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16/04/19 às 09:03 / Atualizada: 16/04/19 às 09:16

Brasileiros na NBA: por que há poucos atletas na liga?

Vanessa Silva

Agua Boa News

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A principal liga de basquete do mundo é o sonho de praticamente todos os jovens atletas que amam o esporte. No entanto, chegar na mesma é um grande desafio e se firmar é tão difícil quanto. Em toda a história, apenas 17 brasileiros já jogaram na NBA. Para se ter uma ideia, este é o número médio de atletas em apenas uma das 30 equipes que compõem a liga atual. E é válido lembrar que brasileiros vêm tentando entrar na NBA desde 1988, quando Rolando Ferreira foi o primeiro a vestir a camisa de um time da liga. Já são milhares de jogadores que rodaram a liga e apenas uma minúscula porção destes tem passaporte verde e amarelo.

E dentre estes poucos brasileiros que estiveram na liga, são poucos os que tiveram uma carreira de sucesso. Leandrinho e Tiago Splitter se consagraram sendo campeões, Anderson Varejão e Nenê tiveram ótimas passagens nos diversos times que atuaram. No entanto, os outros 13 brasileiros que tiveram uma chance na NBA ainda não conseguiram se firmar. Alguns ainda tentam a sorte por lá, mas vários resolveram voltar para o Brasil ou decidiram ir atuar na Europa.

O interessante é que o Brasil conta com vários jogadores de basquete de qualidade na sua história e vários deles não conseguiram aproveitar a chance que tiveram. Com isso uma dúvida surge: porque é tão difícil encontrar um brasileiro que obteve sucesso na NBA?

A peneira do Draft
Todos os anos abrem-se 60 vagas para o NBA, parecem muitas, mas, na prática, cada um desses lugares é disputado por dezenas ou centenas de jogadores de alta qualidade. Existem 68 equipes que disputam a liga principal de basquete universitário nos Estados Unidos. Mas não são só estes jogadores que podem ser draftados: atletas da segunda divisão e da terceira também podem ser chamados pelas equipes do NBA. No total, são mais de 190 equipes e todos os jogadores que terminaram a faculdade são elegíveis para participar do draft.

Quem atua no exterior e possui mais de 23 anos também pode ser chamado no draft. Ou seja: conseguir uma vaga vai muito além de ser um bom jogador ao longo dos anos universitários. É essencial ser um dos melhores na posição para garantir o lugar em uma das equipes do NBA.

E mesmo quem consegue passar pelo draft sabe que tudo é uma grande aposta. Vários atletas apontam que é preciso ter sorte e ser selecionado por uma equipe que sabe como lidar com calouros. Alguns times não dão aos jogadores draftados tempo de jogo, mesmo que eles tenham uma posição de destaque no draft, sem poder jogar, fica quase impossível “mostrar serviço” e o psicológico de várias jovens promessas é afetado pelo tempo parado.
 
É importante saber quando sair
A NBA, para um atleta, é quase um sistema de aposta que, em muitos casos, exige que o atleta dê o cash out e busque por oportunidades fora da liga. No mundo das apostas, o termo cash out, significa a retirada de recursos de um jogo para evitar grandes perdas. É uma estratégia ousada, mas que funciona para alguns usuários. Existem alguns sites de apostas com Cash Out, algo útil para quem aposta em um time que é o favorito, mas descobre, no último minuto, que o jogador principal se lesionou, por exemplo. Este apostador pode fazer o cash out e reduzir o valor total da aposta, afinal de contas, a equipe não é mais tão favorita quanto antes. Ou seja, ele tenta um caminho diferente em vez de simplesmente desistir.

No basquete e em outros momentos cruciais da vida, a ideia de retirada, ou cash out, reflete uma troca de prioridades. Neste momento, tomamos decisões onde apostamos nossas fichas em outras oportunidades. Saber o momento correto de fazer isso pode ser essencial para um atleta de qualidade, que não tem sua chance na NBA, mas ainda pode ter uma carreira de sucesso em outras ligas ao redor do mundo.

Alguns atletas brasileiros souberam o momento de sair e hoje estão felizes em outras ligas como a NBB, que é a nossa liga nacional. É o caso do Alex Garcia, que foi ídolo em Israel e atualmente defende o Bauru. O ala Marquinhos também tentou por dois anos a sorte na NBA mas acabou decidindo voltar para o Brasil, hoje é feliz e tem uma carreira vitoriosa no Flamengo.

Um dos primeiros brasileiros a atuarem na NBA, Pipoka, vê o vôlei atraindo os jogadores com perfil para o basquete. De acordo com o ex-atleta, antigamente quem era alto e gostava de praticar esportes escolhia o basquete. No entanto, nossa liga nacional de vôlei e nossas seleções se desenvolveram e hoje somos destaque no vôlei mundial feminino e masculino. Por isso os jovens atletas optam cada vez mais pelo vôlei, e é um efeito em cadeia, também temos mais projetos sociais voltados para o vôlei e poucos voltados para o basquete.

Claro, para o Brasil, como nação, o importante é garantir que os jovens pratiquem esporte, este pode ser vôlei, basquete, futebol, natação ou qualquer outro. No entanto, se o objetivo for aumentar o número de opções viáveis de esporte, é essencial que o todos os esportes se desenvolvam no país. Para o basquete, a NBB foi o primeiro passo e um dos mais importantes, mas agora é focar na base, de acordo com Pipoka.
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