conheceu a minha mãe, Maria do Céu, que é brasileira, filha de Maria Helena, na Casa de Arouca, antiga denominação do Arouca Barra Clube. Tenho dupla-nacionalidade e votei nas eleições legislativas ocorridas em Portugal este ano através dos correios. Sempre me interessei muito pela cultura portuguesa, já fui diversas vezes a Portugal e tenho vontade de voltar para lá fazer um mestrado e viver por um tempo.

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