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16/05/19 às 19:47

Estudo brasileiro demonstra que infecção pelo vírus da dengue pode ser fator protetor para infecções pelo vírus da Zika

Daiana Barasa

AguaBoaNews

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Estudo brasileiro demonstra que infecção pelo vírus da dengue pode ser fator protetor para infecções pelo vírus da Zika

Mosquito Aedes aegypti, hospedeiro do vírus Zika e de outros, visto em microscópio no Instituo Fiocruz.

Foto: Felipe Dana

Após o surto de Zika em 2015, cientistas brasileiros descobriram que pessoas previamente expostas ao vírus da dengue podem se proteger do vírus da Zika.

Segundo o Ministério da Saúde (MS), desde 8 de novembro de 2015 a 8 de abril de 2017, mais de 2.600 casos de microcefalia – falha no desenvolvimento do feto de mães infectadas com o vírus – e outros distúrbios neurológicos foram confirmados e associados com o vírus Zika.

Frederico Costa, professor de epidemiologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), diz que o estudo realizado em Salvador foi o primeiro conduzido em uma população específica antes e depois do surto. Por esse motivo, Costa relata que a pesquisa realizada foi a de maior precisão realizada até os dias atuais.


Sobre o estudo

Realizado na Yale School of Public Health, a equipe de pesquisadores descobriu que 73% dos residentes da favela Pau da Lima, em Salvador, foram acometidos pela infecção da Zika. Outra descoberta foi que a exposição prévia à dengue protegeu as pessoas da infecção pelo Zika vírus, de forma que os que foram infectados com o vírus da dengue agora possuem imunidade.


Onde tudo começou

O vírus Zika foi primeiramente identificado em Uganda, em 1947, no continente africano. A África – cuja fauna é representada muito bem pela NetBet cassino online brasil em seus temáticos jogos Might Africa e Legends of Africa – somente se atentou para a existência do vírus quando houve a epidemia da ilha de Yap, em 2007.

No Brasil, médicos da região de Rio Grande do Norte começaram a estranhar o grande número de recém-nascidos com microcefalia – até então uma doença rara. A situação se engrandeceu e, em dezembro de 2015, a Organização de Saúde Pan-Americana decretou alerta epidemiológico.


Imunidade contra o vírus da Zika

Um dos autores do artigo publicado, Albert Ko (Yale School of Public Health), relatou que “as pessoas expostas ao vírus da dengue antes da epidemia possuíam anticorpos que as protegeram da infecção pelo Zika”.

A professora de Medicina da Universidade da Califórnia de San Francisco, Isabel Rodriguez-Barraquer, acredita que várias pessoas na américa são agora imunes à Zika. Para ela, a epidemia que ocorreu em todo o continente não se limita a ele. O vírus ainda circula em outras partes do mundo, motivo pelo qual os pesquisadores acreditam ser tão importante entender os processos por trás da infecção.


Considerações

Algumas questões ainda permanecem e deverão ser elucidadas aos poucos. Uma questão essencial neste momento, diz Ko, é “o quão devastadora foi a transmissão do vírus durante a epidemia, e a infecção foi o suficiente para deixar as mulheres imunes ao Zika?”. Essas e outras perguntas práticas, sobretudo em se tratando da interação entre o vetor – o mosquito Aedes aegypti – irão ser discutidas em pesquisas futuras.

Enquanto isso, políticas de prevenção à infecção pelo Zika vírus deverão ser adotadas. O nordeste brasileiro, com cerca de 57 milhões de pessoas, possuía condições completamente favoráveis à ascensão da epidemia. E é isso que não deve ocorrer no futuro.

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