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30/09/18 às 21:48

Maníaco da Garrafada - Polícia Civil de MT prende maníaco que roubou idosos após tomarem medicamento para cura de doenças

Três vítimas faleceram, sendo duas em Cuiabá (MT) e uma na cidade de Anápolis (GO).

Assessoria Polícia Civil

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Maníaco da Garrafada -  Polícia Civil de MT prende maníaco que roubou idosos após tomarem medicamento para cura de doenças

Foto: Assessoria Polícia Civil

Cabelos grisalhos, estatura mediana, branco, cicatriz na barriga, aparentando idade entre 50 e 60 anos, que se apresentava como tenente militar aposentado. Estas são características descritas por mais de 25 vítimas do maníaco Francisco Djalma Francioni, 67 anos, que abordava idosos, preferencialmente, na porta de hospitais e rodoviárias de cidades das regiões Centro Oeste, Sul e Sudeste do Brasil, oferecendo um medicamento para cura de doenças diversas (reumatismo, diabetes, próstata, câncer)
 
Após ingerirem a substância, as vítimas desmaiavam e tinham todos os pertences roubados (documentos pessoais, dinheiro, aparelho celular e cartões de bancos). Todas as vítimas ficaram internadas em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) depois que tomaram o suposto remédio. Três delas  faleceram, sendo duas em Cuiabá (MT) e uma na cidade de Anápolis (GO).
 
O criminoso que ao longo de mais de um ano era investigado pela Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso, até então sem qualificação, foi preso no dia 19 de setembro, no Estado de Goiás, pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Cuiabá (Derf), e recambiado para Cuiabá no dia 22 de setembro.
 
"Ele ganhava a confiança das vítimas dizendo que era militar aposentado e que tinha um medicamento muito bom para a doença que a vítima tinha (antes ele questionava sobre problemas de saúde). Em seguida, colocava uma substância em um copo e entregava para a vítima beber, dizendo que ela já se sentiria melhor rapidamente. Após ingerir a substância, as vítimas desmaiavam. Ele subtraia todo o patrimônio delas, como celular, carteira, cartões de banco etc", explicou o delegado da Polícia Civil de Mato Grosso,  Eduardo Rizzotto de Carvalho.
 
Conforme o delegado, as vítimas tiveram seus nomes usados para prática de estelionatos diversos, saques em contas bancárias e empréstimos. A substância ingerida pelas vítimas ainda não foi identificada pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec).
 
De acordo com Rizzotto, por estarem sem documentos, em alguns casos, as vítimas deram entrada em hospitais como se fossem "andarilhos" ou "moradores de rua". A escolha também por vítimas idosas, no caso de falecimento, tinha a intenção de dar aparência de morte natural, como ocorreu em uma das vítimas de Cuiabá (Vanderlei Marcos Missau), que não chegou a ser encaminhada ao Instituto de Medicinal Legal (IML).Na certidão de óbito consta como “causa mortis” apenas falência múltipla dos órgãos/falência vascular cerebral.
 
A prisão do criminoso ocorreu na cidade de Alvorada do Norte (GO), quando o suspeito foi visitar sua namorada. Ele vai responder por roubos combinados com dois homicídios qualificados e três tentativas de homicídio pelos crimes cometidos em Cuiabá. O suspeito também praticou o mesmo crime em Rondonópolis.
 
Todos os crimes em Mato Grosso ocorreram no ano de 2017. Até o momento foram identificadas uma vítima em Rondonópolis (212 km ao Sul de Cuiabá) e cinco vítimas em Cuiabá, sendo que duas delas morreram (Odílio Rodrigues dos Santos, 63 anos, (fato:18/04/1017), e Vanderlei Marcos Missau, 69 anos, (fato 08/11/2017), além de uma vítima fatal em Anápolis (GO) e outras vítimas que sobreviveram em municípios do interior de São Paulo, Paraná, Goiás, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
 
O ponto de partida da descoberta da identidade do suspeito, classificado até então por "Maníaco da Garrafada" (por oferecer composto de ervas com fins medicinais feito por índios), ocorreu depois da identificação do aparelho de celular de um  idoso do município de Rondonópolis, que foi vítima em 26 de junho de 2017.
 
Em seguida uma denúncia no Centro de Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp), via 197, sobre roubos mediante ingestão de uma droga pelas vítimas, cometidos por um homem com as mesmas características, reforçou o trabalho dos investigadores.

A partir daí, os policiais descobrir o paradeiro do criminoso identificando sua localização na cidade de Alvorada do Norte (GO), local onde recebeu voz de prisão de uma equipe da Derf Cuiabá, em cumprimento de mandado de prisão, requisitado no inquérito policial presidido pelo delegado Eduardo Rizzotto de Carvalho.
 
Ao ser preso, o suspeito se apresentou como José Augusto Fernandes. No entanto, os policiais apuraram que seu nome verdadeiro é Francisco Djalma Francioni, de 67 anos, natural do Distrito de Treze de Maio, município de Tubarão, em Santa Catarina.
 
Com vasta ficha criminal, possui 6 indiciamentos no Estado do Rio Grande do Sul, 14 no Paraná, 6 em Santa Catarina 1 em Goiás, além dos roubos, homicídios e tentativa de homicídios que passará a responder em Cuiabá e Rondonópolis, referente a seis vítimas.  
 
Os indiciamentos referem-se a crimes de roubos desde o início da década de 70. Ao ser interrogado, contou que viveu vida inteira cometendo crimes, a maioria foi roubos contra bancos. Já ficou mais de 20 anos preso.
 
Também relatou aos policiais, que há algum tempo vinha cometendo os crimes por meio de violência imprópria, se valendo da questão da vítima ser idosa para ganhar sua confiança.  
 
 
Integração
    
Contatos com policiais de unidades de outros estados corroboraram no rol de informações que justificavam a necessidade de cessar a ação criminosa do suspeito, que vinha agindo em diversas localidades do País. Em Mato Grosso, as investigações estavam mais avançadas, próximas a identificação do maníaco, que utilizava vários nomes falsos e não ficava mais que dois dias em uma única cidade.
 
O suspeito era procurado por Polícias Civis de outros estados e tinha  mandado de prisão aberto no Paraná e em Goiás.

"Sempre viajando para dificultar que a polícia o capturasse. Ele escolhia suas vítimas, na maioria pessoas idosas e moradoras da zona rural, o que dificultava suas oitivas, sobretudo, por ficarem inconsciente e por muito tempo internadas em estado grave em UTIs", observou o delegado, Eduardo Rizzotto.  

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