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09/09/18 às 21:55

Fronteiras Abertas - Metade da munição ilegal entra no Brasil por Mato Grosso do Sul

Paraguai e Bolívia são os principais fornecedores do tráfico de armamento para o Brasil

Thiago Gomes, Correio do Estado

Edição: Clodoeste 'Kassu' AguaBoaNews

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Fronteiras Abertas - Metade da munição ilegal entra no Brasil por Mato Grosso do Sul

Carga de droga apreendida ontem, na BR-060, escondia duas submetralhadoras

Foto: Divulgação

Armas e munições vindas do Paraguai e da Bolívia são os principais alimentos do crime organizado que opera em grandes centros brasileiros, como Rio de Janeiro e São Paulo, particularmente nos morros cariocas. Apesar da falta de investimentos federais na segurança das fronteiras, pelo menos a metade do armamento apreendido e que tinha essa destinação acabou sendo interceptada ainda em Mato Grosso do Sul. 

Na prática, caso houvesse interesse da União em exercer um maior controle nas linhas fronteiriças de entrada, o ciclo de alimentação do crime organizado poderia ser cortado. A fragilidade da segurança federal nas faixas de fronteira com o Paraguai e a Bolívia, por Mato Grosso do Sul, tem favorecido a atuação das quadrilhas, que operam especialmente com o tráfico de armas e drogas. 

ALGUNS NÚMEROS

Dados do Ministério Extraordinário de Segurança Pública (Mesp) revelam que, em um ano, durante a Operação Égide, realizada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), foram apreendidas 1.418 armas de fogo (fuzis, metralhadoras e pistolas) e 232.559 munições de vários calibres, produtos do tráfico. Desse volume, pelo menos 750 armas e 115.738 munições ficaram no eixo Mato Grosso do Sul, a caminho do Rio de Janeiro.

As apreensões têm revelado ainda que muitos carregamentos de cocaína e maconha apreendidos no Estado traziam junto armamento pesado e de uso restrito. Ontem, por exemplo, a PRF apreendeu na BR-060, município de Sidrolândia, duas submetralhadoras, calibre nove milímetros e três carregadores adquiridos no Paraguai.

COM DROGA

As armas apreendidas ontem estavam escondidas em meio a uma carga de 1,7 tonelada de maconha. Uma caminhonete Hilux que fazia o transporte foi flagrada no acostamento da rodovia. Foi levantada suspeita de que poderia estar envolvida com o tráfico e os agentes solicitaram que outras equipes ficassem em alerta na estrada.

Houve anteriormente a tentativa de abordagem da caminhonete, mas o motorista abandonou o veículo e fugiu a pé para um barranco, não sendo encontrado. O motorista de um Fiat Uno que fazia o serviço de batedor da droga foi preso em flagrante.

NÚMEROS LOCAIS

A Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que, somente no período de janeiro a agosto deste ano, as polícias estaduais, particularmente o Departamento de Operações de Fronteira (DOF), apreenderam no Estado 430 armas – apenas pistolas foram 110.

Mesmo ainda não dispondo de um estudo científico fechado, as autoridades policiais acreditam que mais de 50% das armas, munições, maconha e cocaína enviadas para os morros do Rio tenham entrado no Brasil por Ponta Porã e Corumbá. O comércio de armas se dá abertamente tanto no Paraguai quanto na Bolívia, o que facilita o tráfico.
 
Com as suas fronteiras abertas a tudo aquilo que vem dos países vizinhos, o Estado é o grande corredor de passagem desses ilícitos para o Rio de Janeiro e São Paulo, onde dão sustentação ao crime, especialmente nos morros cariocas. 

De acordo com as informações, em 2017, foram apreendidas no País 2.089 armas (pistolas e fuzis), contra as 1.586 interceptadas em 2016. Crescimento assustador também foi observado no volume de munições. Se as 76.672 unidades apreendidas em 2016 eram consideradas elevadas, no passado esse item saltou para 189.632 unidades, o que significou um crescimento de 147,3%.

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