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11/08/19 às 10:47 / Atualizada: 11/08/19 às 10:56

Espécie rara e em extinção, dois cachorros-vinagre são mortos em atropelamento na BR-262 no MS

Registro foi feito pelo Projeto Bandeiras e Rodovias entre Miranda e Aquidauana

A Crítica

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Espécie rara e em extinção, dois cachorros-vinagre são mortos em atropelamento na BR-262 no MS

Foto: Projeto Bandeiras e Rodovias

Dois espécimes de cachorro-vinagre, espécie rara e em extinção da fauna brasileira, foram atropelados e mortos no início da tarde deste sábado (10) na BR-262, entre Aquidauana e Miranda. O registro foi feito pelo Projeto Bandeiras e Rodovias, que monitora o atropelamentos de tamanduás-bandeira nas rodovias e, como na tarde de hoje, flagra atropelamentos de outras espécies.

De acordo com Mário Alves, do Bandeiras e Rodovias, a região tem matas e diversas fazendas de pecuária. Além dos dois atropelados, também foi notado a presença de outros dois cachorro-vinagre próximo ao local, um adulto e um filhote. 

Raros

O cachorro-vinagre é uma espécie de canídeo que habita áreas de florestas em parte da América do Sul e em praticamente todas as regiões do Brasil, com exceção do Bioma Caatinga. É vulnerável à extinção, segundo a Lista Oficial das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, publicada pelo Ministério do Meio Ambiente. O biólogo Edson de Souza Lima, de Nova Xavantina (MT), mantém pesquisa há anos sobre o cachorro-vinagre e publicou diversas pesquisas. 


Espécies monitoradas pelo Projeto Cachorro-Vinagre

Os cachorros-vinagre pesam cerca de cinco quilos e sua coloração é predominantemente marrom-avermelhada, tendo tonalidade mais clara na cabeça e no pescoço. Vivem em matilhas que podem variar de dois a 12 indivíduos, nas quais apenas o casal dominante reproduz. O período de gestação é de 67 dias em média e resulta em ninhadas de um a cinco filhotes.

Atropelamentos

 

BR-267 – Nova Alvorada do Sul - Casa Verde
20/07/2016. Fonte: IPÊ
A fauna do Estado é carente de proteção e mitigamento nas rodovias com várias espécies sendo dizimadas. O caso mais preocupante é o das antas. Estudo divulgado pelo IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas) aponta que entre março de 2013 e março de 2019  foram registradas 501 carcaças de antas, gerando uma média de 84 antas atropeladas por ano. Dentre as 501 carcaças, 93 eram fêmeas, 161 machos, e 247 nas quais não foi possível determinar o sexo em função do estado avançado de decomposição. Dentre as rodovias monitoradas, foram registradas 142 carcaças na MS-040, 119 na BR267, 100 na BR-262 sentido Três Lagoas, 45 na BR-262 sentido Corumbá, e 95 nas demais rodovias.

As rodovias do Mato Grosso do Sul funcionam como verdadeiros drenos de indivíduos da fauna silvestre e a continuação das perdas de espécimes não podem mais ser tolerada, desta forma é urgente que sejam tomadas medidas para prevenção, mitigação das colisões em rodovias envolvendo fauna silvestre bem como, inclusive, a compensação dos indivíduos
perdidos nestes eventos de atropelamento, avalia o estudo. 

comentar1 comentário

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  • por Júnior, em 12/08/19 às 07:11

    Acabei de ver dois desses aí atravessando a rodovia MT 430 .

 
 
 
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