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07/02/19 às 17:05 / Atualizada: 07/02/19 às 17:19

Mirassol D'Oeste - Vinho de Jabuticaba é fabricado artesanalmente por agricultora familiar

A receita foi repassada pela extensionista da Empaer e o vinho foi produzido pela primeira vez com uma produção de 19 litros.

Rosana Persona / Lara Jordani | Empaer-MT

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Mirassol D'Oeste - Vinho de Jabuticaba é fabricado artesanalmente por agricultora familiar

A produtora Iracy comercializa cada garrafa da bebida por R$ 25,00

Foto: Extensionista | Empaer

Quem visita a produtora rural Iracy Serenini Falácio, de 60 anos, se surpreende ao degustar uma bebida artesanal produzida com frutas vindas diretamente do seu quintal. Moradora da comunidade Lar Benvindo, no município de Mirassol D'Oeste/MT, dona Iracy produz, a cada temporada, mais de 50 litros de vinho de jabuticaba, que se tornou famoso na região. A bebida, produzida na propriedade há mais de quatro anos, não possui nenhuma adição de produtos químicos, e fica pronto para o consumo após 50 dias de preparo. 

A produtora também é conhecida na região pela produção de doces em compota, cristalizados e em barra, requeijão e licor. Na propriedade em que mora há um pomar no quintal, com diversas frutas tais como jabuticaba, figo, goiaba, banana, caju, jaca, manga e outras. Ela explica que com a fruta da jabuticaba faz geleia, licor, bolo, suco e vinho. “Quando fizemos aqui em casa pela primeira vez o vinho, os clientes ficaram interessados e gostaram do sabor, desde então, continuamos a produzir, mesmo que em pequena escala”, explica.

Ela recorda que em 2010 recebeu a receita da extensionista da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Maria da Conceição Saminêz Silva, e fabricou o vinho pela primeira vez, com uma produção de 19 litros. Este ano, já produziu mais de 50 litros de vinho e está comercializando na região por R$ 25,00 a garrafa. “Gostaria de aumentar a produção, mas a saúde hoje não ajuda muito. Para produzir vinho é necessário gostar da atividade, ter capricho, dedicação, higiene e paciência,” enfatiza.

A família trabalha na propriedade há 32 anos. O seu marido Luiz Roberto Falacio é o funcionário responsável pela lida com bovinos de corte e serviços gerais, e a filha Rosiely de Fátima Falácio ajuda na produção de doces e vinho. No pomar, as jabuticabas são selecionadas para a produção de vinho, lavadas e depositadas em um tambor de 50 litros, e ficando em infusão por 40 a 50 dias. A produtora explica que é necessário macerar a fruta a cada três dias, mexendo no tambor, além de verificar o grau de fermentação e experimentar o produto.

A extensionista da Empaer, Maria Conceição, destaca que a produtora atende as Boas Práticas de Fabricação (BPF) tanto na produção de doces como de vinho. Conforme Conceição, foram repassadas informações e orientações sobre a manipulação, o preparo e o armazenamento das frutas. Desta forma são obtidos benefícios, entre eles, menor desperdício, produção mais econômica e menor risco para a população consumidora.




Conforme Conceição, a elaboração de vinhos e doces para consumo próprio é uma prática observada com frequência na agricultura familiar. O vinho, mesmo quando produzido em pequena escala, é um dos produtos que podem ser comercializados pelo agricultor, viabilizando economicamente a propriedade e contribuindo para a renda da família.

Receita de vinho

Para a produção do vinho, a extensionista da Empaer sugere uma receita que pode ser feita em casa e destaca os únicos ingredientes: jabuticaba e açúcar. Ela explica que para cada 10 litros de jabuticabas inteiras é necessário usar um quilo de açúcar. A seguir, o modo de preparo: estoure as jabuticabas e coloque-as numa vasilha de plástico, cubra a superfície do suco com açúcar, tampe bem e deixe em descanso de 15 a 30 dias. Após este tempo, coe todo o suco utilizando uma peneira fina.

Segundo Saminez, é importante observar o teor de álcool (natural). Caso esteja baixo, pode ser acrecentado a gosto álcool de cereais à 40 graus. O líquido, no ponto certo, deve ser colocado em garrafas por um período de três meses. Durante este período, sacudir um pouco as garrafas para saída do gás. “Não sendo adotada esta medida, há o perigo de estourar a garrafa ou soltar a rolha, prejudicando a conservação do vinho que deve ter, na medida do possível, o teor alcoólico apenas da fruta”, concluiu.

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  • por Esmeralda, em 19/11/19 às 21:56

    Parabéns pelo artigo, adorei!

 
 
 
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