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19/09/19 às 08:26 / Atualizada: 19/09/19 às 08:35

PF faz buscas no Congresso em operação que investiga senador Fernando Bezerra Coelho e o deputado Fernando Bezerra Filho

Líder do governo no Congresso foi ministro da Integração e é investigado por irregularidades na transposição do Rio São Francisco. Defesa diz que medidas se referem a 'fatos pretéritos' e que parlamentar tem atuação 'combativa'.

Camila Bomfim, TV Globo — Brasília

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PF faz buscas no Congresso em operação que investiga senador Fernando Bezerra Coelho e o deputado Fernando Bezerra Filho

Senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) e o filho dele, deputado Fernando Coelho Filho (DEM-PE), ambos alvos de operação da PF no Congresso

Foto: Gustavo Garcia/G1; Câmara dos Deputados/Divulgação

A Polícia Federal iniciou uma operação no Congresso Nacional nesta quinta-feira (19) para investigar o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo do presidente Jair Bolsonaro no Senado. Os mandados de busca e apreensão também têm como alvo o filho do senador, o deputado Fernando Bezerra Filho (DEM-PE).
 
O cumprimento dos mandados, autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, se baseia em inquérito que apura irregularidades em obras da transposição do Rio São Francisco no período em que Bezerra foi ministro da Integração, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
 
Buscas por documentos e arquivos digitais foram feitas no gabinete do senador, na Câmara dos Deputados e também em Pernambuco e na Paraíba.
 
Até a última atualização desta reportagem, a PF não havia informado quantos mandados haviam sido expedidos nem havia detalhado as denúncias investigadas.
 
Por meio de nota, o advogado de Bezerra Coelho, André Callegari, afirmou que as medidas se referem a "fatos pretéritos" e que a justificativa seria a "a atuação política e combativa do senador".
 
"Causa estranheza à defesa do senador Fernando Bezerra Coelho que medidas cautelares sejam decretadas em razão de fatos pretéritos que não guardam qualquer razão de contemporaneidade com o objeto da investigação. A única justificativa do pedido seria em razão da atuação política e combativa do senador contra determinados interesses dos órgãos de persecução penal", diz a defesa.
 
Na nota referente a Bezerra Filho, o advogado André Callegari afirmou que "causa estranheza" a decretação de medidas cautelares de "fatos pretéritos sem contemporaneidade". Para ele, as medidas são "desnecessárias".
 
"A defesa ainda não teve acesso ao pedido e à decisão do ministro que autorizou as medidas, mas pode afirmar que as medidas são desnecessárias e extemporâneas", diz a nota.
 
Líder do governo alvo de inquéritos
 
Fernando Bezerra Coelho assumiu a liderança do governo do presidente Jair Bolsonaro em fevereiro, no início do ano legislativo. A escolha dele foi uma tentativa de aproximação com o MDB, partido de maior bancada no Senado.
 
À época, Bezerra era alvo de três inquéritos que correm na primeira instância judicial — um da Lava Jato e dois desdobramentos da operação.
 
Em dezembro de 2018, a Segunda Turma do Supremo rejeitou, por 3 votos a 2, uma denúncia contra Bezerra Coelho na Lava Jato. O senador foi acusado de pedir e receber propina de R$ 41,5 milhões entre 2010 e 2011 das construtoras Queiroz Galvão, OAS e Camargo Corrêa. Na época, ele era secretário no governo de Eduardo Campos, em Pernambuco. Bezerra nega as irregularidades.

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