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28/06/19 às 10:45

Safra 2019/20 - Banco do Brasil aumenta em 66% oferta de crédito rural para MT

Marianna Peres, Diário de Cuiabá

AguaBoaNews

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Safra 2019/20 - Banco do Brasil aumenta em 66% oferta de crédito rural para MT

Foto: Divulgação

Os produtores mato-grossenses terão acesso a mais recursos para nova safra, a 2019/20, que começa oficialmente na próxima segunda-feira, dia 1º de julho. Ontem, o Banco do Brasil anunciou a oferta de R$ 11 bilhões em recursos federais para custeio e investimento. As cifras são 66% maiores que o operado pelo banco público no ano passado para a temporada 2018/19, que somou R$ 6,6 milhões no Estado. Os recursos integram o Plano Agrícola e Pecuário (PAP), lançado na semana passada pelo governo federal.

O incremento, conforme o superintendente regional do BB, Pedro Marques Júnior, há incremento não apenas no volume total a ser ofertado como também na destinação dos recursos. “São 73% a mais na comparação anual para custeio e 47% maior para os investimentos”. Dos R$ 11 bilhões anunciados, R$ 8,5 bilhões serão destinados ao custeio, comercialização e industrialização e R$ 2,5 bilhões para investimentos. O Banco é o maior operador de crédito rural do país e por isso o anúncio da Instituição é sempre muito aguardado pelo setor.

Para a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato) a oferta crescente de crédito é sempre muito bem-vinda, porém, tão importante quanto o volume de recursos, é a agilização e a desburocratização na concessão do crédito, o que permite ao produtor a tomada ágil e no tempo certo dos recursos. Conforme a superintendência, as contratações estarão sendo realizadas já a partir do dia 1º. “O Banco está cada vez mais especializado na oferta de crédito rural, são pessoas capacitadas e agências preparadas para esse tipo de operação”, completou Júnior.

O presidente da Famato, Normando Corral, destaca que o novo trouxe aumento nos percentuais dos juros nas operações de crédito e que os produtores devem estar atentos à ‘novidade’. “No PAP 2018/19, o governo federal havia reduzido em 1,5 ponto percentual as taxas de juros do crédito rural em comparação com o plano 2017/18. Para o 2019/20, a taxa de juros, no caso do custeio, aumentou um ponto percentual passando de 7% para 8% ao ano”.

DESEMBOLSO - O aumento na oferta de recursos a juros pré-fixados, como os anunciados pelo Banco do Brasil, podem trazer um alívio ao produtor, já que o custo de produção da nova safra de soja está bem acima do que foi contabilizado no ano anterior, majorados pela valorização do dólar.

Conforme dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a nova safra estadual deve custar cerca de R$ 2,33 mil por hectare – conforme dados apurados em maio e com dólar a R$ 4 - ante R$ 2,07 mil por hectare da temporada passada. Considerando os mais de 9,72 milhões de hectares que deverá ser cobertos com a oleaginosa, somente nessa cultura há necessidade de um desembolso de mais de R$ 22,64 milhões, “somente para se fazer a safra da soja”.

Como sempre ocorre no Estado, o custeio da safra é bastante dependente de recursos vindos de vários agentes de mercado - recursos federais e livres, tradings, multinacionais de fertilizantes, sementes e defensivos agrícolas, revendas de insumos e sementeiras – responsáveis pelo funding da soja mato-grossense.

Nesse momento de planejamento do novo ciclo a forte variação do dólar, as incertezas em relação aos rumos da demanda internacional em razão da guerra comercial EUA x China, o saldo da safra norte-americana que vai sendo marcada pelas más condições climáticas e a possibilidade de maior endividamento dos produtores, têm sido fatores negativos sobre os agentes de mercado. Há uma previsão de que haja menor oferta de recursos por parte das tradings, as multinacionais que atualmente são o maior financiador da safra estadual e responderam no ano passado pela injeção de 30% de tudo que foi financiado no ano passado.

ALERTA - Os 30% do ano passado já foram um indicativo de mudanças nesse segmento. Na safra 2017/18, as tradings financiaram 35% e para a nova safra a participação deve encolher pelo segundo ano consecutivo.

Conforme informações da Associação Brasileira Indústrias Óleos Vegetais (Abiove) pode haver uma queda de 50% na oferta global de crédito para o financiamento da nova safra brasileira, por parte das tradings aos produtores de soja.

“Esta previsão é feita com base nos dados compartilhados pelas associadas com a entidade. A queda ocorre em função de uma quebra de confiança na relação entre as empresas e parte dos produtores, devido à crescente abertura de processos de Recuperação Judicial de agricultores pessoa física, além das incertezas diante do tabelamento do frete”, explica a entidade.

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