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13/01/19 às 09:04 / Atualizada: 13/01/19 às 09:40

Foragido há quase um mês, terrorista Cesare Battisti é preso na Bolívia

Battisti usava barba falsa; estava na Bolívia, como antecipou

Cláudio Humberto, Diário do Poder e Camila Bomfim TV Globo

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Foragido há quase um mês, terrorista Cesare Battisti é preso na Bolívia

Cesare Battisti após a prisão na Bolívia

Foto: Polizia di Stato/Reprodução .

O terrorista italiano Cesare Battisti, 64, foi preso neste sábado (12) à noite em Santa Cruz de La Sierra, segundo confirmou a Polícia Federal, após quase um mês foragido. Battisti usava disfarce, com barba e bigodes falsos.



Ele foi detido quando caminhava sozinho na rua e não resistiu à voz de prisão, realizada por um grupo da Interpol formado por investigadores italianos. Vestia calça azul e levava um par de óculos de sol.
Sua prisão confirma informação revelada com exclusividade pelo colunista Cláudio Humberto, do Diário do Poder, sobre a Bolívia como destino do fugitivo.


O bandido estava foragido desde 13 de dezembro, quando fazou a informação de que o ministro Luiz Fux havia assinado sua ordem de prisão “para efeitos de extradição”. Após notícia divulgada na noite do dia 13 de dezembro, Battisti nunca mais foi visto. Em 14 de dezembro, o então presidente Michel Temer assinou o decreto de extradição do terrorista.
 
O Ministério da Justiça e Segurança Pública informou na manhã deste domingo (13) que está tomando "todas as providências necessárias" juntamente com o Ministério das Relações Exteriores, em cooperação com os governos da Bolívia e da Itália, "para cumprir a extradição de Battisti e entregá-lo às autoridades italianas".
 
Não foram divulgadas informações sobre os próximos passos da prisão de Battisti e extradição para a Itália. A defesa de Battisti no Brasil disse, por meio de nota, que "não possue habilitação legal para atuar em outra jurisdição que não a brasileira" e espera que o caso tenha um "desfecho de respeito aos direitos fundamentais" de Battisti.
 
Cesare Battisti foi condenado à prisão perpétua em 1993 sob a acusação de ter cometido quatro assassinatos na Itália nos anos 1970. Battisti nega envolvimento com os homicídios e se diz vítima de perseguição política.
 
Battisti era considerado foragido desde o último dia 14 de dezembro, quando o então presidente Michel Temer assinou o decreto de extradição do italiano.

O italiano teve a prisão determinada pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF) em 13 de dezembro.

 
Segundo investigadores, para a captura de Battisti houve troca de dados de inteligência entre as polícias brasileira e italiana com a polícia boliviana.
 
Citando fontes do governo italiano, o jornal “La Repubblica” afirma que ainda não está claro se, antes de voltar para a Itália, ele passará pelo Brasil. Fontes não identificadas do Ministério do Interior italiano disseram ao periódico que não descartam que ele volte para a Itália entre este domingo e segunda (13).
 
De acordo com informações da agência France Presse, um avião com policiais e membros dos serviços secretos da Itália já está a caminho da Bolívia.
 
O presidente Jair Bolsonaro parabenizou autoridades policiais pela captura do italiano, em publicação no Twitter, na manhã deste domingo (13).
 
Em novembro do ano passado, após conversa com o embaixador da Itália no Brasil, Antonio Bernardini, o presidente disse que faria "tudo o que for legal" para extraditar Cesare Battisti para a Itália "imediatamente".
 
Cesare Battisti teve o nome incluído em lista da Interpol — Foto: Reprodução/JN
Cesare Battisti teve o nome incluído em lista da Interpol — Foto: Reprodução/JN
 
Entenda o caso
 
Battisti foi condenado à prisão perpétua em 1993 sob a acusação de ter cometido quatro assassinatos na Itália nos anos 1970.
 
Battisti fugiu da Itália, viveu na França e chegou ao Brasil em 2004. Ele foi preso no Rio de Janeiro em março de 2007 e, dois anos depois, o então ministro da Justiça, Tarso Genro, concedeu refúgio.
 
Em 2007, a Itália pediu a extradição dele e, no fim de 2009, o STF julgou o pedido procedente, mas deixou a palavra final ao presidente da República. Na época, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou a extradição.
 
Em setembro de 2017, o governo italiano pediu ao presidente Michel Temer que o Brasil revisasse a decisão sobre Battisti.
 
No fim do ano passado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao STF que desse prioridade ao julgamento que poderia resultar na extradição.
 
Um mês depois do pedido da PGR, o ministro Luiz Fux, mandou prender o italiano e abriu caminho para a extradição, no início de dezembro.
 
Na decisão, o ministro autorizou a prisão, mas disse que caberia ao presidente extraditar ou não o italiano porque as decisões políticas não competem ao Judiciário.
 
No dia seguinte da decisão de Fux, o então presidente Michel Temer autorizou a extradição de Battisti.
 
Desde então, a PF deflagrou uma série de operações para prender Battisti. No final de dezembro, a PF já tinha feito mais de 30 operações na tentativa de localizar o italiano.
 
Battisti nega envolvimento com os homicídios e se diz vítima de perseguição política. Em entrevista em 2014 ao programa Diálogos, de Mario Sergio Conti, na GloboNews, ele afirmou que nunca matou ninguém.

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